Após muita discussão sobre a utilização do Maracanã
até o início da Copa do Mundo, a Fifa e o Comitê Organizador Local (COL), em entrevista coletiva nesta quinta-feira, admitiram
que não vai haver limite de jogos até três semanas antes do Mundial, que
começará a ser disputado no dia 13 de junho. De acordo com o chefe de operações
da entidade máxima do futebol, Chris Unger, os jogos poderão acontecer normalmente.
- Existe um diálogo contínuo com a CBF. Não podemos interferir porque
não somos donos do estádio. Estaremos aqui por um período de tempo. O estádio
se torna nosso, entre aspas, três semanas antes do Mundial. A CBF e os clubes
locais têm autoridade e temos que respeitar – afirmou o dirigente.
Comitiva da Fifa e do COL visita o Maracanã na manhã desta quinta-feira (Foto: André Durão)
Por conta disso, o limite de jogos discutido no fim do ano passado não
será levado em consideração até meados de maio. Segundo Unger, a partir daí,
não acontecerão mais partidas no estádio. O primeiro jogo da Copa do Mundo no
Maracanã será entre Argentina e Bósnia, no dia 15 de junho.
- Monitoramos de forma bem detalhada a atividade que
acontece no campo. Temos um time de especialistas em gramados. E essa equipe
está visitando todos os estádios que serão usados na Copa.
Eles trabalham em
conjunto com a equipe de manutenção e existe uma recomendação em relação à
agenda de jogos. Três semanas antes do primeiro jogo em cada estádio não
teremos mais jogos. Nesse período começa a preparação final do estádio para a
competição.
Na manhã desta quinta-feira, cerca de 60 pessoas
iniciaram a visita no Maracanã. Foram 19 áreas de operações verificadas pela
comitiva da Fifa e do COL. Nos próximos dias, outras arenas serão vistoriadas
pelo grupo.
- Queremos melhorar a operação em relação à Copa das Confederações.
Muda-se muita coisa de uma competição para a outra. A tribuna e a sala de imprensa,
por exemplo, serão maiores. Teremos uma área de hospitalidade na Vila Militar
do outro lado do viaduto (perto da Quinta da Boa Vista) que não tivemos nas
Confederações. Tudo isso precisa ser visto – afirmou Tiago Paes, gerente de
integração operacional do COL.
De acordo com Tiago, essa nova área receberá cerca de dez mil pessoas
durante a Copa do Mundo. Além disso, o profissional do COL aproveitou para
falar das estruturas do parque aquático Julio Delamare e do estádio de
atletismo Célio de Barros, que serão mantidas no complexo do Maracanã. Segundo
o gerente, as duas instalações serão utilizadas durante o torneio.
- As duas instalações nunca saíram dos nossos planos. Estamos na décima
versão do projeto do estádio e sempre pensamos na utilização das duas. O Julio
Delamare será utilizado para a preparação do pessoal para a cerimônia de
encerramento no Maracanã – afirmou o dirigente do COL.
Questionado sobre o atraso nos outros estádios, Tiago Paes preferiu
responder questões apenas relacionadas ao Maracanã. O representante do COL
afirmou ainda que existe uma preocupação do comitê e da Fifa com possíveis
manifestações no período da Copa do Mundo.
- Essa é uma preocupação grande do COL e da Fifa, mas
também dos governos e das forças de segurança pública. Nós não temos
interferência nesses assuntos. Trabalhamos no deslocamento das equipes, das
pessoas que trabalham no estádio e isso tudo está sendo visto.
Após
a visita desta quinta-feira ao Maracanã, o grupo ainda vai passar pelos
seguintes estádios para visitar operacionais: Castelão, em Fortaleza,
Arena Pernambuco, em Recife, Arena Fonte Nova, em Salvador, Mineirão em
Belo Horizonte, e Mané Garrincha, em Brasília.
Incluindo a decisão da Copa do Mundo, no dia 13 de
julho, o Maracanã receberá outros seis jogos do torneio. A abertura do Mundial
será entre Brasil e Croácia, na Arena Corinthians, em São Paulo.
Na
próxima semana, com a presença do secretário-geral da Fifa, Jérôme
Valcke, a comitiva da entidade e do COL vai visitar os estádios de
Cuiabá, Manaus e Natal.
Sem bola na rede: com campeonatos parados, trave do Maracanã 'descansa' (Foto:André Durão)
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