O Flamengo fez o que parecia impossível, reverteu a vantagem de três gols do Coritiba e passou na disputa de pênaltis para as quartas de final da Copa do Brasil. Para Luxemburgo, a força necessária para a classificação veio da arquibancada do Maracanã. O técnico rubro-negro citou a evolução dos jogadores, disse que a equipe criou uma identidade, mas atribuiu a vaga heroica ao apoio incondicional dos flamenguistas, a quem chamou de "centroavante". E sem perder tempo, convocou todos para voltarem no sábado para a partida contra o Grêmio.
- Os jogadores estão de parabéns e a torcida, que é fantástica. Desde que cheguei, a torcida abraçou a equipe e tem ajudado bastante. Conhecemos bem o Flamengo. Se os jogadores em campo não correrem, não lutarem, o torcedor fica meio brabo. Eles estão correndo, criaram uma identidade, montaram uma equipe aguerrida e estão mostrando crescimento. É uma passagem importante. No Brasileiro, não é questão de moral. Nos sentimos bem ganhando. Vamos pensar agora no jogo de sábado e a Copa do Brasil fica bem lá para frente. Estamos nas quartas de final, conhecemos o adversário, mas vamos focar no sábado. É um confronto direto. Quero convocar o torcedor. Temos desfalques, perdemos dois jogadores neste jogo e vamos montar a equipe. Contamos com o nosso centroavante, que é o torcedor, para chegar na parte de cima da tabela - afirmou o treinador.
O Flamengo agora vai enfrentar o América-RN, que eliminou Fluminense e Atlético-PR para chegar até as quartas de final. A CBF ainda vai marcar as datas e sortear a ordem dos confrontos. Pelo Brasileirão, o Rubro-Negro, vindo de cinco vitórias seguidas, recebe o Grêmio neste sábado, às 18h30 (de Brasília), no Maracanã.
Confira outros trechos da coletiva de Luxa:
TIME RESERVA NO JOGO DE IDA
- Você já viu algum técnico no Brasil sem questionamento? Vai existir sempre, é assim que o Brasil funciona. Não tenho que dar resposta a ninguém, só ao Flamengo. Já estou maduro, experiente, para entender que as pessoas têm opiniões diferentes, mas não estão dentro do meu problema. Eu respeito, não tenho que rebater nada de ninguém.
MUDANÇA DE POSTURA
- Conseguimos o resultado com um postura que temos tido desde que cheguei. Fizemos um jogo ruim em Curitiba e aqui o time foi o mesmo, mas o comportamento foi outro. O time não foi desesperado em busca do resultado. Foi um time equilibrado. Não vi o Coritiba ter nenhuma oportunidade de contragolpe, porque estávamos bem posicionados. Não temos que nos expor. Só podemos fazer o segundo gol, depois do primeiro. O terceiro depois do segundo. A equipe mostrou uma maturidade muito grande, equilíbrio. As entradas do Everton e do Léo Moura era para ser no segundo tempo já pensando no jogo de sábado. A grande virtude desta equipe foi não deixar oportunidade de contragolpe.
EXPECTATIVA DE CLASSIFICAÇÃO
- Não calculo. Acreditávamos que poderíamos passar, mas sempre fui muito sincero nas entrevistas. Tenho experiência no futebol e já vivi situações importantes. Já vivi um jogo de seis minutos no Real Madrid, com um gol, posse de bola importante e passe para o Ronaldo ou o Zidade. A bola chegou e o Ronaldo sofreu o pênalti. Teve também uma final de Paulista pelo Santos contra o São Caetano que saímos a final com 2 a 0 contra, mas tínhamos a vantagem dos resultados iguais. Consegui deixar os jogadores leves, mas não vou dizer que calculei ganhar de três, depois nos pênaltis.
EDUARDO DA SILVA
- Agora, vão me cobrar para ele começar jogando. É sempre assim. É um jogador que está sendo bastante útil, está se sentindo feliz, e as pessoas insistem que tem que botar para jogar. Acho que já usei todos os jogadores do elenco, menos Mattheus, Igor Sartori e Cesar. Mostramos que temos elenco e temos que valorizar isso. Estamos no caminho certo.
PRECAUÇÃO NA BOA FASE
- Conheço o Flamengo, que vai do céu ao inferno rápido. Já falam em ser campeão, G-4, Copa do Brasil. Não temos que pensar lá em cima. Temos que pensar no confronto com o Grêmio, que é um confronto direto. Depois, vira o turno e vamos ver os pontos para sair da confusão. Não temos a melhor equipe do campeonato. Se tivéssemos, eu não estaria no Flamengo e o time seria líder. O Flamengo é um time planejado para sofrer em campo, marcar bastante e usar a velocidade. É a estratégia que criamos. Eu como torcedor do Flamengo estou dando cambalhotas, mas sou técnico. Vamos enfrentar agora uma fase muito aguda, onde tivemos problemas no início da competição. São muitos clássicos direto. Vamos trabalhar isso com calma.
GRÊMIO ELIMINADO DA COPA DO BRASIL
- O problema do Grêmio é do Grêmio, não posso trazer para dentro do meu trabalho. Eles têm uma grande equipe, perigosa, e vamos trabalhar em cima disso. Não quero entrar mais no mérito desse negócio que aconteceu. É meio complicado. Suspenderam o Grêmio, vai ser preso, isso, aquilo... As pessoas tiram proveito do futebol. É uma situação estranha. Não vi nada de racismo. Eu chega no Grêmio quando era treinador do Palmeiras e gritavam: "Luxa, via...". Homofobia. Como que é? O futebol está buscando uma situação, o Refis agora aí que é segmento de negócio. As coisas no futebol são ótimas para viver. Hoje, estou feliz. Vou dar cambalhota, tomar um vinho, dar um beijinho na minha neta...
BOA FASE DE EVERTON
- Eu já tinha tentado contratar o Everton algumas vezes. A estratégia que montei foi montar um time para hoje e para sábado. O único jogador que não trouxe foi o Chicão e o Samir, porque queria observar os dois. As pessoas falam que troquei, que tinha que botar o time titular, sei lá o que, mas nosso trabalho é um pouco diferente, mais estudado. Mas esse menino cresceu muito e pode buscar coisas boas no futebol brasileiro.
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