O
filme era o mesmo, os personagens também e o roteiro terminou com a
cena final igual ao dos cinco episódios anteriores, com rubro-negros
sorrindo e macaenses frustrados. Assim como aconteceu nas partidas do
Campeonato Carioca em outubro, o Flamengo teve dificuldades para
confirmar seu favoritismo, mas, com um último quarto de cinema, acabou
vencendo o Macaé por 79 a 69 (33 a 37), em partida válida pela 13ª
rodada do NBB 6, na noite desta terça-feira, no ginásio Hélio Maurício,
na Gávea, que contou com um público fanático, apoiando a sua equipe
durante os 40 minutos. Entre eles, o ala Marquinhos, ainda em fase final
de recuperação de um edema ósseo na tíbia, que pôde ver uma faixa de
apoio a ele e ao armador Benite.
A nota preocupante foi a
entorse no tornozelo do pivô americano Meyinsse, ainda no aquecimento. O
jogador será reavaliado e não tem presença assegurada no próximo
sábado.
O ator principal do duelo foi Marcelinho, comandante
da virada rubro-negra no último período. O camisa 4 do clube da Gávea
assinalou 18 pontos, sendo que dois deles os da virada, que veio com uma
comemoração ao lado da torcida que há tempos não se via.
-
Sei que fiz um jogo ruim, de baixo aproveitamento, mas fico feliz de ter
podido ajudar no final a equipe a vencer. Mais feliz ainda por ter
atuado os 40 minutos e não ter sentido nada. Essa minha volta é uma
reconquista, recomeço - avaliou o jogador.
Marquinhos,
de boné no canto direito, assiste ao jogo do Flamengo sobre a faixa com
dizeres de apoio para ele e para o armador Benite (Foto: Fabio Leme)
Laprovittola, com 20, e Olivinha, com 17 pontos e 12 rebotes, levaram o
prêmio de atores coadjuvantes. Pelo lado Alvianil, Duda ganhou o destacado troféu
de "vilão" da trama com seus 29 pontos, o cestinha do jogo.
-
Foi uma batalha, estávamos bem, mas, novamente, sofremos um apagão no
último quarto. Às vezes falta bagagem para nossa equipe, como na final
do Estadual, onde levamos o jogo para a prorrogação e não fizemos nenhum
ponto nela. Isto é inadmissível. Mas estamos jogando bem e as vitórias
vão vir. Precisamos ter calma, pois há cobrança, como em qualquer time.
Sabemos que precisamos vencer - afirmou o camisa 10 do Alvianil.
As
duas equipes retornam à quadra no próximo sábado pela 15ª rodada. No
Tijuca, às 18h, o Flamengo recebe o Mogi das Cruzes. Já em Macaé, os
donos da casa enfrentam o Basquete Cearense, às 17, no ginásio Juquinha.
O outro capítulo desta saga já tem data, hora e local para o seu
lançamento: será no dia 5 de março, às 17h, na cidade norte-fluminense.
Flamengo e Macaé protagonizaram mais um jogão nesta temporada (Foto: Fabio Leme)
Flamengo começa mal ofensivamente, mas equilibra no fim e abre pequena vantagem
Como
em episódios anteriores da saga, o Macaé começou a partida com mais
ímpeto e dominando as ações. Querendo mudar o final do roteiro, Jamaal,
de dois, e de Márcio Dornelles, de três, deixaram os visitantes em
vantagem por 5 a 0. Repetindo os erros ofensivos de jogos contra o São
José e o Minas, o quinteto rubro-negro fazia as jogadas, mas errava nas
conclusões. Os primeiros pontos dos donos da casa só saíram com mais de
dois minutos pelas mãos de Olivinha e de longa distância. O
aproveitamento de dois foi tão ruim, que o Flamengo só acertou duas
bolas em todo o período.
Mesmo assim, nos três minutos finais
do quarto, principalmente após a entrada de Shilton no lugar de
Meyinsse, que não suportou a lesão no tornozelo, o Rubro-Negro teve uma
pequena melhora e conseguiu empatar e depois abrir uma pequena diferença
no placar, graças as cestas de três e a ineficiência do ataque
adversário (17 a 12).
Duda calibra a mão e comanda virada do Macaé
O
Flamengo voltou para o segundo quarto dando a impressão de que
aumentaria a vantagem ao fazer quatro pontos seguidos. Mas com uma
defesa agressiva e contra-ataques rápidos, o Alvianil tomou conta do
jogo. Zerado até então, Duda mostrou o porquê foi contratado para ser "o
cara". Com a mão calibrada, o camisa 10 acertou três bolas de fora e
fez 14 pontos no quarto, levando o Macaé para o vestiário com quatro
pontos de frente (37 a 33).
As
equipes voltaram do intervalo alternando cestas. Duda continuava
inspirado, sendo o ator principal do lado visitante. O "lixeiro"
Olivinha brilhava no quesito rebote-ponto pelo clube da Gávea, com ajuda
constante do coadjuvante Laprovittola, que armava a equipe e ainda
contribuía com pontos. Porém, com quatro minutos de quarto, após uma
dividida com Jamaal, Gegé foi ao chão, levou a pior e foi para o
vestiário com um corte profundo no olho direito. Uma falta técnica
levada pela comissão técnica carioca, no momento do atendimento ao
armador, colocou fogo no jogo, já que a torcida passou a ser o sexto
jogador. Sem se impressionar, os macaenses controlaram a pressão e
fecharam a parcial com os mesmos quatro pontos de vantagem (56 a 52).
Assim
como em um romance, suspense ou ação policial, um grande filme só
termina nos minutos finais e tendo como desfecho um protagonista, que
costuma roubar a cena e aniquilar o vilão. Esta parte da película coube a
Marcelinho todos os holofotes. Jogador mais experiente do Flamengo, o
ala chamou a responsabilidade e foi o responsável pela virada
rubro-negra, em uma cesta de dois pontos. O que mais chamou a atenção
foi sua corrida para a arquibancada, em uma comemoração que há tempos
não se via o camisa 4 fazer. Daí para frente, os donos da casa passaram o
carro por cima e aplicaram um sonoro 27 a 13 na parcial. Perdido, o
brioso "vilão" não suportou o melhor conjunto dos donos da casa e viu o
roteiro terminar com o mesmo final feliz para o atual campeão brasileiro
pela sexta vez consecutiva (79 a 69).
Torcida do Flamengo fez a diferença e ajudou o time a sair com mais uma vitória no NBB (Foto: Fabio Leme)
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