Não fosse um clube de futebol e o Botafogo já teria fechado as
portas. Por mais forte e preocupante que pareça a afirmação, a análise
de economistas reflete a grave crise financeira que domina o Alvinegro.
Mais do que os quase R$ 700 milhões de dívidas, valor relativo a 2013, o
clube tem pouco poder de arrecadação (R$ 154,4 milhões brutos no ano
passado) e compromete somente em dívidas trabalhistas 5% a mais do que
consegue arrecadar.
Numa análise técnica da situação, o Botafogo é, hoje, um clube falido, sem condições de inverter a situação.
—
Se fosse uma empresa comum, seria considerada falida. A capacidade de
gerar receitas e ter lucro é insuficiente para equilibrar a situação —
decreta Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec do Rio.
O
professor vai além. Gilberto acredita que nem mesmo a renegociação das
dívidas com o Governo é capaz de solucionar o problema. Para ele, o fato
de a dívida ter saltado de R$ 237 milhões em 2008 para os atuais R$ 698
milhões reflete um erro na forma de gestão.
— Não é possível
imaginar que uma dívida que era inferior a R$ 300 milhões não foi
resolvida e agora será. O perdão da dívida seria a solução. A parte do
Governo pode ser facilitada, mas e o resto? — argumenta Gilberto.
Consultor
de marketing esportivo, Amir Somoggi vê os mesmos problemas apontados
pelo economista e acrescenta algo que considera fundamental na luta dos
clubes contra a crise financeira: a dificuldade de arrecadar mais.
—
O futebol do Botafogo teve prejuízo de R$ 80 milhões em 2013, o que é
70% a mais em relação ao ano anterior. E o clube não consegue deixar de
ser médio em arrecadação. Há uma irresponsabilidade com custos e as
receitas não são suficientes.
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