sábado, 3 de janeiro de 2015

Flamengo faz proposta por Conca, mas tem negativa do Flu e sim da Unimed


 O Flamengo quer ter Darío Conca como camisa 10 a partir de 2015. E apesar de considerar difícil tirar o meia argentino do rival Fluminense, os dirigentes rubro-negros tentam contratá-lo. O caminho tomado é muito parecido com o do Corinthians, mas vai além. Segundo o GloboEsporte.com apurou, o presidente da Unimed, Celso Barros, ex-patrocinador do clube, foi procurado. O diretor de futebol do Flamengo, Rodrigo Caetano, também fez contato com o vice de futebol do Tricolor, Mário Bittencourt, por e-mail. A resposta do clube das Laranjeiras foi negativa. 

- Recebemos proposta oficial do Flamengo por e-mail enviada pelo diretor executivo Rodrigo Caetano. Respondemos em seguida e de forma imediata que não temos nenhum interesse em negociar o Conca. Por dever já avisamos ao nosso antigo patrocinador (deixei um recado para o Dr. Celso) e ao próprio atleta que recebemos a proposta e recusamos imediatamente - disse Mário Bittencourt ao GloboEsporte.com.
A reportagem procurou a diretoria do Flamengo, que informou que não falará sobre o assunto.


A negativa tricolor pode não ter encerrado o tema. Tudo por conta da crise com o antigo parceiro. Além de pagar a maior parte do salário do camisa 11, a Unimed é dona de 80% dos direitos econômicos do jogador - o Flu tem os direitos federativos.

A empresa não vai facilitar a permanência de Conca. A ex-patrocinadora não pagou os direitos de imagem de novembro no quinto dia útil de dezembro e avisou que não haverá depósito também em janeiro, referente a dezembro. Em novembro, a cooperativa médica já havia atrasado em 20 dias o pagamento, e o jogador, assim como outros que são pagos por ela, não recebeu o 13º, apenas a parte que cabe ao Fluminense - que fez o depósito adiantado.

A ideia de Celso Barros é causar uma asfixia financeira. Nos bastidores, o clima é de queda de braço. A Unimed diz que só pagará se o Fluminense liberar o argentino para que ela exerça os direitos econômicos e cumpra eventuais prejuízos. 

A reportagem apurou que a proposta rubro-negra é maior que a do Timão, mas os dirigentes têm noção do tamanho do sonho e sabem que a parte mais difícil é convencer o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, a liberar o ídolo tricolor.

O Flamengo tem o corintiano Jadson como um plano B para ser o meia-armador nesta temporada. Por mais que a Unimed veja a possibilidade de negócio com bons olhos, é necessário o aval do Fluminense. Pesa contra o Tricolor o divórcio com o antigo patrocinador, já que o clube não tem condição de arcar com a despesa sozinho.

A proposta rubro-negra não cobre os R$ 750 mil que o atleta recebe, mas é consideravelmente maior que os R$ 250 mil que o Fluminense paga entre CLT e direitos de imagem. A parte de responsabilidade da Unimed é de R$ 500 mil.

De acordo com apuração, Conca foi receptivo ao contato rubro-negro, mas demonstrou preocupação em só deixar as Laranjeiras em clima pacífico, sem arranhar a imagem construída ao longo dos últimos anos. 

O argentino possui vínculo com o Fluminense até janeiro de 2017 e outro contrato de imagem com a Unimed pelo mesmo período. Assim como o Corinthians, o Flamengo seria um caminho para o ex-patrocinador a se livrar da despesa mensal com o jogador.

Crise sem fim entre Flu e Unimed

É do interesse de Celso Barros que os jogadores busquem outros clubes, especialmente Conca. Com isso, a Unimed ficaria livre do compromisso de continuar com o pagamento dos direitos de imagem. Apesar de ter encerrado o vínculo com o Fluminense, a Unimed ainda tem contratos a cumprir com vários jogadores: Fred, Conca, Henrique, Walter, Jean, Wagner e Cícero. Todos eles recebem direitos de imagem. São valores que representam de 50% a 80% de seus vencimentos.

Por outro lado, Celso Barros ficaria marcado como o homem que tirou Darío Conca das Laranjeiras, fato que poderia atrapalhar um possível retorno dele ao clube no futuro. Recentemente, o presidente da cooperativa de médicos deixou aberta a possibilidade de conversar com clubes sobre o assunto, mas lembrou que o Fluminense tem de ser procurado.   

- Eu não tenho mais nada com o Fluminense. Com os jogadores é diferente. Fluminense é com Mário Bittencourt e Peter Siemsen. Eu não sou dirigente do Fluminense, não tenho relação desse tipo. Se tiver interesse, vai mandar a proposta para o Fluminense. 


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