segunda-feira, 2 de março de 2015

No jogo de maior receita de 2015, Flamengo 90% da torcida e Bota lucram menos que o Maracanã


No domingo, ao divulgar o público de 49.833 pessoas presentes no Maracanã para o duelo entre Botafogo e Flamengo, o telão do estádio exaltou aquele que foi o maior público do ano no futebol brasileiro. No dia seguinte, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) destacou em seu site oficial a renda obtida com o clássico, outro recorde no país em 2015, de R$ 2.129.865,00. Sinal de cofre cheio para os clubes? Nem tanto. Do valor que entrou nas bilheterias, os rivais levaram juntos, de forma limpa, R$ 505.755,88 - 23,75% do total.

Botafogo X Flamengo - Maracanã (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)Público de quase 50 mil no Maracanã(90% torcida do Flamengo) foi o maior da temporada até aqui no Brasil (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
 
Já a concessionária que administra o estádio, ainda que de forma bruta, pegou a maior fatia do bolo na festa que comemorava os 450 anos do Rio de Janeiro. Das despesas apresentadas no borderô do clássico, totalizando R$ 1.529.662,36 (sem levar em conta retenções e penhoras), a Ferj embolsou R$ 209.554,50 através de sua taxa. Mais salgado ainda foram os gastos com o Maracanã, cujo aluguel foi de R$ 496.592,02. Se levar em consideração o custo operacional do jogo, que saiu por R$ 498.434,05, a despesa total com o estádio aumenta para R$ 995.026,07 - ou 46,7% do montante da bilheteria. 

Segundo o regulamento da competição, Botafogo e Flamengo têm que dividir as receitas. Assim, com o desconto de outras despesas pré-jogo, o Botafogo lucrou quase a metade do referente ao valor do aluguel do Maracanã: R$ 259.597,78. O Flamengo, em razão de uma penhora de R$ 43.439,67, saiu do estádio com menos ainda em caixa: R$ 246.158,11. Sem entrar em detalhes de valores, a concessionária explicou a diferença com base nos custos de manutenção do estádio, tanto os de praxe quanto os voltados para organizar um clássico desse porte. 

- Os custos de operação incluem todos os gastos diretos com o jogo, como seguranças, brigadistas, ambulâncias, orientadores, bilheteiros, catraqueiros, equipes de limpeza e de operação de bares, iluminação, água, produtos de higiene e limpeza. O aluguel do estádio corresponde aos custos fixos de operação e manutenção do estádio, como segurança patrimonial e eletrônica, manutenções preventivas e periódicas de equipamentos,  como telões, escadas rolantes, elevadores, ar condicionado; além da manutenção civil das instalações, incluindo gramado, catracas, grades fixas, rede elétrica e hidrossanitária, pintura, reformas e  atualizações tecnológicas de sistemas. Neste item, estão também os custos fixos administrativos da concessionária e sua remuneração - justificou a concessionária Maracanã S.A., através de sua assessoria de imprensa.

Além dos gastos que ficam com a empresa que administra o Maracanã, detalhados apenas como custos operacionais, Botafogo e Flamengo tiveram outras despesas - fora as retenções e a penhora do Flamengo, já citadas. A maior delas com a confecção e pré-venda de ingressos, de R$ 87.706,08. Teve, entre outros, gastos menores, por exemplo, com delegado (R$ 2.600), credenciamento (R$ 3.475), taxa de bombeiros (R$ 2.503,08) e antidoping (R$ 5.000).




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