Falta futebol, falta criatividade, falta tranquilidade e falta,
principalmente, gol. Em um começo de Brasileirão nada animador para o
Flamengo, a dificuldade da equipe para superar as defesas adversárias
tem chamado a atenção, e o sinal de alerta soa alto no Ninho do Urubu.
Em cinco partidas até agora, o Rubro-Negro fez gol em apenas uma -
contra o Palmeiras - evidenciando uma carência tanto nas finalizações
quanto na criação de jogadas.
Entre meias e
atacantes, Jayme de Almeida e Ney Franco testaram 11 peças diferentes no
setor ofensivo neste período (Paulinho, Alecsandro, Mugni, Gabriel,
Mattheus, Everton, Nixon, André Santos - improvisado -, Negueba, Arthur e
Hernane). Quase nada, porém, deu certo. Com exceção aos 45 minutos
finais do jogo com o Palmeiras, quando marcou três dos quatro gols que
tem no Brasileirão, o Flamengo tem demonstrado pouquíssimo poder de fogo
e é presa fácil para os adversários.
Os próprios
números provam isso. Com quatro gols, o Flamengo está empatado com
outros quatro times como 13º ataque na competição - apenas Chapecoense,
Criciúma e Figueirense balançaram as redes adversárias em menos
oportunidades. E o grande causador deste problema parece estar na
dificuldade para criar oportunidades. Com 53 tentativas, o Rubro-Negro é
somente o 12º time que mais finaliza no campeonato, e o 10º em
conclusões na reta do gol, com 31. Dono do melhor ataque, o Cruzeiro tem
10 gols, enquanto o Internacional, com 80 finalizações, é quem mais
incomoda os goleiros adversários.
A dificuldade para
superar defesas se dá muito pela falta de qualidade no passe demonstrada
pelo Flamengo até então. Com 198 bolas perdidas, o Rubro-Negro é o
terceiro time que mais erra passes na competição - atrás somente de
Botafogo e Fluminense. A dificuldade de encontrar uma peça que organize o
jogo no meio-campo é citada a cada partida ruim, e Lucas Mugni,
contratado para esta função, não consegue demonstrar regularidade.
Contra
o São Paulo, Ney Franco tentou aumentar a capacidade ofensiva da equipe
escalando Alecsandro e Hernane juntos, além do suporte de Everton e
Paulinho no meio-campo. Não deu certo. Lesionado, o Brocador saiu ainda
no primeiro tempo, e Rogério Ceni deixou o Maracanã sem sequer precisar
fazer uma grande defesa. O treinador fez uma análise da situação.
-
É um pouco de tudo. Por exemplo, no jogo com o São Paulo, que deve ser
referência pelo nível do adversário, criamos poucas oportunidades. Isso
envolve o aspecto tático, técnico e um pouco de sorte. Tivemos uma boa
oportunidade com o Everton, que bateu na trave. Não sei se é questão de
sorte ou capricho na finalização. Não podemos ignorar os números e temos
que melhorar muito o poder ofensivo. Tomamos um gol em que o Ganso
conseguiu escapar da marcação, o segundo nem conto muito, mas
defensivamente nos comportamos bem. Faltou força ofensiva. Temos que
reforçar o que deu certo e melhorar a parte ofensiva. Se não me engano,
foram só cinco finalizações ao gol (contra o São Paulo). É muito pouco
para nossos objetivos no Brasileiro.
O início de
Brasileirão do Flamengo é pior até mesmo que o de 2013, quando também
trocou técnico após a quarta rodada e demonstrou dificuldade para marcar
os gols. Na época, após cinco partidas, o time tinha cinco pontos e
cinco gols marcados. Desta vez, tem um gol e um ponto a menos, ocupando a
decepcionante 16ª colocação.
Em busca de gols e
tranquilidade antes da parada para Copa do Mundo, o Flamengo volta a
jogar na quarta-feira, diante do Bahia, às 19h30m (de Brasília), no
Moacyrzão, em Macaé, pela sexta rodada do Brasileirão.
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