O
sotaque pernambucano já não existe mais. Até o português é arranhado e
algumas palavras saem com dificuldade. Afinal de contas, JP Batista é um
cidadão do mundo. De volta à seleção brasileira, o jogador defende o
Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto a partir desta terça-feira,
diante de Porto Rico, às 11h30 (de Brasília) e encara o momento como um
recomeço. Foram quase 14 anos longe, atuando no exterior. Passagens
pelos Estados Unidos, Lituânia, Letônia e por último na França. Reforço
do Flamengo para a próxima temporada, o pivô foca no Pan, não esconde a
satisfação de retornar ao país e a honra em defender o rubro-negro. E
quer "reaprender o português".
- Meu português está horrível. Falo português só em casa com a família. Mas com a mídia e onde necessita de um português mais formal, está enferrujado. É bom voltar para o Brasil para aprender de novo. Defender o Brasil também. A família também precisa - brinca JP Batista, de 2,02m.
- Meu português está horrível. Falo português só em casa com a família. Mas com a mídia e onde necessita de um português mais formal, está enferrujado. É bom voltar para o Brasil para aprender de novo. Defender o Brasil também. A família também precisa - brinca JP Batista, de 2,02m.
Pivô se mostra feliz com o retorno à seleção brasileira de basquete para os Jogos Pan-Americanos (Foto: Divulgação)
O pivô atuou pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, e na Copa América de 2009. Agora está de volta e espera que a seleção consiga uma boa estreia contra Porto Rico. JP explica que os jogadores querem perceber o potencial da equipe diante de um time que tem José Barea, que jogou a última temporada da NBA pelo Dallas Mavericks.
- A expectativa é boa. Sabemos que Porto Rico é um dos melhores times do torneio. Mas nossa preparação foi muito boa. Esse jogo vai nos mostrar onde estamos como equipe, e onde Porto Rico está. Será importante e pode ser a partida que nos dará confiança para o restante do campeonato. Ou o contrário - disse JP.
O jogador recebeu a chance de jogar seu segundo Pan através do técnico Rubén Magnano. Sem entrar em detalhes sobre a indefinição da vaga olímpica brasileira para os Jogos do Rio 2016, o treinador acredita que o Brasil, mesmo desfalcado das estrelas da NBA, pode brigar pelo ouro em Toronto.
-
Quando se entra em quadra com cinco contra cinco, sempre existe a
possibilidade de se brigar por medalha. Não tenho respostas firmes sobre
o Rio 2016. Vivo em dúvidas desde o Mundial. Isso atrapalha o trabalho,
mas temos condições aqui no Pan. Nos preparamos bem, então a condição
está dada. Vamos ver se estamos à altura da competição para brigar -
garante Magnano.
"É uma honra jogar no Flamengo"
Com a saída de Cristiano Felício para o Chicago Bulls, da NBA, e a possibilidade de não renovar com Herrmann, o Flamengo, atual tricampeão do Novo Basquete Brasil, correu e conseguiu a contratação de JP. O pivô vai retornar ao Brasil após 13 anos e se disse honrado em ter a oportunidade de atuar no rubro-negro. JP explica que o Flamengo já havia tentado contar com ele antes, mas o acerto nunca aconteceu.
- Para mim é uma honra. Satisfação muito grande de voltar ao Brasil após 13 anos fora. O Flamengo tem mostrado caráter. O projeto está dando resultados e há mais de dois anos nos comunicamos. Antes não deu certo, agora deu. Estou feliz de voltar ao Brasil em um time como o Flamengo. E estou me entrosando com a galera. Conheço o Neto desde quando saí do Brasil. Tenho o Olivinha, o Benite e o Marquinhos na seleção. Todos falam do Flamengo - lembra o pivô.
Seleção masculina de basquete pronta para a estreia no Pan de Toronto (Foto: Divulgação/CBB)
Chegar em um time que venceu praticamente tudo que disputou nos últimos anos não preocupa Batista. Pelo contrário. Ele quer somar e continuar vencendo tudo.
- Esse é o objetivo. E temos que manter isso em mente. A meta é possível. O clube monta um time assim e tem esse objetivo. Não podemos tirar isso da cabeça e com certeza podemos continuar vencendo tudo.
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