Há duas semanas, o ex-vice-presidente de marketing do Flamengo Luiz
Eduardo Baptista (o Bap) foi ao programa Bate-Bola da ESPN Brasil e
falou sobre a falência administrativa da Ferj. Citou alguns números do
Flamengo no Campeonato Carioca, dentre os quais o lucro operacional em
2014, incluindo premiações pelo título, de apenas R$ 1 milhão. A
previsão para este ano é ainda mais sombria, podendo o time de maior
torcida do país ter prejuízo de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões – o que
apenas confirmaria o diagnóstico feito pelos dirigentes dos grandes
clubes do Rio, de que o Estadual é um buraco negro no orçamento de quem
tenta se reorganizar no futebol brasileiro.
Bap foi mais fundo, classificou como “saque” o que a federação do Rio tem feito com seus filiados (declaração destacada pelo colunista André Kfouri, em 7 de março):
–
Quando você tem uma federação que saqueia os clubes, evidentemente é
muito difícil lidar com isso – disse, com a “autoridade” de um
ex-vice-presidente, já que a Ferj estabeleceu multa de R$ 50 mil para o
clube que ousar ter voz ativa, numa das medidas mais autoritárias que se
tem notícia nos últimos anos.
O Fluminense, com cartas divulgadas
à imprensa, também alertou para a decadência do campeonato. Com ironia
para não ser punido, classificou o Estadual do Rio como “a melhor
competição do futebol brasileiro” e dono, “há alguns anos, das melhores
médias de público registradas no país”.
O pior foi a defesa da Ferj contra as críticas ao campeonato que ela (des)organiza. Na última quarta-feira, como a coluna “De Prima” destacou no LANCE!,
divulgou em seu site números que comprovam “crescimento da renda
líquida dos clubes no Estadual de 2015 é de 450%”. Eis que você acessa a
nota para confirmar os excelentes números e... Os QUATRO clubes grandes
somaram até a oitava rodada exatos R$ 859.126,15 – os 12 pequenos “lucraram” mais R$ 85.257,13.
Comparando
com o Palmeiras, que ao lado do Corinthians é exceção no esvaziado
Paulistão, os números da Ferj são de envergonhar qualquer um. Só no jogo
contra o Capivariano, em 28 de fevereiro, a renda líquida foi superior a
R$ 1,8 milhão, R$ 1 milhão a mais em um único jogo.
Trágico Cariocão...
O estádio do Tigres, em Xérem: capacidade para 5 mil pessoas e renda bruta de R$ 134.640 no jogo contra o Flamengo, no último sábado, pelo Carioca (Foto: Wagner Meier)
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