Foi suado, literalmente. Para o novo reforço Tony Washam, apresentado
no intervalo, então, nem se fala. Acostumado com um clima bem mais agradável
que o do Rio de Janeiro, o americano sofreu do lado de fora. Em quadra, seus
companheiros passaram o mesmo sufoco para virar um jogo encardido e
conquistar sua 11ª vitória no NBB. Depois de um primeiro tempo apagado e com muitos
altos e baixos, os donos da casa encontraram o fôlego que faltou nos primeiros dez
minutos, contaram com Marcelinho e Cristiano Felício inspirados e decisivos no
terceiro período e venceram o Basquete Cearense, de virada, por 72 a 69 (35 a
34), nesta segunda-feira, pela 16ª rodada da competição.
Assim
como na partida diante do Mogi, no último sábado, o camisa 4
rubro-negro foi o cestinha com 19 pontos. Já Felício foi responsável por
12 pontos, nos 11 minutos em que esteve atuando. Os americanos Brown e
Devon foram os tormentos dos rubro-negros. O armador assinalou 18
pontos, enquanto o pivô marcou 17 e pegou dez rebotes.
- Foi
nítido que a gente não fez uma das melhores partidas do campeonato.
Comentemos alguns excessos de preciosismo. Quando as coisas estavam
simples, nós complicamos. Mas, o mais importante em uma competição desta
é vencer mesmo jogando mal. Vamos analisar o que erramos e o que
acertamos para nos preparamos para o jogo contra o Uberlândia e, quem
sabe, voltarmos com mais uma vitória - analisou o técnico José Neto.
As duas equipes voltam à quadra em datas diferentes. Enquanto
o Flamengo encara o Uberlândia na próxima quinta-feira, às 20h, no ginásio
Sabiazinho, no triângulo mineiro, pela 17ª rodada, o time cearense folga e só
volta a jogar pela rodada seguinte, contra o Mogi das Cruzes, às 19h, em casa,
no sábado.
Marcelinho
foi mais uma vez o destaque do Flamengo. Com 19 pontos, ele comandou
sua equipe a bater, de forma dramática, o Basquete Cearense por 72 a 69
(Foto: Marco Aurélio / Fla Imagem)
O JOGO
O calor insuportável que fazia no Rio de Janeiro conseguiu
afastar o torcedor do Flamengo, que compareceu em pequeno número ao ginásio do
Tijuca, mas não incomodou o time visitante.
Pelo menos na maior parte do primeiro quarto. Com Devon inspirado, o
americano anotou 13 pontos e pegou cinco rebotes, o Basquete Cearense imprimiu
um ritmo alucinante e superou a defesa rubro-negra.
O Basquete Cearense passeava em quadra e chegou a abrir 22 a
10 a poucos mais de dois minutos para o fim do período. Mas quando o cansaço
bateu, o técnico Alberto Bial trocou André Góes e Felipe, com duas faltas, por
Drudi e Matheus.
As mudanças surtiram efeito, mas negativo. A bola cearense
parou de cair, e as de três do Flamengo começaram a entrar. Primeiro com
Marcelinho, depois com Laprovittola. Consequentemente, a diferença que era de
12 pontos diminuiu para apenas seis ao fim dos primeiros dez minutos (22 a 16).
O apagão cearense continuou no segundo quarto. Com Devon no
banco e um time completamente diferente do que começou jogando, a equipe de
Bial continuou amassando o aro nos cinco primeiros minutos do período seguinte.
O americano até voltou à quadra, mas se machucou no seu primeiro lance e saiu
carregado para o vestiário.
O Flamengo não tinha nada com isso e foi tirando o prejuízo
até passar a frente pela primeira vez numa bola de três do ala Marcelinho. Somando
os quase três minutos finais do primeiro período com os poucos mais de cinco do
segundo, foram 15 pontos rubro-negros consecutivos contra nenhum do adversário.
Com 25 a 22 contra, Bial foi obrigado a parar o jogo outra vez e mudar o time
novamente.
Desta vez o pedido de tempo quebrou o ritmo dos donos da
casa, e as mudanças deram certo. Os erros mudaram de lado, e o Flamengo permitiu
que o Basquete Cearense anotasse oito pontos consecutivos para retomar a
liderança. Neto fez o mesmo e parou o jogo. A parada quebrou o ritmo
alucinante, a partida passou a ser lá e cá. No fim do primeiro tempo, a
vantagem de apenas um ponto foi rubro-negra.
O gás cearense do primeiro quarto mudou de lado, e o
Flamengo voltou arrasador no terceiro quarto. Principalmente Graças a
Marcelinho e o jovem Cristiano Felício. A dupla anotou nada menos do que 19 dos
27 pontos dos donos da casa no período e comandou o show do Flamengo.
Dos 12 pontos marcados pelo camisa 21 em apenas dez minutos,
quatro foram em duas cravadas sensacionais que levantaram o ginásio. O capitão
rubro-negro foi mais econômico e fez sete, distribuindo ainda duas
assistências.
Mas o calor era insuportável, e o Flamengo sentiu o ritmo
alucinante do terceiro quarto na volta para o último período. Em quase três minutos
de jogo, o time carioca anotou apenas um ponto num lance livre de Shilton, enquanto
a equipe cearense marcou oito e diminuiu a diferença para dois. Neto não perdeu
tempo e parou o jogo.
A parada atrapalhou as duas equipes, e o placar se manteve inalterado
por quase dois minutos. Até que Olivinha acertou sua primeira bola de três no
jogo e colocou o Flamengo seis pontos à frente. Mas o Basquete Cearense era
valente e não desistia. Em duas jogadas
dentro do garrafão, os visitantes encostaram novamente.
O Flamengo sentiu a reação do time de Bial e parou de
marcar. Jimmy aproveitou e empatou o jogo numa linda jogada individual. No
lance seguinte, Jerome Meyinsse recebeu falta a 32 segundos do estouro do
cronômetro e foi para a linha de lance livre. O americano errou o primeiro e
acertou o segundo.
A 16 segundos, o ala André Góes teve a
chance de colocar o
Basquete Cearense em vantagem com uma bola de três, mas errou o
arremesso e a
posse de bola voltou para os donos da casa. Marcelinho recebeu falta e
converteu os dois lances livres. Jimmy teve a chance de diminuir o
prejuízo
para apenas um ponto, mas desperdiçou um lance e, praticamente, jogou a
chance de ver a vitória fora. Felipe ainda teve a última oportunidade
para os visitantes, mas o arremesso de três do meio da rua
caprichosamente bateu no
aro.
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