A remontagem idealizada por Ney Franco tem a pretensão de
transformar o Flamengo. Para migrar de presa fácil aos adversários à capacidade
de atropelar qualquer oponente, nas palavras do treinador, o time mudará a
postura e a cara. O compromisso dos jogadores aliado à iminente nova formação
tática é o dueto construído diariamente no período de preparação em Atibaia.
Que terá o primeiro teste neste sábado, o quinto dia da primeira parte do
período de preparação à retomada do Brasileirão, com um coletivo. O Rubro-Negro
renovado vem aí.
Conversas individuais com atletas, reuniões com o grupo e,
claro, trabalhos físicos, técnicos e táticos configuram o rol de medidas para
sair da zona do rebaixamento do Brasileirão a começar pelo confronto contra o
Atlético-PR, em 16 de julho, ainda em local indefinido. Ney Franco é claro.
Tudo o que viveu nos cinco jogos (três empates e duas derrotas) desde que
substituiu Jayme de Almeida tem de ficar no passado. Assim como a 19ª
posição...
- O Flamengo é uma equipe para atropelar e não ser
atropelada como foi contra o Cruzeiro (derrota por 3 a 0 na última rodada antes
da parada da Copa do Mundo). Essa é a nossa referência. Se voltarmos para o
Brasileiro com o mesmo nível que estávamos jogando, vamos ser atropelados.
Nosso desafio é preparar uma equipe para atropelar os adversários. Para isso,
temos que treinar muito. A entrega nos treinamentos tem de ser muito forte.
Você joga como se treina. Se for para campo treinar uma equipe sem intensidade,
sem volume, um treinamento sem cobranças, consequentemente, quando chegar ao
jogo, não dará certo. Não adiante só chegar no vestiário e gritar que vai ganhar.
É preciso se preparar – ensina o comandante.
Dois jogadores, em especial, foram chamados pelo treinador:
o goleiro Felipe e o lateral-esquerdo André Santos. O camisa 1 faltou a um
treino, ainda no Rio, e perdeu espaço a Paulo Victor. O número 27, em má fase, virou
alvo de parte da torcida.
- Aproveito a parada para definir algumas coisas. Individual
ou coletivamente. Falei com alguns de forma individual. André tem qualidade
técnica para jogar no Flamengo. Assim como outros jogadores, primeiramente,
precisa ter comprometimento com o trabalho. A conversa foi muito boa, de
cobrança, chegou ao nível de que se o atleta quer ficar no clube. Vamos
trabalhar com jogadores que precisam ter compromisso com o clube. Ele está
neste contexto. Ele quer ficar, gosto dele, ele chega para a segunda parte da
temporada melhor. Tecnicamente e emocionalmente. Mesma coisa com o Felipe. Ele
sabe que vai jogar quem tiver o melhor desempenho nos treinamentos e nos jogos.
Isso vale para todos. Felipe tem potencial, tem todas as condições de ser
titular. Tem um mês para treinar forte – detalha o chefe.
A mudança no time começou a ser implementada no treino
fechado de quinta-feira. Há chance de o sistema com três zagueiros virar o
principal a ser usado. Quem entra e quem sairá, porém, ainda é um mistério,
como diz Ney:
- Pode ter algumas mudanças, inclusive de sistema tático.
Aí, se pode dar oportunidade a outros jogadores que atuavam menos. O tempo de
30 dias de treinamento pode recuperar quem não vinha bem tecnicamente. Conheço
melhor o elenco. Treinadores têm maneira e preferência de tipo de atuação.
Porém, ao chegar ao clube, em alguns momentos, se tem de armar a equipe em cima
da característica dos jogadores. Fiz um estudo muito grande sobre isso.
É esperar para ver, afinal, o Flamengo tenta se reinventar.
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