quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Luxa ressalta mudança de estilo e se anima: "Não tem essa de poupar"



A zona da confusão deixou de ser prioridade no Flamengo. Depois de meses garantindo que escapar do rebaixamento no Brasileirão seria o título rubro-negro na temporada, Vanderlei Luxemburgo quer mais, quer um troféu de verdade. Com a vitória por 1 a 0 sobre o América-RN, nesta quarta-feira, no Maracanã, a equipe se classificou para encarar o Atlético-MG na semifinal da Copa do Brasil. A possibilidade de gritar campeão em quatro jogos fez o treinador decretar: vai com força máxima em todas as partidas restantes na temporada.

Na verdade, nesta quarta-feira já foi assim. Apesar de ter poupado Alecsandro, Everton, Léo Moura e Márcio Araújo no treinamento da véspera, Luxa mandou o time titular para campo. Mesmo com muitos desfalques, o América-RN foi um rival complicado, e Vanderlei revelou que exatamente por saber dos perigos do rival potiguar optou por minimizar qualquer possibilidade de relaxamento em seus comandados.

- Sabíamos que seria um jogo complicado. Eles não tinham responsabilidade nenhuma. As declarações de que vieram sem 22 jogadores deixa o ambiente mais leve. Por isso, coloquei a equipe completa. Agora, não tem essa de poupar, vamos até o fim no pau. Avançamos no Brasileiro e na Copa do Brasil, só vão sair por lesão ou questão tática.

A força máxima rubro-negra, no entanto, não foi suficiente para abrir vantagem no primeiro tempo. Com Eduardo da Silva e Alecsandro no ataque, o Flamengo foi presa fácil para o trio defensivo do América-RN. Na segunda etapa, com os velozes Gabriel e Nixon, a situação melhorou.

- Mudamos depois no jogo porque eles foram jogar com três zagueiros. Tínhamos a informação, mas não conhecíamos os jogadores. Coloquei o Eduardo e o Alecsandro, mas depois apostei na velocidade para tentarmos o drible. Quando se tem três zagueiros, é preciso isso.


O sorteio para definir a ordem dos jogos entre Flamengo e Atlético-MG, na semifinal da Copa do Brasil, acontece na próxima sexta-feira, na CBF. Antes de voltar o foco para competição, o Rubro-Negro tem pela frente o Atlético-PR, domingo, na Arena da Baixada, em Curitiba, pela 29ª rodada do Brasileirão.


Confira os outros trechos da entrevista:


Alecsandro

- Está indo para um hospital na Barra, o doutor Runco vai para lá. Parece que teve um afundamento e deve ter que fazer uma cirurgia. É jogo de futebol, choque, não teve intenção do adversário. Vamos torcer para que seja só uma cirurgia para colocar no lugar e ele possa voltar.

 Semifinal entre grandes

- Um time que disputa a Copa Libertadores não pode perder o privilégio de jogar uma Copa. Agora, há esse direito e acho que é melhor. Depende da competência das equipes. Você vê que o jogo do Cruzeiro foi apertado, o nosso também. Agora, temos que esquecer a Copa do Brasil e focar nos três jogos do Brasileiro para avançarmos ainda mais e depois pensarmos no que vai acontecer na frente. Teremos um adversário difícil, uma equipe que há uns três anos já faz um trabalho muito bom, mas é só lá na frente.

Torcida

- A torcida do Flamengo no Maracanã inflama, vai junto com o time, mas tem que ter resposta, o time tem que chamar o jogo. Se não chamar, é complicado. Tem que ter um drible, uma jogada para esquentar.

Prioridade no Brasileirão?

- Agora, acabou. Temos que meter um pijama training e descansar. Faltam menos de dois meses para terminar e temos que estar focados, recuperar bem. Teremos três jogos em uma semana, vamos na quinta-feira para Manaus, e vamos tentar recuperar bem os jogadores. Tenho que ter essa preocupação. O João Paulo entrou por não ter o Pico na Copa do Brasil. Então, de repente vou dar uma preservada.

Bom momento

- Temos que ter paciência. O Flamengo não vinha jogando mal, mas não tinha o resultado. Ninguém analisa o que a equipe faz, mas, sim, o resultado. Falava para os jogadores que tínhamos que ter calma e as coisas iam acontecer naturalmente. Aconteceram. Mas é assim: ganhou, é muito bom; perdeu, você não presta. 
Preço dos ingressos

- A diretoria tem o projeto deles. Acho que preço de uma final deve ser diferente de um campeonato normal. Isso é em qualquer lugar. Se chegarmos na final, naturalmente tem que ter um preço maior. Mas tenho na minha cabeça, sempre respeitando as pessoas administrativamente, que a perda se recupera com conquistas. A melhor coisa que tem é ganhar. Assim, tudo fica melhor, o caminho para tudo. Se foi importante ter o torcedor ao lado... Se acharem que têm que aumentar, o problema é da diretoria, que assume o que faz. Eu tenho a minha opinião. Futebol se vive de conquistas. Não adianta o marketing fazer um monte de produtos. Se o time não ganhar, não vende nenhum.

Competições mata-mata

- É diferente. Jogamos com 1 a 0 a favor e se não esquecêssemos isso, íamos nos complicar. Começamos o segundo tempo indo para frente do adversário. É uma competição complicada. O América-RN teve chance de fazer gol, e se faz tudo muda. Um dos maiores exemplos de Copa é que o Real Madrid saiu para um time de quarta divisão na Copa do Rei. Não tem como explicar, no futebol o pequeno pode ganhar do grande.

Viagem para Manaus para pegar o Botafogo

- Essa viagem que é complicada, né? O desgaste é muito grande. Quatro horas para ir, para voltar, mais o traslado... São sete horas e meia de um ponto a outro dentro do Campeonato Brasileiro. Mas quem tem que intervir nisso aí não sou eu, é a CBF. É meio complicado isso aí. Estamos no final da competição, o desgaste físico é muito grande, mas tem que jogar. Vamos nos preparar e jogar.

Euforia da torcida

- A festa tem que acontecer depois do jogo. Durante o jogo, tem que apoiar a equipe. No final, quando ganha, tem que dar cambalhota, fazer tudo mesmo. Tenho experiência nisso, o Flamengo tem um exemplo disso quando tinha uma trabalho fantástico do Joel, achou que estava ganho e perdeu.

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