A Portuguesa desistiu de vez de recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça, e à Justiça Comum para tentar recuperar uma vaga na Séria A do Campeonato Brasileiro. A desistência se deu por causa da abertura de um inquérito por parte do Ministério Público de São Paulo, que tem como indiciados o STJD e a CBF.
A promotoria de direito do consumidor entende que não houve motivos
para a Portuguesa perder quatro pontos no Campeonato Brasileiro, como
decretou o STJD. A confederação e o tribunal esportivo têm dez dias para
apresentar esclarecimentos. Se os quatro pontos não forem devolvidos, o
MP deve entrar com Ação Civil Pública contra CBF e STJD.
No entendimento do promotor Roberto Senise Lisboa é muito provável
que, se o desfecho do caso beneficiar a Portuguesa, o Flamengo também
seja beneficiado - o rubro-negro também perdeu quatro pontos por escalar
irregularmente o jogador André Santos.
- A Portuguesa não precisa ir ao tribunal internacional, e não
precisa ir para a Justiça Comum - disse o vice presidente jurídico da
Lusa, Orlando Cordeiro de Barros. - A Portuguesa desde o início disse
que iria percorrer todo o caminho desportivo, e percorreu. O Ministério
Público é o fiscal da lei, e está fazendo seu papel dignamente.
O dirigente diz ainda que o trabalho do MP "amenizou" um pouco o
clima tenso no clube por conta do rebaixamento, mas que a Portuguesa
continua "prejudicada" pela situação.
- Temos que trabalhar com dois planos. O orçamento para a Série A é
um, para a Série B é outro. E por mais que tenhamos confiança no
trabalho do Ministério Público, não podemos contar que vamos jogar a
Série A. Na hora de contratar, fazemos isso com os dois pés fincados no
chão.
Por fim, Orlando morde e assopra o Fluminense, de quem a Lusa se
tornou uma espécie de rival na luta contra o rebaixamento após o fim do
torneio.
- O Fluminense foi extremamente hábil. Entrou como terceiro
interessado, participou do julgamento, não vejo nada de ilegítimo nisso.
Foi um ato de oportunismo. Mas não sei se a Portuguesa faria o mesmo,
se teria essa desfaçatez. Pessoalmente, eu não faria.
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