O
momento conturbado do Flamengo dentro de campo tem reflexo
direto fora das quatro linhas. Enquanto destacam a tentativa de
reorganização
financeira do clube por parte da diretoria, um grupo político com nomes
de peso
se mostra preocupado. O futebol, carro-chefe da instituição, saiu dos
trilhos. O time ocupa a penúltima posição do Brasileirão, teve o pedido
de renúncia do vice-presidente do departamento e as chegadas do diretor
executivo Felipe Ximenes e do técnico Ney Franco que, em cinco jogos,
soma três
empates e duas derrotas. Depois de uma reunião na noite desta
terça-feira, na
Zona Sul, os conselheiros e beneméritos aguardam o retorno do presidente
Eduardo
Bandeira de Mello, que está na França com chegada prevista para
sexta-feira,
para apresentar sugestões e possíveis ações.
Apesar de não ter caráter de intervenção, nos bastidores é clara a preocupação com o futebol. Assuntos como a condução da saída de Jayme de Almeida, a centralização exercida por Wallim Vasconcellos na pasta de vice do futebol, o poder de veto do vice de finanças Rodrigo Tostes em assuntos do departamento como contratações (quando avalia se o custo está dentro do orçamento) e até mesmo a contratação de Ney Franco foram tema de debate.
- O Wallim não queria ajuda, pois achava que o futebol era o brinquedo de uma pessoa só – criticou um membro da atual diretoria.
Divisão de poderes no futebol
Existe a ideia de dividir poderes no futebol. A pressão sobre Bandeira promete ser grande para um ajuste no departamento. Ao chegar na sexta-feira, o mandatário vai se deparar com a necessidade de indicar um novo vice, além de formar um conselho gestor, com mais dois ou três integrantes, que seriam responsáveis pela condução da pasta. Na prática, seriam três ou quatro vices de futebol, mas apenas um ocupando o cargo de forma oficial por conta do estatuto.
Futuro de Bandeira
Depois de dias afastados em meio à crise do clube, Eduardo Bandeira de Mello retorna nesta sexta. Nos bastidores, uma possível renúncia do presidente por conta de motivos particulares agitou a política rubro-negra. Bandeira nega, mas a família seria, sim, um peso suficiente para ele repensar o futuro.
O vice-presidente Walter D´Agostino foi quem ocupou a cadeira presidencial na ausência de Bandeira. E chegou a comentar com pessoas próximas que, caso o presidente deixasse o cargo, ficaria em dúvida entre assumir ou não. Pelo estatuto, seria dele a missão.
Ao mesmo tempo, o pilar e responsável pelas principais decisões do Flamengo como um todo é Luiz Eduardo Baptista. Na demissão de Jayme e contratação de Ney Franco, porém, Wallim foi quem tomou as decisões. À época nos Estados Unidos por conta de compromissos profissionais, Bap viu o circo pegar fogo à distância, sendo comunicado pelo telefone sobre o desenrolar dos fatos. Mas sem ouvir de um dos conselheiros do Flamengo:
- Que Deus ilumine o Ney Franco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário