sábado, 18 de outubro de 2014

Há 10 anos no Flamengo, PV valoriza período


Filho do ex-jogador Vidotti, atacante revelado pelo Corinthians em 1980 e campeão sul-mato-grossense pelo Comercial, em 1985, Paulo Victor está no Flamengo desde 2004. Na época, com 17 anos, o goleiro viveu uma mudança radical em sua vida. Ainda como atleta de base, saiu do modesto Assisense, clube de Assis, sua cidade-natal, que fica no interior de São Paulo, logo para o de maior torcida do Brasil. Foram 10 anos entre chances e longos períodos no banco até assumir de vez o posto de titular com a chegada de Vanderlei Luxemburgo. Nessa trajetória, o arqueiro se profissionalizou em 2007, após conquistar dois títulos cariocas pelos juniores, e teve bastante tempo para se adaptar ao clube enquanto adquiria experiência na reserva.

- A torcida do Flamengo é uma torcida que sempre faz a diferença, sempre abraça o jogador. Eu tenho essa experiência, comigo não foi diferente. O caminho é difícil. Mas trabalhando, fazendo as coisas aproveitando o tempo certo, com certeza tudo começa a acontecer naturalmente. A torcida abraça o jogador junto. Na verdade, eu não me considerava reserva. Sabia que teria o tempo para amadurecer. E nem sempre é o tempo que a gente espera. Então, sabia que era necessário trabalhar muito para quando a hora chegasse, estar preparado - revelou.

Hoje, PV usa a camisa 48, mas é o número 1 do gol rubro-negro. No banco de reservas, está jovem César, de 22 anos, campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2011. Afirmando ter tido uma relação boa com todos os goleiros que teve como companheiros entre 2004 e 2014, Paulo Victor falou em especial do arqueiro que se profissionalizou há quatro temporadas. O titular admitiu conversar com seu reserva sempre que possível para contribuir com seu amadurecimento.

- Minha relação é muito boa com todos os goleiros. O César hoje está tendo essa oportunidade. Ele merece, é um excelente goleiro, uma excelente pessoa, de um caráter enorme. Sempre que posso tenho uma conversa com ele, para o amadurecimento, sabendo que eu já passei pelo que ele passa. Fiquei muito mais tempo que ele para virar a segunda opção. Sempre mostro para ele esse lado para amadurecer e crescer muito mais na profissão - disse.

Cesar goleiro no treino do Flamengo (Foto: Leandro Martins / Futura Press / Agência Estado)

Paulo Victor admite dar conselhor a reserva César (Foto: Leandro Martins / Futura Press / Agência Estado)

Lições de Luxa

Vanderlei Luxemburgo pode ser considerado um dos responsáveis diretos pela projeção de Paulo Victor no gol rubro-negro. Na penúltima passagem do técnico pelo clube, entre 2010 e 2012, PV se tornou o reserva imediato do então titular Felipe, herdando a vaga de Marcelo Lomba que foi emprestado ao Bahia. Foi titular por um tempo com Joel Santana, ainda em 2012, e retornou para o banco com Dorival Júnior. Com o afastamento do antecessor, o goleiro aproveita o espaço que tem na mídia, impulsionado pelas boas atuações no Brasileirão e na Copa do Brasil deste ano, para elogiar Luxemburgo.

- É um sonho ser treinador pelo Luxemburgo. Todos os jogadores de referência no futebol sempre falaram bem dele. Tive essa oportunidade em 2010, estou tendo novamente. Aprendo, porque é o cara que é amigo fora de campo, mas dentro de campo cobra mesmo, quer tirar o máximo do jogador. Com certeza, as coisas que ele passa vou levar para o resto da vida - disse.

Chance de título como titular

Após a vitória sobre o América-RN por 1 a 0, na última quarta-feira, no Maracanã, Paulo Victor se vê na semifinal da Copa do Brasil. Caso o Flamengo passe pelo Atlético-MG, terá Santos ou Cruzeiro na final. Se o título for para a sala de troféus da Gávea, além de ser a primeira vez na história da competição que uma equipe terá vencido duas vezes consecutivas, também será o primeiro título do goleiro como titular. Confiante e feliz pelo fato de o time ter jogado nos últimos meses sempre com bom público no Maracanã, o goleiro revelou perceber que os adversário sentem quando os flamenguistas cantam na arquibancada.

 - Sobre preço de ingresso eu não comento, isso é com a diretoria. Mas a gente observa os times que vêm jogar, eles sentem quando a torcida começa a gritar - respondeu.

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