Antes do jogo, a tabela mostrava o oitavo colocado do NBB
enfrentando o líder, vindo de dez vitórias consecutivas e, ainda por
cima, jogando em casa, em um Tijuca com um grande e ensurdecedor
público. Provocações eram ouvidas o tempo inteiro, principalmente no
banco de reservas, do tipo: "vocês sabem que não vão ganhar" ou "time de
segunda divisão". Todavia, indiferente a tudo isto, o Palmeiras veio ao
Rio para incomodar o Flamengo. Incomodou. E bastante.
Em
um autêntico clássico dos gramados, as equipes fizeram um duelo
acirrado, catimbado, quase brigado dentro de quadra, como na áspera
discussão entre Tyrone Curnell e Gegê no intervalo. O americano,
inclusive, veio para desnortear os rubro-negros, seja dentro do jogo ou
fora dele. Provocado, diversas vezes foi visto olhando para a torcida e
respondendo aos insultos, o que tiravam os flamenguistas do sério.
Mas
no fim das contas, com bons desempenhos de Marcelinho e Olivinha, o
atual campeão brasileiro provou que nos momentos decisivos a maior
experiência do seu plantel pesa. O bom basquete dos paulistas não foi o
suficiente para impedir a décima primeira vitória seguida do Rubro-Negro
na competição, desta vez, por 84 a 76. De consolo fica a corajosa
performance de um time notadamente inferior tecnicamente, mas que
conseguiu um feito que os demais adversários não haviam conseguido no
último mês: vencer o primeiro tempo (39 a 37).
Marcelinho, cestinha do Fla com 21 pontos, atrás de Neto, que marcou 25 para o Palmeiras (Foto: Celso Pupo / Ag. Estado)
- Quase bateu no aro. O jogo, aqui, a gente sabia que ia ser difícil, é a casa do Flamengo, time que tem muita qualidade. A nossa defesa foi muito bem no primeiro tempo, no segundo, nós tivemos algumas falhas, principalmente, no ataque, alguns jogadores sentiram o nível da partida e ficou meio complicado chegar no final com desvantagem aqui dentro fica muito difícil reverter. Mas foi uma boa partida para o nosso time - analisou o técnico palmeirense Betão.
Assim como no resultado positivo de segunda-feira sobre o Espírito Santo, Marcelinho foi o cestinha rubro-negro com 21 pontos e cinco assistências. Olivinha, com um primeiro quarto primoroso, bateu no aro para mais um duplo-duplo ao assinalar 17 pontos e nove rebotes - foi a segunda vez seguida que o ala/pivô fica a um rebote do quesito. Mas o cestinha do clássico foi o palmeirense Neto, autor de 25 pontos e seis passes decisivos.
Jogo duro, como a gente já esperava, muito físico. O time do Palmeiras
tem esta característica de intensidade, jogo bastante truncado, mas o
nosso time se adaptou. Nosso time, hoje, é muito versátil, a gente
consegue fazer um jogo de velocidade, cinco contra cinco. Temos muitas
variáveis, muitas formações e isso é muito bom. Foi gostoso. É sempre
muito bom poder jogar com o Tijuca desta forma. A torcida sempre vem,
mas, hoje, foi especial, até pela rivalidade contra o Palmeiras. Fica a
sugestão para que outras equipes de camisa entrem no campeonato - disse
Marcelinho.
No duelo argentino entre Stanic e Laprovittola, deu o rubro-negro (Foto: Celso Pupo/Agência Estado)
Na
próxima rodada, o Flamengo terá o Pinheiros pela frente. O clássico
colocará frente a frente Marcelinho e Shamell. O jogão será no sábado,
às 19h15m, novamente no Tijuca, com transmissão do SporTV. Já o
Palmeiras permanece no estado do Rio de Janeiro, onde enfrenta, no mesmo
dia, o Macaé, às 19h, no ginásio Juquinha, na região Norte-Fluminense.
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