A ladeira que o Campeonato Carioca desce é cada vez mais íngreme. A
confusão generalizada fora de campo — com polêmica quanto ao preço dos
ingressos, lei da mordaça contra críticas ao torneio, bate-boca entre
dirigentes e médias de público cada vez menores — é acompanhada pela
decadência dentro das quatro linhas. E os números mostram.
Em
estudo publicado nesta quarta-feira pela Pluri Consultoria,
especializada no mercado do futebol, o Campeonato Carioca aparece como o
Estadual que teve a maior queda de valor de mercado dos elencos, de
2012 para este ano, entre os quatro maiores estaduais do país, grupo
composto também pelos torneios de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio
Grande do Sul. Segundo a pesquisa, o Carioca perdeu 36% do valor de
mercado, saindo de R$ 864,2 milhões para R$ 550,5 milhões. Já o Paulista
teve redução de 32% e o Campeonato Gaúcho, de 34,9%. No mesmo período, o
Campeonato Mineiro, por exemplo, teve crescimento de 13,5% e o
Catarinense, exceção no país nos últimos anos, subiu 117,1%.
A
evasão dos craques do Rio é gritante. Em 2012, os astros do Estadual do
Rio eram Ronaldinho Gaúcho (Flamengo), Deco (Fluminense), Juninho
Pernambucano (Vasco) e Loco Abreu (Botafogo). Este ano, sem dinheiro e
diante de uma competição de nível técnico menos exigente que o
Campeonato Brasileiro, os grandes clubes apostaram em reforços modestos
para o Estadual, preferindo guardar investimentos mais pesados para o
meio do ano.
Assim, o Carioca cada vez mais se enfraquece,
sobretudo em relação às competições de nível mais alto. Para se ter
ideia, o valor de mercado médio por clube do Estadual do Rio em 2014 foi
de R$ 38,9 milhões. O do Brasileiro foi de R$ 97,7 milhões. Já o da
Copa Libertadores, R$ 77,6 milhões.
Enquanto os cartolas não
conseguem organizar a competição, o torcedor se vê afastado até do
grande palco do campeonato: o Maracanã, em meio à polêmica dos preços
promocionais de ingressos, está fora da primeira rodada.
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