Em uma reunião confusa, acabou adiada a tentativa feita nesta
quarta-feira de votação do relatório da MP do Futebol na comissão mista
que trata o tema no Congresso Nacional. Os parlamentares até
compareceram em bom número e iniciaram os debates. Porém, o início
antecipado da sessão de votações da Câmara dos Deputados acabou
impedindo a apreciação do texto - pelo regimento, não é permitida
votação simultânea em Plenário e nas comissões. Uma nova tentativa de
votação do relatório foi marcada para esta quinta-feira, às 9h (de
Brasília).
Comissão
mista da MP do Futebol conta com Romário, Andrés Sánchez, Sérgio
Petecão e Otávio Leite (Foto: Ana Volpe / Agência Senado)
A reunião da comissão começou pouco depois das 17h e teve bom número de parlamentares, apesar do temor de esvaziamento por conta da semana de festas juninas. Foi iniciado um debate com alguns parlamentares propondo ajustes ao relator Otávio Leite (PSDB-RJ). Outros, apresentaram destaques, pedindo a retirada de trechos do texto. No entanto, as discussões ocorreram de forma pouco ordenada e, em alguns momentos, os próprios parlamentares e assessores legislativos pareciam não se entender sobre a condução das sugestões.
Aparentando aflição, o presidente da comissão, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), pedia insistentemente pressa no debate, com o intuito de iniciar a votação. Mas não houve tempo hábil. Após cerca de 40 minutos de discussões, o senador comunicou que estava aberta a Ordem do Dia no Plenário da Câmara, o que impedira a apreciação do texto. Petecão, chegou a tentar um acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para interromper a sessão plenária para votação da MP na comissão, mas o pedido não foi atendido.
- Acabei de conversar com o presidente (Eduardo Cunha). Está tendo votação lá, estão debatendo matéria. Fiz um apelo, mas ele disse que era impossível. Então, vamos debater o que tiver que debater hoje, e nos reunimos amanhã para votar - determinou Petecão.
Vice-presidente da comissão mista, o deputado Andrés Sanchez (PT-SP) lamentou o adiamento da votação. Segundo ele, a comissão foi pega de surpresa pela abertura da Ordem do Dia no Plenário da Câmara.
- Acreditávamos que ia dar tempo de votar. A Câmara começa sempre por volta de 19h30, mas hoje começou mais cedo. Por que será?... Óbvio que ainda pode ter destaque (supressão de trechos do texto), mas o relatório, mesmo tendo coisas que acho que não deveria ter, tem que ser aprovado. Todo mundo tem que ceder um pouco, os clubes, os atletas, a CBF, o governo - disse Andrés.
Representante do movimento Bom Senso F.C., o pentacampeão Gilberto Silva acompanhou a reunião em Brasília e também criticou o adiamento.
- É decepcionante, frustrante, triste. Há dois anos estamos discutindo, apresentando nossas propostas, nosso desejo de mudança para o futebol brasileiro. Chegamos aqui depois de várias tentativas e mais uma vez, talvez até de forma orquestrada, não aconteceu... É como tomar mais um gol. Mais um gol contra o futebol, contra as melhorias no futebol - afirmou Gilberto Silva.
Também marcaram presença no Congresso os presidentes de Flamengo e Atlético-PR, Eduardo Bandeira de Melo e Mário Celso Petraglia, respectivamente, além de representantes de clubes como Coritiba, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Santos e São Paulo.
-
Os representantes que estavam aqui, estavam satisfeitos com o texto do
relatório, até porque hoje de manhã apresentamos algumas sugestões de
aperfeiçoamento que foram acolhidas. A expectativa dos que estavam aqui é
de que o projeto seja aprovado - afirmou Bandeira de Melo.
O presidente do Flamengo admitiu preocupação com o adiamento, por conta do pouco tempo disponível para concluir a tramitação da MP no Congresso, mas demonstrou confiança de que ainda será possível concluir a votação.
- O prazo preocupa, mas pelo que disseram, se houver vontade política, dá tempo. Então, vamos torcer - concluiu.
O texto precisa ser aprovado na comissão mista e nos plenários da Câmara e do Senado nos próximos 23 dias, ou perderá a validade. O limite constitucional para que uma Medida Provisória seja transformada em Lei e aprovada pelo parlamento é de 120 dias. No caso da MP do Futebol, esse prazo expira em 17 de julho.
O presidente do Flamengo admitiu preocupação com o adiamento, por conta do pouco tempo disponível para concluir a tramitação da MP no Congresso, mas demonstrou confiança de que ainda será possível concluir a votação.
- O prazo preocupa, mas pelo que disseram, se houver vontade política, dá tempo. Então, vamos torcer - concluiu.
O texto precisa ser aprovado na comissão mista e nos plenários da Câmara e do Senado nos próximos 23 dias, ou perderá a validade. O limite constitucional para que uma Medida Provisória seja transformada em Lei e aprovada pelo parlamento é de 120 dias. No caso da MP do Futebol, esse prazo expira em 17 de julho.
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