A palavra de ordem criada por Vanderlei Luxemburgo para se referir à luta do Flamengo contra a queda para a Série B promete acompanhá-lo em 2015 fora de campo. Antes de garantir de vez a permanência do clube na elite — o que acontecerá se o time pelo menos empatar com o Coritiba hoje, às 17h, no Maracanã —, o treinador já se vê na zona da confusão política da Gávea, que viverá ano de eleição em 2015.
As cartas do
jogo eleitoral da Gávea já estão sendo colocadas na mesa. Importante
dentro de campo e bem relacionado fora dele, Vanderlei desponta como um
coringa na disputa. Sem contrato assinado — mas com a permanência
acertada —, o comandante do futebol recebe contatos frequentes de
membros da oposição, mantendo as relações de amizade que herdou de três
passagens anteriores pela Gávea. Entre elas, com a ex-presidente
Patricia Amorim, em quem votou em 2012.
Foi o bom relacionamento
com diferentes lideranças políticas do clube que estancou as críticas
internas após a chegada de Luxemburgo em julho, quando o time era
lanterna do Brasileiro. Se ganhou a trégua, o comandante também foi
pressionado a não exaltar a atual diretoria. O técnico tem adotado
discurso “morde e assopra”, e lida bem com situação e oposição. Além
disso, já deixou claro que não tem, por enquanto, pretensões como
candidato.
O jogo de poder da eleição presidencial terá o pontapé
inicial em dezembro, com a eleição para repor nomes do Conselho
Deliberativo. Nessa disputa, diversas correntes do clube estão
representadas. A chapa branca, União Rubro-Negra, atraiu desde Leonardo
Ribeiro, ex-presidente do Conselho Fiscal, ao ex-presidente Delair
Dumbrosk e os ex-candidatos a presidente Jorge Rodrigues e Lysias
Itapicuru. A chapa azul, Flamengo de Todos, representa o grupo “Só Fla”
de novas lideranças ligadas à atual administração. Rafael Strauch é o
nome mais agregador e a coordenação é de Benny Kessel.
A gestão do
presidente Eduardo Bandeira de Mello ainda não confirmou candidatura à
reeleição na disputa presidencial, mas se vê enfraquecida com os
resultados pífios em campo em 2014.
Os ex-presidentes Márcio
Braga, Hélio Ferraz e Kleber Leite têm posições ainda indefinidas e têm
feito críticas à atual gestão — assim como o presidente do Conselho de
Administração, Maurício Gomes de Mattos.
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