O Flamengo deu mais um grande passo para voltar à Superliga masculina de
vôlei após 19 temporadas. Em reunião na CBV na última quarta-feira, os
clubes que disputam a principal competição do país aprovaram a entrada
do Rubro-Negro com "CNPJ próprio". Com isso, os cariocas poderão jogar
sem precisar "alugar" sua marca para alguma outra equipe. Isso feria o
regulamento, mas foi aceito pelo entendimento coletivo de que ter mais
uma camisa de futebol no campeonato seria de enorme valia. Porém, tudo
só foi possível graças ao acordo que Flamengo e Juiz de Fora estudam. O
UFJF tem vaga garantida por ter sido o nono colocado da última edição. O
único pedido da Confederação Brasileira de Voleibol e dos demais
concorrentes é de que a parceira seja de médio a longo prazo, algo de,
no mínimo, dois ou três anos.
Para que a ideia de cariocas e
mineiros saia do papel, alguns assuntos ainda precisam ser discutidos e,
principalmente, um ou mais investidores captados. Pelo tamanho e
visibilidade da marca Flamengo no mercado, a diretoria rubro-negra ficou
encarregada de tocar essa questão. O planejamento é fazer o time jogar
com seu tradicional uniforme e ser chamado pelo próprio nome, enquanto a
UFJF teria estampada sua logo nas camisas e shorts, além de dar toda a
estrutura física já existente.
O uniforme vermelho e preto de Juiz de Fora só precisa de um forte investidor para se tornar o do Flamengo na próxima temporada da Superliga masculina de vôlei (Foto: Solon Queiroz / Montes Claros Vôlei)
A
questão da sede ainda necessita de uma conversa mais profunda. Os
diretores do vôlei mineiro não veem possibilidade de deixar de mandar
suas partidas na cidade, porém não se opõem em mandar alguns jogos e
treinos no Rio de Janeiro, o que é intenção dos dirigentes cariocas.
-
Isso não me incomoda em nada, faz parte de uma parceria, não vejo
nenhum drama nisso. As conversas continuam, estão positivas, nos falamos
diariamente, mas ainda não se bateu o martelo (quanto à parceria). A
reunião na CBV foi importante para a definição de ações futuras que
estão sendo discutidas entre as partes. Chegou a hora de se sentar à
mesa e discutir detalhes. O Flamengo vai utilizar a força dele no
mercado para liderar a captação de patrocínio. Isso é o que mais pesa, é
o fator determinante - explicou o diretor-técnico da UFJF, Maurício
Bara.
O vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo,
Alexandre Póvoa, adotou o discurso da cautela. Assim como Bara, ele sabe
que tudo passará pela vinda de um investidor e num prazo de tempo mais
curto possível.
- Precisávamos da confirmação dos clubes,
agora, o projeto vai depender de acharmos investidores rapidamente.
Nossa intenção é jogar essa Superliga, mas não sei se vai acontecer.
Queremos trazer alguns jogos para o Rio, vamos ver como vai ser -
despistou o dirigente.
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