Começa nesta quinta-feira (07) uma série de reuniões entre a Globo e
os clubes do futebol brasileiro. O primeiro encontro será em São Paulo;
o segundo, no dia 12, no Rio de Janeiro. A emissora, principal
investidora do futebol no país, está preocupada com as quedas dos jogos
na audiência e pretende propor medidas para melhorar o apelo e o futebol
brasileiro.
A volta do formato mata-mata no Brasileirão é vista
com bons olhos pela emissora que, mesmo sem otimismo quanto a uma
mudança, colocará o assunto em pauta nos encontros. O UOL Esporte
apurou que o tema já foi discutido no final de 2013, quando a disputa
judicial entre CBF e Portuguesa criou indefinição sobre o formato que o
torneio teria em 2014. Modelos com mais de 20 clubes e fases de
mata-mata chegaram a ser esboçados pela transmissora do torneio.
A mudança, porém, não encontra apoio nos clubes. A própria CBF também
apoia a manutenção dos pontos corridos, utilizados na maioria dos
campeonatos nacionais europeus, e adotados no Brasileirão em 2003.
Para as equipes – com exceção de Corinthians e Flamengo – os encontros
servirão para abordar a divisão das cotas de transmissão no futebol
brasileiro. A partir de 2016, Flamengo e Corinthians passarão a receber
da Globo R$ 170 milhões/ano – R$ 60 milhões a mais do que o São Paulo,
do segundo escalão, e R$ 70 milhões a mais do que Palmeiras e coisa maldita,vasco, do
terceiro.
Em entrevista ao UOL Esporte na
última terça-feira, o presidente do Coritiba e principal articulador da
relação CBF/clubes, Vilson Ribeiro de Andrade, afirmou que a divisão
atual será contestada e rediscutida durante os encontros. O assunto já
foi debatido em reunião entre a emissora e clubes das Séries A e B do
Brasileiro no último dia 28.
A Globo, porém, já deixou claro que
não tem nenhuma intenção de alterar o modelo de divisão de receitas. A
empresa já avisou a vários clubes que os pagamentos são medidos com base
em audiência e retorno financeiro, e que isso não vai mudar.
"Se continuar com o modelo atual, o futebol brasileiro vai continuar com
o esvaziamento dos estádios e com o encaminhamento de grandes
instituições para a falência", afirma Antônio Luiz Neto, presidente do
Santa Cruz.
No encontro do dia 28, o presidente eleito da CBF,
Marco Polo Del Nero, pediu que os insatisfeitos com o atual modelo
elaborassem uma propostas por escrito de mudanças e apresentassem à
emissora em datas posteriores.
A reportagem tentou contato com
os presidentes dos clubes paulistas para falar sobre a reunião desta
quinta, mas não obteve resposta.
Gestão e investimentos
Além das divisões de cotas e do formato do Brasileirão, a emissora
também vai debater a gestão dos clubes. Preocupada com a qualidade do
futebol, pretende cobrar e discutir maiores investimentos nas categorias
de base e melhor administração financeira.
O diretor da Globo
Esporte, Marcelo Campos Pinto, é a favor da Lei de Responsabilidade
Fiscal, que tem como objetivo refinanciar as dívidas dos clubes. Outro
ponto defendido pela emissora é a criação de algum mecanismo que
minimize a saída dos principais jogadores do Brasil.
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