Não será por falta de conhecimento da história que Arthur Maia deixará
de ser o meia que o Flamengo procura desde a saída de Ronaldinho. Batizado com
o nome do maior ídolo do clube, o jovem de 22 anos, indicado por
Vanderlei Luxemburgo após brilhar no América-RN, tem outra referência quando
lembra de sua infância rubro-negra: Dejan Petkovic. Com somente nove anos, viu
o sérvio cobrar com precisão a falta que garantiu o tricampeonato carioca em
2001, sobre o Vasco. Oito anos mais tarde, já na base do Vitória, vibrou com o
hexacampeonato nacional. Com a cartilha da camisa 10 bem decorada, um novo
Arthur começa sua trajetória na Gávea.
Ao receber a camisa sem número das mãos do diretor
executivo, Rodrigo Caetano, a pergunta era inevitável: o 10 é o número de
preferência? O meia admitiu que, sim, disse que o utilizou por onde passou, mas
que no Flamengo isso é o que menos importa no momento:
- Penso em ganhar meu espaço, trabalhar no dia a dia, mostrar que posso
ser útil. Não importa a camisa. Respeito meus companheiros (...) Sou um meia
canhoto, com agilidade e velocidade, que é o que o futebol moderno pede. Posso
serviu o companheiro no passe diagonal ou chegar para concluir. Temos jogadores
rápidos, o que facilita esse passe.
A relação de Arthur Maia com o Flamengo teve início antes mesmo do nascimento.
Em Alagoas, seu pai propagava aos quatro cantos que daria ao filho o mesmo nome
de Zico, tamanho o fanatismo pelo clube do coração. Quando o novo meia
rubro-negro nasceu, o Galinho estava no Japão, já em fase final da
carreira. Assim, sobrou para outro 10 histórico cultivar a paixão no coração do
pequeno alagoano.
- Meu pai é flamenguista declarado e falou que, se tivesse um filho
homem, o nome seria Arthur. O grande ídolo que eu acompanhei é o Pet. Teve
aquela final histórica em 2001, o título de 2009, onde foi peça fundamental. O
Zico é o maior do Fla, mas comemorando os títulos e acompanhando, o Pet é o
jogador que me marcou.
Depois de Pará, Arthur Maia foi outro a dizer que não poupava os amigos
nas discussões a respeito do futebol e escancarou o encantamento por vestir a
camisa do clube do coração.
- É um sonho de criança. Quem me conhece sabe o quanto já briguei e
discuti pelo Flamengo. Minha família toda em Maceió é flamenguista, aprendi a
torcer pelo clube. Discutia títulos, brincava com os companheiros nos
alojamentos, quando torciam contra. Saí de casa com 10 anos com esse pensamento
(estar no Flamengo). Agora, é trabalhar para as coisas darem certo.
O Flamengo permanece em Atibaia até o próximo dia 17, quando segue para
Brasília. Na capital federal, pela frente o Shakhtar Donetsk, em amistoso,
antes de embarcar para disputar um torneio com Vasco e São Paulo em Manaus. O
retorno para o Rio de Janeiro acontece no dia 26, com a estreia no Estadual
marcada para o dia 1 de fevereiro contra o Macaé, fora de casa.
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