quinta-feira, 3 de abril de 2014

Jayme celebra vitória com 'cara de Flamengo': 'Alma, coração e inteligência'

Jayme de Almeida Emelec x Flamengo (Foto: AP)Um clichê muito repetido por Jayme de Almeida na temporada passada voltou a ser utilizado para definir a vitória desta quarta-feira, por 2 a 1, sobre o Emelec, em Guayaquil, que fez a equipe renascer na Libertadores: "O Flamengo jogou com cara de Flamengo". Em alta por conta das apostas bem sucedidas nos antes relegados Welinton e Negueba, o treinador celebrou, e muito, o triunfo fora de casa pela quinta rodada do Grupo 7 da Libertadores, e não se privou de elogiar aos montes a postura de seus jogadores mesmo com cenário adverso e de pressão no Equador.

Bem postado na defesa, firme nas divididas e veloz nos contragolpes, o Flamengo superou seis desfalques e acabou com uma invencibilidade de quase sete meses do Emelec no estádio George Capwell (não perdia desde 13 de setembro). Agora, basta uma vitória sobre o León, quarta-feira, no Maracanã, para avançar às oitavas de final da Libertadores.

- Nossa proposta acabou dando certo. Tínhamos uma estratégia de marcarmos bem o Emelec e o problema grave na lateral. No caso do Welinton, cria do Flamengo, conheço desde garoto e sei que posso confiar, tem velocidade e força. Meu medo era o que aconteceu por não jogar há muito tempo. O Caicedo é muito veloz, mas foi uma escolha boa, deu conta do recado. No lugar do Everton, pensei no Lucas (Mugni), mas optei pelo Negueba, que está treinando bem, tem muita velocidade e ajuda na marcação. O mais marcante foi o espírito do grupo. Fez uma partida com alma, coração e inteligência. Fechamos bem a defesa, apostamos no contra-ataque e fomos felizes.

De moral elevado, o Flamengo retorna ao Rio de Janeiro na madrugada desta quinta-feira, em voo fretado com escala na Bolívia, e inicia a preparação para decidir o Carioca com o Vasco, domingo, no Maracanã. Dono da melhor campanha do estadual, o Rubro-Negro joga por dois empates para conquistar o 33º título de sua história.

Confira a íntegra da entrevista coletiva do treinador:

O JOGO

- Nossa proposta acabou dando certo. Tínhamos uma estratégia de marcarmos bem o Emelec e o problema grave na lateral. No caso do Welinton, cria do Flamengo, conheço desde garoto e sei que posso confiar, tem velocidade e força. Meu medo era o que aconteceu por não jogar há muito tempo. O Caicedo é muito veloz, mas foi uma escolha boa, deu conta do recado. No lugar do Everton, pensei no Lucas (Mugni), mas optei pelo Negueba, que está treinando bem, tem muita velocidade e ajuda na marcação. O mais marcante foi o espírito do grupo. Fez uma partida com alma, coração e inteligência. Fechamos bem a defesa, apostamos no contra-ataque e fomos felizes.

FORÇA DO EMELEC EM CASA

- Conhecíamos bem o Emelec. Jogamos contra e vimos uns cinco, seis jogos. Sabíamos que era um time forte aqui. Fizemos a estratégia de proteger a zaga e aproveitar os contra-ataques. O time foi guerreiro. O Emelec é forte, com jogadores habilidosos e rápidos. Demos um grande passo, mas não classificamos ainda. Para quem estava em último, uma vitória em Guayaquil dá uma força muito grande.

POSTURA NO SEGUNDO TEMPO

- Nosso segundo tempo estava controlado. O Emelec não conseguia entrar, mas em uma jogada de velocidade pela ponta saiu o pênalti. Preocupou porque o time deles veio para cima e sentimos um pouco o gol. O Welinton sentiu o cansaço, o Everton sentiu a coxa, mas os que entraram foram muito bem. Quando o Negueba entrou, o contra-ataque passou a sair e tirou o peso do Emelec de cima de nós. Na última bola, a jogada que tínhamos planejado aconteceu e o Paulinho fez o gol.

IMPORTÂNCIA DE ALECSANDRO

- Todos são muito importantes no grupo do Flamengo. Cada um na sua função. O Alecsandro tem mais experiência por ter sido campeão (da Libertadores). Ajuda na hora do jogo a experiência que tem. Todo mundo deu sua contribuição fantástica para um resultado que pouca gente acreditava. Foi do jeito do Flamengo, com alma e coração. Conseguimos.

INVENCIBILIDADE DO EMELEC EM CASA

- Sabíamos que ia ser bem difícil. O Emelec não perdia há tempo e é fortíssimo em casa. A torcida incentiva o tempo inteiro. Achei que deu certo a nossa estratégia de marcar bem e atacarmos. O gol no início nos ajudou muito, deu tranquilidade. O resultado prova que não estamos mortos. A competição não acabou. O Flamengo tem uma tradição fortíssima, muita garra e raça. Tudo que falaram de que estávamos fora, não ganharíamos aqui, nos motivou ainda mais para um jogo aguerrido, lutado. Temos que dar os parabéns ao time, que se comportou de uma maneira bonita.

ESPÍRITO DE LIBERTADORES

- O Flamengo jogou no ritmo e no jeito que se joga a Libertadores. Tem momentos que dá para jogar bonito, outros não. Acima de tudo, tem que ter muito coração, muita vontade, lutar o tempo inteiro. Os meninos se comportaram de uma maneira grande. Fico feliz por trabalhar com esse grupo que, desde o ano passado, vem surpreendendo pela forma acreditar que é possível. Não nos classificamos, sabemos que temos um jogo dificílimo contra o León, que é perigoso, mas essa vitória nos dá força para jogar no Maracanã com a torcida e lutar.

SUBSTITUIÇÕES

- O Muralha não estava marcando forte, e o Recife é um menino do juniores, que está começando, mas tem um poder de marcação muito bom. Queria reforçar o meio. As duas outras mudanças foram por contusão. O Welinton sentiu, não tínhamos outro lateral. Botamos o Chicão pelo meio, o Gabriel para bater com o lateral-esquerdo e fechamos. Controlamos bem. O Everton saiu e botei o Negueba, que é muito dedicado e rápido. Acho que deu certo e contou para vitória.

ERAZO NA RESERVA

- O Frickson é um menino que tenho o maior carinho, respeito e gosto muito. Mas tenho que respeitar o momento do Samir, que é muito bom. Eles estão disputando posição, e o Samir está muito bem. Não dá para mexer. O Frickson está esperando uma oportunidade como um profissional fantástico.


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