Depois de seis meses na Itália, a fase de adaptação já foi deixada para trás por Adryan. Agora, o ex-Flamengo foca na primeira temporada completa que poderá fazer pelo Cagliari,
clube ao qual está emprestado até o meio de 2015. Sem pensar se volta
ou não para ter mais chances no Rubro-Negro, o meia, de apenas 19 anos,
quer estar jogando bem independentemente do lugar. Como objetivo, os
Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. De fora do último título da
Seleção Sub-20, o Torneio de Toulon, ele, que sempre foi frequente nas
seleções de base, quer deixar para trás a falta de sequência e a lesão
que teve no joelho direito.
Levado ao time principal do Fla na
época de Vanderlei Luxemburgo, Adryan sente que a falta de sequência o
prejudicou no clube. No entanto, aponta a si mesmo como único culpado
pela não-permanência.
- No Flamengo, como em outros grandes
clubes, as coisas demoram para acontecer. Tive as minhas oportunidades,
aproveitei umas e outras não. Fui 50%. Não correu do jeito que eu
queria. Com certeza eu queria estar no Flamengo, arrebentando. Fiquei no
profissional por três anos e não me lembro de fazer quatro jogos
seguidos como titular. Não é por culpa de técnico, diretoria, de
ninguém. Me culpo por isso. Eu deveria estar mais preparado, jogar o que
sempre joguei na base. Mas a saída para o Cagliari foi no momento
certo. Espero me preparar mais, mas também não dá para ficar pensando
muito no Flamengo agora.
Pensando nas Olimpíadas, Adryan garante que o Cagliari pode ser uma vitrine além do futebol brasileiro.
-
Não é um clube de ponta, é mediano e muito bom para aparecer, fazer boa
campanha e abrir portas. Uma excelente entrada na Europa. Terminamos no
meio da tabela (nota da redação: apesar de não correr riscos no
fim, o Cagliari perdeu os três últimos jogos e ficou na 16ª posição do
Italiano, apenas quatro pontos acima da zona de rebaixamento),
sem sufoco. Jogar as Olimpíadas é uma meta, e vi tantos jogadores que
estavam na Europa e foram convocados (para o Torneio de Toulon). Não faz
diferença estar no Flamengo ou no Cagliari, o importante é estar bem.
Naturalmente a convocação vem.
O clube italiano tem
mais dois brasileiros no elenco: o lateral-esquerdo Danilo e o atacante
Nenê. Além deles, o chileno Pinilla foi um dos que ajudaram o
ex-rubro-negro em sua fase de adaptação. Para o início de pré-temporada,
que deve ser realizada no Norte da Itália, todos ainda vão conhecer o
novo comandante. O Cagliari trocou de treinador e trouxe o ex-Roma
Zdenek Zeman, tcheco.
Sobre o estilo de vida na
Itália, o meia admite dificuldades no começo e um certo receio após
conselhos do amigo e também jogador do Flamengo, Thomás, que passou uma
temporada no Siena e retornou há pouco ao Brasil.
-
Falei com ele, tivemos muito contato por telefone. Ele falou para mim
que os italianos são meio estranhos (risos). Passou a mesma coisa que eu
passei em relação à adaptação. No início foi difícil, mas tudo vai
normalizando. Aqui no Brasil é mais fácil de lidar, pessoal na Itália é
desconfiado. Mas quando a bola rola muda tudo. Já me sinto em casa e
estou até com saudades - finalizou o jogador, que se reapresenta nesta
segunda-feira, dia 7 de julho.
Adryan, à direita, em partida pelo Cagliari no Campeonao Italiano (Foto: Reprodução / Instagram)
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