Contrariar
publicamente a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj)
tem virado problema para clubes cariocas. Depois da punição ao técnico
do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo, o presidente do Fluminense, Peter
Siemsen, foi denunciado pela procuradoria do TJD-RJ devido a declarações dadas em entrevista que teriam desagradado a entidade. Em participação no "Redação SporTV",
o jornalista Carlos Eduardo Éboli, da Rádio CBN, fez críticas à
Federação, lamentou o que chamou de "lei da mordaça", mas disse que a
postura atual da Ferj também se deve aos clubes.
-
Ninguém boicota mais o futebol do Rio de Janeiro do que a Federação do
Rio de Janeiro, isso é fato. O clube que mais ganha dinheiro com o
campeonato estadual é o "Federação Futebol Clube", é o que mais fatura.
Os clubes estão deficitários e sempre se comportaram de maneira
submissa, nunca se mobilizaram de uma maneira coletiva para esvaziar
esse poder da Federação, então os clubes também têm participação grande
no "monstro" que foi criado - afirmou.
Éboli
afirmou ainda que não viu problemas nas declarações do presidente do
Fluminense e considerou a denúncia um absurdo - na entrevista, concedida
ao jornal "Extra", disparou contra a Ferj e o presidente da entidade, Rubens Lopes.
- É um absurdo, a gente já cansou de falar sobre isso, essa lei da
mordaça. Em outros tempos até haveria uma coerência, hoje não se admite
mais isso. Se eu for falar tudo que penso da Federação... mas não vou
falar porque respeito nosso público, mas o presidente do Fluminense não
falou nenhuma mentira. Só discordo com relação a arbitragem porque todos
times já foram beneficiados e prejudicados, não houve nada até agora
sobre a Federação estar prejudicando Flamengo e Fluminense, que são
desafetos - completou.
Peter Siemsen, presidente do Flu, foi denunciado após criticar Federação do Rio (Foto: Carlos Moraes / Agência Estado)
O
jornalista Roberto Avallone também fez críticas ao autoritarismo
imposto pela entidade através do presidente e sugeriu que a preocupação
maior deveria ser recuperar o futebol carioca.
- Sou
paulistano, mas sempre fui apaixonado pelo glamour do futebol carioca.
De uns tempos para cá fico abismado com o autoritarismo desse senhor
presidente (da Federação). Está sempre ao lado do Eurico Miranda
(presidente do Vasco), não é isso? Que dupla! O futebol carioca hoje não
significa nada, é um grão de areia no futebol brasileiro, é um
campeonato deficitário. Vi outro dia que tinha 4 mil pagantes em um jogo
do Flamengo. É uma absurdo. E ele xinga ainda os presidentes? -
lamentou.
O prazo para que o julgamento do presidente tricolor seja marcado é de 15 dias.
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