No
futebol, virou clichê negociações arrastadas serem rotuladas de
novela. E o desenrolar entre Flamengo e Elias ganhou ares de, ao menos,
uma série. Tratativas por email, ausência de um dirigente rubro-negro em
Portugal para negociar olho no olho com representantes
do Sporting, limitações financeiras e investidas de outros clubes foram
alguns dos capítulos. Publicamente, o discurso na Gávea está afinado:
não é possível ir
além dos valores, está muito difícil. Mas, ao mesmo tempo em que a
diretoria evita jogar a toalha, já foca alternativas e projeta
redirecionar o dinheiro que seria
investido no volante.
No Flamengo, um final infeliz para a novela não será surpresa. O Rubro-Negro foi ao seu limite financeiro e não chegou ao que o Sporting pretende para compensar o alto investimento feito em Elias. O clube português, então, abriu negociações com clubes do Brasil e do mundo.
No Flamengo, um final infeliz para a novela não será surpresa. O Rubro-Negro foi ao seu limite financeiro e não chegou ao que o Sporting pretende para compensar o alto investimento feito em Elias. O clube português, então, abriu negociações com clubes do Brasil e do mundo.
A proposta do Shandong Luneng, da China, seria a que teria despertado
maior interesse. Segundo notícias da imprensa portuguesa, o clube do
qual Cuca é treinador estaria disposto a desembolsar € 8 milhões - cerca
de R$ 25,5 milhões, o dobro do Flamengo (cerca de R$ 12,8 milhões).
O Flamengo tinha como trunfo o fim da janela europeia, no dia 31 de
janeiro,
diante da certeza de que o Sporting não tem condição de pagar o salário
de Elias. O jogador tem compromisso até 2016 com os portugueses.
Contratado em 2011 por € 8,8 milhões (R$ 26,8 milhões), o volante foi a
maior negociação da história do time de Lisboa, com salários de € 1,3
milhão ao ano (R$ 3,9 milhões na cotação atual) – cerca
de R$ 330 mil mensais.
No Rubro-Negro, o jogador já tinha acertado os novos vencimentos. Internamente na Gávea, a palavra
de ordem era paciência até o fim do mês, mas a investida dos chineses
praticamente sepultou as chances. O único caminho seria uma recusa do
próprio jogador ao contrato milionário. .
Inicialmente, o acerto diretamente com Elias chegou a ser tratado
pelo diretor executivo Paulo Pelaipe. Nas outras etapas, porém, o caso
passou para a cúpula da Gávea.
Alguns pontos marcam os bastidores da negociação. Depois de
conversas iniciais por telefone, as principais cartadas foram dadas adaptadas à
era digital, numa série de emails enviados aos mandatários do Sporting,
alguns deles saindo da caixa de mensagens do vice de futebol Wallim
Vasconcelos. Como envolve altos valores, a tratativa estava sendo
conduzida por Wallim que, no fim do ano passado, chegou a almoçar com
Eliseu Trindade, pai e representante de Elias, para começar a alinhar a
negociação. Representantes do setor de finanças do clube também
monitoraram as investidas.
O pai de Elias - que assumiu o papel de
interlocutor com o Sporting desde o primeiro momento - não acredita que a
ausência de um dirigente rubro-negro em Portugal possa ter atrapalhado,
mas, na terça-feira, admitiu que a presença in loco no momento crucial seria
positiva.
- O fato de nunca ter vindo alguém não atrapalhou, até porque a todo instante o próprio Sporting definiu que eu seria o interlocutor. De repente, agora seja o momento de alguém vir aqui (em Portugal), ter uma conversa olho no olho. Eu já trouxe a proposta do Flamengo, retornei com a do Sporting e os clubes estão conversando. Minha parte agora é o bem do Elias. A vinda de alguém aqui pode ser boa - admitiu Eliseu.
Na última vez que comentou sobre o assunto, em coletiva concedida do Ninho do Urubu no dia 8, Wallim admitiu a dificuldade na negociação e a distância do valor que o Sporting quer do
que o Flamengo ofereceu.
- A situação é difícil e a distância está muito grande entre nossa proposta e a pedida do Sporting. Hoje, diria que a negociação está paralisada - disse o vice de futebol, que desde a semana passada está em viagem aos Estados Unidos.
- O fato de nunca ter vindo alguém não atrapalhou, até porque a todo instante o próprio Sporting definiu que eu seria o interlocutor. De repente, agora seja o momento de alguém vir aqui (em Portugal), ter uma conversa olho no olho. Eu já trouxe a proposta do Flamengo, retornei com a do Sporting e os clubes estão conversando. Minha parte agora é o bem do Elias. A vinda de alguém aqui pode ser boa - admitiu Eliseu.
Na última vez que comentou sobre o assunto, em coletiva concedida do Ninho do Urubu no dia 8, Wallim admitiu a dificuldade na negociação e a distância do valor que o Sporting quer do
que o Flamengo ofereceu.
- A situação é difícil e a distância está muito grande entre nossa proposta e a pedida do Sporting. Hoje, diria que a negociação está paralisada - disse o vice de futebol, que desde a semana passada está em viagem aos Estados Unidos.
Presidente do Fla admite soluções alternativas
Em
evento realizado na Gávea na terça-feira, o presidente Eduardo Bandeira
de Mello comentou o assunto, negou um possível aumento de valores da
proposta,e já admitiu até mesmo em investir em outras opções. Mas com o lema de não jogar a toalha jamais:
- Nossa proposta é excelente e está no limite das nossas possibilidades. Não acredito que seja possível aumentar essa proposta, nem seria responsável. Nós temos esperança de que ele retorne para o Flamengo. (...) Se houver a possibilidade de ele ficar conosco, vamos exercer esse direito e ter o Elias de volta. Caso contrário, vamos procurar soluções alternativas.
Desde o ano passado, Elias assumiu discurso político, dizendo que gostaria de ficar no Flamengo, mas revelando carinho quando seu nome foi especulado no Corinthians. O Timão, inclusive, comentou sobre os altos e valores e já bancou que o Rubro-Negro também não teve sucesso na investida. Nesta terça, o presidente Mário Gobbi comentou o assunto:
- Gostaríamos muito de ter o Elias no Corinthians. Ele teve uma passagem vitoriosa aqui, mas os números que envolvem a transação dele são inviáveis ao futebol brasileiro, não só ao Corinthians. O Flamengo também queria ficar com ele e não conseguiu – afirmou Gobbi.
Redirecionamento de verba
Enquanto a novela Elias se desenrolava, o Flamengo tratava de outras negociações. Nos últimos dias, o clube apresentou Alecsandro, Feijão, Leo, Elano e Erazo. Antes, já tinha feito o mesmo com Everton.
O clube segue o mapeamento do mercado e começa a redirecionar parte da verba que seria investida em Elias na busca de novos reforços. O jogador do Sporting foi a projeção mais ousada da diretoria nas negociações, já que a política do clube, que segue tentando respirar em meio à asfixia financeira, é contratar pontualmente, mas sem abrir o cofre que anda combalido.
- Nossa proposta é excelente e está no limite das nossas possibilidades. Não acredito que seja possível aumentar essa proposta, nem seria responsável. Nós temos esperança de que ele retorne para o Flamengo. (...) Se houver a possibilidade de ele ficar conosco, vamos exercer esse direito e ter o Elias de volta. Caso contrário, vamos procurar soluções alternativas.
Desde o ano passado, Elias assumiu discurso político, dizendo que gostaria de ficar no Flamengo, mas revelando carinho quando seu nome foi especulado no Corinthians. O Timão, inclusive, comentou sobre os altos e valores e já bancou que o Rubro-Negro também não teve sucesso na investida. Nesta terça, o presidente Mário Gobbi comentou o assunto:
- Gostaríamos muito de ter o Elias no Corinthians. Ele teve uma passagem vitoriosa aqui, mas os números que envolvem a transação dele são inviáveis ao futebol brasileiro, não só ao Corinthians. O Flamengo também queria ficar com ele e não conseguiu – afirmou Gobbi.
Redirecionamento de verba
Enquanto a novela Elias se desenrolava, o Flamengo tratava de outras negociações. Nos últimos dias, o clube apresentou Alecsandro, Feijão, Leo, Elano e Erazo. Antes, já tinha feito o mesmo com Everton.
O clube segue o mapeamento do mercado e começa a redirecionar parte da verba que seria investida em Elias na busca de novos reforços. O jogador do Sporting foi a projeção mais ousada da diretoria nas negociações, já que a política do clube, que segue tentando respirar em meio à asfixia financeira, é contratar pontualmente, mas sem abrir o cofre que anda combalido.
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