Dentre os principais times de futebol do país, três
têm projetos aprovados pelo Ministério do Esporte para captar
patrocínios e doações via Lei de Incentivo Esporte: Flamengo,
Corinthians e Vasco. Os rubro-negros buscam verba para esportes
olímpicos e têm a maior arrecadação entre os três, sobretudo em 2015. Os
alvinegros levantam dinheiro para a construção de um centro de
treinamento que leva o nome de Ronaldo Nazário e, embora tenham começado
bem a captação em 2013, ela emperrou em 2014 e 2015. Os vascaindos,
por último, ainda não conseguiram captar nenhum centavo por meio desta
lei.
O Flamengo tem seis projetos
aprovados, num total de R$ 26,4 milhões, dos quais conseguiu captar R$
3,9 milhões (15%). O ritmo de arrecadação acelerou em 2015. O projeto
para natação, polo aquático e nado sincronizado, aprovado em agosto de
2013, recebeu R$ 7 mil em 2013, R$ 492 mil em 2014 e R$ 1,2 milhão
somente nos primeiros dois meses e meio de 2015. Este chegou a 26% do
total aprovado.
O projeto para basquete, vôlei, futsal e tênis,
aprovado em outubro de 2013, recebeu R$ 100 mil em 2013, R$ 722 mil em
2014 e R$ 650 mil em dois meses e meio de 2015, com 19% do total
arrecadados até agora. O mesmo vale para remo e canoagem, cujo projeto
também foi aprovado em outubro de 2013 e levantou R$ 61 mil em 2013, R$
146 mil em 2014 e R$ 102 mil em 2015, hoje com 6% do total captados. O
Centro Unificado de Identificação e Desenvolvimento de Atletas de
Rendimento, com 15%, e os esportes terrestres, ginástica, judô e tênis,
com 3%, começaram a receber dinheiro só em 2015. O único projeto que
ainda está zerado é o da Cidadania Rubro-Negra, aprovado em novembro de
2014, sem nenhuma receita.
O Corinthians buscou a Lei de
Incentivo não para esportes olímpicos, mas para o próprio futebol de
campo. Aprovado em janeiro de 2013, o projeto para construção do Centro
de Excelência e Treinamento, posteriormente a ser batizado como Ronaldo
Nazário, tem três fases. Dos R$ 41,1 milhões que o clube busca por meio
de incentivos fiscais na soma das três, R$ 2,8 milhões, ou 7% do total,
foram arrecadados até agora. E a arrecadação perdeu fôlego em 2014 e
2015. A primeira fase recebeu R$ 2,5 milhões em 2013 – dos quais R$ 1
milhão veio da Odebrecht, parceira do time na Arena Corinthians, em
abril, e R$ 1,5 milhão veio da Ambev, patrocinadora do clube, em julho. A
captação caiu para R$ 160 mil em 2014 e R$ 157 mil nos primeiros dois
meses e meio de 2015. As duas fases seguintes estão zeradas.
O vasco sanitário aprovou em janeiro de
2014, ainda na gestão de Roberto Dinamite, projeto para captar R$ 5,7
milhões para a construção de um centro de captação de novos talentos.
Ele foi estendido pela gestão de Eurico Miranda, cujo nome hoje aparece
no sistema do Ministério do Esporte. Até o momento não conseguiu nenhum
real, mas tem até o fim de 2015, como Flamengo e Corinthians, para
arrecadar.
Como funciona
A Lei de
Incentivo ao Esporte foi criada em 2006 pelo governo federal para
aumentar contrapartidas que pessoas física e jurídica têm ao investir em
esporte. Uma empresa pode investir até 1% do que pagaria em Imposto de
Renda em uma entidade esportiva, e um cidadão pode investir até 6%.
Participam da iniciativa associações, institutos, ONGs, clubes
poliesportivos e de futebol, entre outros.
O problema é que aprovar projetos no Ministério do
Esporte é só o primeiro passo. Depois dirigentes têm de ir a empresas
para captar esse dinheiro. Flamengo, com 15% do total aprovado
devidamente captado, Corinthians (7%) e Vasco (0%) estão todos abaixo da
média nacional. Entre os 592 projetos que o Ministério do Esporte exibe em seu sistema,
com arrecadação em andamento até o fim de 2015, o valor captado
corresponde a 24% do total aprovado. São R$ 194 milhões do total de R$
797 milhões.
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