sábado, 28 de dezembro de 2013

Bandeira reforça defesa do Flamengo, mas admite: 'Se voltasse, não escalaria'


Eduardo Bandeira de Mello coletiva Flamengo (Foto: Gustavo Roststein)Falar em arrependimento pode ser forte diante da firmeza com a qual o Flamengo defende seus argumentos. Entretanto, depois de duas derrotas por unanimidade no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, não há dúvidas em afirmar que André Santos não seria escalado para enfrentar o Cruzeiro, pela última rodada do Brasileirão, se a história pudesse ser reescrita. E quem admite isso é o próprio presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello.

Ao fazer questão de eximir seus advogados de culpa das derrotas no tribunal e até mesmo da escalação julgada como ilegal pelos auditores, o mandatário confessou que a presença do lateral em campo era desnecessária diante da falta de importância do jogo para a classificação da competição. O Flamengo já não corria mais riscos de rebaixamento, e o Cruzeiro era campeão com muita antecedência. Ainda assim, Bandeira de Mello fez um adendo: se fosse uma decisão, assumiria os riscos para contar com André Santos.

- Não temos nada a reclamar do departamento jurídico. Tínhamos certeza de estarmos certos. Ninguém é hipócrita. Depois do acontecido, se pudesse voltar atrás, não escalaria. Até porque o jogo não valia nada, era festivo, não tinha influência na tabela. Se pudesse voltar, sabendo que os auditores iam votar desse jeito, com certeza não repetiríamos a escalação. Se fosse um jogo decisivo, íamos bancar, porque sabíamos que estávamos certos.

A postura diferente caso tivesse uma segunda chance, no entanto, em nada significa que o presidente do Flamengo dá razão aos resultados nos tribunais. Seguro das teses defendidas pelo advogado Michel Assef Filho, Eduardo Bandeira de Mello reforçou a possibilidade de recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) e voltou a criticar a alteração do rumo do Brasileirão fora dos gramados.

- Vejo (a condenação) com tristeza. Tínhamos confiança de que nossa tese seria aceita, até por ter sido endossada por um especialista da Fifa. Temos certeza de que estamos certos e com a consciência de que agimos na lei. O caminho jurídico ainda vamos discutir com especialistas e tomar as decisões convenientes. Infelizmente, aconteceu e por termos uma reserva de pontos não fomos punidos (com o rebaixamento), mas é lamentável que o resultado do campo não prevaleça.

A última frase, por sinal, não é inédita. Não foram poucas as vezes que o rubro-negro criticou o Fluminense por se beneficiar do episódio envolvendo o Fla e a Lusa para escapar da Série B em 2014. Tais declarações, ocasionaram críticas do advogado tricolor, Mário Bittencourt, durante o julgamento de sexta-feira, no Pleno. Em determinado momento, ele citou a ação do próprio Rubro-Negro contra o Duque de Caxias, no Carioca, solicitando na Justiça os pontos da partida. A comparação, na opinião de Bandeira, é improcedente.

- Não houve nada disso. Eu nunca disse que jamais recorreria quando me sentisse prejudicado. Foi o que aconteceu no Carioca. Tivemos um gol confirmado pelo juiz, pelo bandeirinha, pelo auxiliar e pelas televisões. O juiz, aparentemente, com interferência externa resolveu anular o gol. Todo mundo confirmou e foi anulado. Quando é assim... Pelo contrário, é fazer valer um gol legal, que foi injustamente anulado. Aí, os clubes devem, sim. O que não foi esse caso, porque Flamengo e Portuguesa não tiveram dolo nenhum, não houve má intenção, não fizeram mal a ninguém. Repito: se for para permanecer na Série A, ser campeão ou chegar à Libertadores por expedientes burocráticos, não vamos exercer.

Na quinta rodada da Taça Rio deste ano, Flamengo e Duque de Caxias empataram por 1 a 1, em Moça Bonita. Na partida, o Rubro-Negro teve um gol legítimo anulado, após validação em um primeiro momento pela arbitragem. A situação fez com o clube cobrasse na Justiça os pontos da partida. A ação foi negada, e o time ficou fora da semifinal do Segundo Turno.

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