Rodrigo Caetano chegou ao Flamengo há dois meses com uma
dúvida: como seria tratado pela torcida rubro-negra após passar por
Vasco e Fluminense? Em entrevista exclusiva ao LANCE!Net,
o diretor executivo de futebol comentou sobre a recepção calorosa que
teve dos torcedores flamenguistas, classificando como um “negócio
absurdo”. O dirigente ainda expôs os diferenciais para o clube conseguir
boas contratações, apesar de não ter muito dinheiro disponível no
orçamento. Ele ressaltou também a participação do técnico Vanderlei
Luxemburgo nas decisões. E disse que o Rubro-Negro pode se tornar
referência aos demais clubes do Brasil por conta do sério trabalho de
austeridade financeira colocado em prática pela gestão do presidente
Eduardo Bandeira de Mello.
– Por respeito aos outros três clubes que trabalhei (Grêmio, Vasco e Fluminense), até mesmo por uma coisa de orgulho por sempre cumprir os meus contratos, em 12 anos trabalhar em apenas quatro clubes, significa que por onde eu passei deixei uma semente. O Flamengo, por si só no tamanho de torcida e apelo, é um negócio absurdo. Consegui presenciar isso em Manaus, no dia a dia, isso aumenta muito a responsabilidade de quem está aqui. É uma camisa muito forte. Estou plenamente satisfeito pela forma que fui recebido aqui e pelos torcedores, era uma dúvida que eu tinha, por conta de sair de um rival para o outro. Mas as manifestações que recebo são de carinho e respeito – afirmou o diretor.
Com um baixo orçamento, o Flamengo contratou pouco neste ano. Como você trabalha para diminuir este prejuízo em relação aos outros clubes do futebol brasileiro?
Baseados em estudos que fizemos, estamos entre oitavo e nono orçamento financeiro para o futebol, dentre os 12 maiores clubes do Brasil. E o Flamengo hoje é um dos clubes que mais arrecada, mas essa arrecadação é destinada para pagar um passivo. Por isso precisamos transformar aquilo que hoje temos de mais forte, que é cumprir as obrigações, como um diferencial na hora da contratação. Já que não temos como competir em número, precisamos competir no que for combinado será honrado.
Considera então cumprir com as obrigações um diferencial?
Lamentavelmente isso deveria ser uma obrigação, mas atualmente é um diferencial. Caiu na vala comum que você assume os compromissos e não consegue cumprir. Caiu na rotina do futebol brasileiro. E agora alguns clubes estão voltando a cumprir com as suas obrigações financeiras.
Como foi a montagem do elenco para esta temporada?
Trabalhamos praticamente duas ações maiores em paralelo. Uma era enxugar o elenco, foi um trabalho árduo, porque muitas das vezes somos avaliados pelos que chegam, mas não aquilo que você consegue reduzir de custo da folha. Isso, porém, é natural. E até o presente momento o resultado prático foi positivo. Atendemos solicitações do Vanderlei Luxemburgo, com seis reforços (Marcelo Cirino, Pará, Arthur Maia, Thallyson, Bressan e Jonas), alguns estavam até encaminhados desde a gestão de Felipe Ximenes. Fizemos o elenco enxuto e, em tese, mais qualificado. Espero que esse trabalho viabilize um ano positivo para o Flamengo. Mas sabemos que o nosso elenco ainda carece de algumas peças para encaminhar um ano positivo na Copa do Brasil e no Brasileiro também.
Vanderlei Luxemburgo participou do processo de contratação dos reforços?
Todas as nossas contratações tiveram a participação de Vanderlei, e nem pode ser diferente. As pessoas que talvez não trabalhem diretamente com ele pensam que ele é um técnico muito centralizador. Mas é bem o contrário: ele divide muita coisa e quase tudo conosco. O nosso diálogo é muito facilitado. Todas as contratações tiveram a aprovação do Vanderlei, muitos dos nomes partiram do próprio Vanderlei. As características exigidas são jovens, com ótimo potencial e dinâmica, com intensidade. Esse é o perfil de equipe que desejamos. E até o presente momento conseguimos jogadores com essas características.
O que foi mais complicado neste início de trabalho no Flamengo?
Tudo é difícil de acordo com a situação. Você conseguir recolocar no mercado muitos jogadores, colocamos 23, é um trabalho muito demorado e intenso. E contratar, por si só, é uma tarefa árdua, respeitando o orçamento do clube, pois o Flamengo não vai dar um passo que não pode cumprir. A ousadia fica em segundo plano. Por isso que temos uma dificuldade maior em competir no mercado. Talvez, a partir do próximo ano, teremos essa condição. Não podemos errar. O número de contratações foi reduzido porque foram nomes pontuais.
E o que aconteceu de mais positivo até agora no clube?
De mais positivo é que temos uma filosofia de trabalho. Todos nós sabemos o que o Flamengo prega e executa. O nosso presidente e dirigentes deixaram isso muito claro, temos objetivos técnicos, de conquistar títulos, mas com austeridade financeira.
É importante ter pessoas experientes dentro do grupo, não apenas jogadores, mas membros da comissão técnica e dirigentes?
Temos no Flamengo um histórico de vencedores. Temos um técnico maior ganhador de Campeonato Brasileiro, passou pela Seleção Brasileira. Todos nós temos uma história. Nessa função tenho quase 12 anos e nesse período consegui conquistar muitas coisas. Mas o meu trabalho é de suporte, tentar viabilizar mais ferramentas e condições para que eles, protagonistas, atletas, comissão técnica e o técnico tenham maiores condições de todos ganharem. O que aconteceu nessa montagem de elenco foi justamente modificar o mínimo possível. As peças foram todas identificadas, alguns chegaram para jogar, outros para preencher alguma lacuna, e no perfil planejado, pode dar certo. Isto dentro da química que esperamos.
Diria que é necessário dar “um passo atrás” neste momento, com contratações pontuais, para conseguir colher frutos para o time daqui a algum tempo?
Depende muito do que é a definição disto em grandes clubes. É que no futebol brasileiro temos a questão do grande nome, mas nem sempre o grande nome te traz resultado. Às vezes o grande nome está naquilo que você paga. E cabe a nós identificarmos jogadores em potencial que têm um preço mais baixo. Mas diria que não é um passo atrás não. É manter esse passo, não ser ousado em demasia, porque talvez em dois anos o Flamengo terá um outro orçamento, e baseado nesse orçamento, com as contas mais administradas, aí as possibilidades de investimento e ousadia aumentam.
O Flamengo pode chegar a ser referência para os demais clubes do futebol brasileiro?
O Flamengo tem o seu papel, a sua responsabilidade no futebol. Nós aqui tratamos isso como uma das prioridades. Todos os dias discutimos situações para melhorarmos a nossa capacidade técnica, não somente a parte dos jogadores, e sim também dos profissionais. Elaborarmos métodos, construímos conteúdo, temos todos os profissionais envolvidos no trabalho. O detalhe faz a diferença. Trabalhamos diariamente as melhores formas de melhorar isto aqui. O clube sabe que precisamos melhorar para que a parte técnica faça a diferença, não só com os atletas. Mas não estamos preocupados em comparar com nenhum outro clube e sim em fazer o Flamengo melhor.
– Por respeito aos outros três clubes que trabalhei (Grêmio, Vasco e Fluminense), até mesmo por uma coisa de orgulho por sempre cumprir os meus contratos, em 12 anos trabalhar em apenas quatro clubes, significa que por onde eu passei deixei uma semente. O Flamengo, por si só no tamanho de torcida e apelo, é um negócio absurdo. Consegui presenciar isso em Manaus, no dia a dia, isso aumenta muito a responsabilidade de quem está aqui. É uma camisa muito forte. Estou plenamente satisfeito pela forma que fui recebido aqui e pelos torcedores, era uma dúvida que eu tinha, por conta de sair de um rival para o outro. Mas as manifestações que recebo são de carinho e respeito – afirmou o diretor.
Com um baixo orçamento, o Flamengo contratou pouco neste ano. Como você trabalha para diminuir este prejuízo em relação aos outros clubes do futebol brasileiro?
Baseados em estudos que fizemos, estamos entre oitavo e nono orçamento financeiro para o futebol, dentre os 12 maiores clubes do Brasil. E o Flamengo hoje é um dos clubes que mais arrecada, mas essa arrecadação é destinada para pagar um passivo. Por isso precisamos transformar aquilo que hoje temos de mais forte, que é cumprir as obrigações, como um diferencial na hora da contratação. Já que não temos como competir em número, precisamos competir no que for combinado será honrado.
Considera então cumprir com as obrigações um diferencial?
Lamentavelmente isso deveria ser uma obrigação, mas atualmente é um diferencial. Caiu na vala comum que você assume os compromissos e não consegue cumprir. Caiu na rotina do futebol brasileiro. E agora alguns clubes estão voltando a cumprir com as suas obrigações financeiras.
Como foi a montagem do elenco para esta temporada?
Trabalhamos praticamente duas ações maiores em paralelo. Uma era enxugar o elenco, foi um trabalho árduo, porque muitas das vezes somos avaliados pelos que chegam, mas não aquilo que você consegue reduzir de custo da folha. Isso, porém, é natural. E até o presente momento o resultado prático foi positivo. Atendemos solicitações do Vanderlei Luxemburgo, com seis reforços (Marcelo Cirino, Pará, Arthur Maia, Thallyson, Bressan e Jonas), alguns estavam até encaminhados desde a gestão de Felipe Ximenes. Fizemos o elenco enxuto e, em tese, mais qualificado. Espero que esse trabalho viabilize um ano positivo para o Flamengo. Mas sabemos que o nosso elenco ainda carece de algumas peças para encaminhar um ano positivo na Copa do Brasil e no Brasileiro também.
Vanderlei Luxemburgo participou do processo de contratação dos reforços?
Todas as nossas contratações tiveram a participação de Vanderlei, e nem pode ser diferente. As pessoas que talvez não trabalhem diretamente com ele pensam que ele é um técnico muito centralizador. Mas é bem o contrário: ele divide muita coisa e quase tudo conosco. O nosso diálogo é muito facilitado. Todas as contratações tiveram a aprovação do Vanderlei, muitos dos nomes partiram do próprio Vanderlei. As características exigidas são jovens, com ótimo potencial e dinâmica, com intensidade. Esse é o perfil de equipe que desejamos. E até o presente momento conseguimos jogadores com essas características.
O que foi mais complicado neste início de trabalho no Flamengo?
Tudo é difícil de acordo com a situação. Você conseguir recolocar no mercado muitos jogadores, colocamos 23, é um trabalho muito demorado e intenso. E contratar, por si só, é uma tarefa árdua, respeitando o orçamento do clube, pois o Flamengo não vai dar um passo que não pode cumprir. A ousadia fica em segundo plano. Por isso que temos uma dificuldade maior em competir no mercado. Talvez, a partir do próximo ano, teremos essa condição. Não podemos errar. O número de contratações foi reduzido porque foram nomes pontuais.
E o que aconteceu de mais positivo até agora no clube?
De mais positivo é que temos uma filosofia de trabalho. Todos nós sabemos o que o Flamengo prega e executa. O nosso presidente e dirigentes deixaram isso muito claro, temos objetivos técnicos, de conquistar títulos, mas com austeridade financeira.
É importante ter pessoas experientes dentro do grupo, não apenas jogadores, mas membros da comissão técnica e dirigentes?
Temos no Flamengo um histórico de vencedores. Temos um técnico maior ganhador de Campeonato Brasileiro, passou pela Seleção Brasileira. Todos nós temos uma história. Nessa função tenho quase 12 anos e nesse período consegui conquistar muitas coisas. Mas o meu trabalho é de suporte, tentar viabilizar mais ferramentas e condições para que eles, protagonistas, atletas, comissão técnica e o técnico tenham maiores condições de todos ganharem. O que aconteceu nessa montagem de elenco foi justamente modificar o mínimo possível. As peças foram todas identificadas, alguns chegaram para jogar, outros para preencher alguma lacuna, e no perfil planejado, pode dar certo. Isto dentro da química que esperamos.
Diria que é necessário dar “um passo atrás” neste momento, com contratações pontuais, para conseguir colher frutos para o time daqui a algum tempo?
Depende muito do que é a definição disto em grandes clubes. É que no futebol brasileiro temos a questão do grande nome, mas nem sempre o grande nome te traz resultado. Às vezes o grande nome está naquilo que você paga. E cabe a nós identificarmos jogadores em potencial que têm um preço mais baixo. Mas diria que não é um passo atrás não. É manter esse passo, não ser ousado em demasia, porque talvez em dois anos o Flamengo terá um outro orçamento, e baseado nesse orçamento, com as contas mais administradas, aí as possibilidades de investimento e ousadia aumentam.
O Flamengo pode chegar a ser referência para os demais clubes do futebol brasileiro?
O Flamengo tem o seu papel, a sua responsabilidade no futebol. Nós aqui tratamos isso como uma das prioridades. Todos os dias discutimos situações para melhorarmos a nossa capacidade técnica, não somente a parte dos jogadores, e sim também dos profissionais. Elaborarmos métodos, construímos conteúdo, temos todos os profissionais envolvidos no trabalho. O detalhe faz a diferença. Trabalhamos diariamente as melhores formas de melhorar isto aqui. O clube sabe que precisamos melhorar para que a parte técnica faça a diferença, não só com os atletas. Mas não estamos preocupados em comparar com nenhum outro clube e sim em fazer o Flamengo melhor.
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