quarta-feira, 4 de junho de 2014

Grupo político se reúne e prepara pacote de sugestões para Bandeira


Eduardo Bandeira no Ninho do Urubu (Foto: Carlos Mota)
O momento conturbado do Flamengo dentro de campo tem reflexo direto fora das quatro linhas. Enquanto destacam a tentativa de reorganização financeira do clube por parte da diretoria, um grupo político com nomes de peso se mostra preocupado. O futebol, carro-chefe da instituição, saiu dos trilhos. O time ocupa a penúltima posição do Brasileirão, teve o pedido de renúncia do vice-presidente do departamento e as chegadas do diretor executivo Felipe Ximenes e do técnico Ney Franco que, em cinco jogos, soma três empates e duas derrotas. Depois de uma reunião na noite desta terça-feira, na Zona Sul, os conselheiros e beneméritos aguardam o retorno do presidente Eduardo Bandeira de Mello, que está na França com chegada prevista para sexta-feira, para apresentar sugestões e possíveis ações.

Não existe tática de embate ou arquitetura política para as eleições que só acontecem em 2015. O resultado da reunião foi resumido por Flávio Godinho, que foi um dos nomes fortes da atual diretoria, mas deixou o cargo de vice-presidente de relações externas no ano passado: “O momento não é de dissidência, é de união”.

Márcio Braga eleição Flamengo (Foto: Nelson Veiga / Globoesporte.com)Estiveram presentes na reunião além de Godinho, Márcio Braga, Hélio Ferraz, Ronaldo Gomlevsky (candidato na eleição, que desistiu e apoiou a Chapa Azul), Bernardo Amaral, Rodrigo Dunshee de Abranches, Sergio Veiga Brito, Humberto Mota. O movimento se estende a outros conselheiros e beneméritos.

Apesar de não ter caráter de intervenção, nos bastidores é clara a preocupação com o futebol. Assuntos como a condução da saída de Jayme de Almeida, a centralização exercida por Wallim Vasconcellos na pasta de vice do futebol, o poder de veto do vice de finanças Rodrigo Tostes em assuntos do departamento como contratações (quando avalia se o custo está dentro do orçamento) e até mesmo a contratação de Ney Franco foram tema de debate.

- O Wallim não queria ajuda, pois achava que o futebol era o brinquedo de uma pessoa só – criticou um membro da atual diretoria.

Divisão de poderes no futebol

Existe a ideia de dividir poderes no futebol. A pressão sobre Bandeira promete ser grande para um ajuste no departamento. Ao chegar na sexta-feira, o mandatário vai se deparar com a necessidade de indicar um novo vice, além de formar um conselho gestor, com mais dois ou três integrantes, que seriam responsáveis pela condução da pasta. Na prática, seriam três ou quatro vices de futebol, mas apenas um ocupando o cargo de forma oficial por conta do estatuto.

Plínio Serpa Pinto, atual vice de relações externas, ganhou espaço com a saída de Wallim e deve ser um dos nomes indicados para esse conselho gestor. Na eleição de Patrícia Amorim em 2009, ele foi um dos concorrentes ao cargo de presidente e terminou em quarto lugar. Nos anos 90, trabalhou na administração de Kleber Leite.

Futuro de Bandeira

Depois de dias afastados em meio à crise do clube, Eduardo Bandeira de Mello retorna nesta sexta. Nos bastidores, uma possível renúncia do presidente por conta de motivos particulares agitou a política rubro-negra. Bandeira nega, mas a família seria, sim, um peso suficiente para  ele repensar o futuro.

O vice-presidente Walter D´Agostino foi quem ocupou a cadeira presidencial na ausência de Bandeira. E chegou a comentar com pessoas próximas que, caso o presidente deixasse o cargo, ficaria em dúvida entre assumir ou não. Pelo estatuto, seria dele a missão.

Ao mesmo tempo, o pilar e responsável pelas principais decisões do Flamengo como um todo é Luiz Eduardo Baptista. Na demissão de Jayme e contratação de Ney Franco, porém, Wallim foi quem tomou as decisões. À época nos Estados Unidos por conta de compromissos profissionais, Bap viu o circo pegar fogo à distância, sendo comunicado pelo telefone sobre o desenrolar dos fatos. Mas sem ouvir de um dos conselheiros do Flamengo:

- Que Deus ilumine o Ney Franco.

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