A expectativa para o duelo entre os campeões das duas
edições da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) era enorme. Mas a umidade
por conta da maresia vinda da Lagoa Rodrigo de Freitas, que tornou a quadra do
ginásio Hélio Maurício uma verdadeira pista de patinação, atrasou o clássico em
mais de duas horas. Os funcionários do Flamengo fizeram de tudo para contornar
o problema. Álcool, magnésio, mas nada adiantou. Após várias tentativas e muita
discussão, Bauru chegou a ameaçar não jogar por medida de segurança. Quando
parecia que o jogo seria adiado para domingo de manhã, os envolvidos chegaram a
um acordo e finalmente os times entraram em quadra para a disputa do
último jogo da fase final da LDB, que definiria o segundo do grupo B classificado
às semifinais da competição.
Mesmo com a vaga assegurada após a derrota do Pinheiros para
São José no jogo anterior, o Rubro-Negro precisava vencer para garantir o primeiro
lugar da chave. Do lado de fora, os jogadores do Bauru engrossaram a pequena
torcida que compareceu à Gávea, neste sábado, já que só uma vitória
dos cariocas levaria o Pinheiros à próxima fase. O pensamento positivo dos rivais deu certo, mas
a vitória dos donos da casa por 80 a 70 (68 a 68) só veio nos primeiros minutos
do domingo e na prorrogação, após muito indefinição e suor.
Jogadores e autoridades definem se jogo continuaria ou não no Rio de Janeiro (Foto: Marcello Pires)
Com 23 pontos e oito rebotes, Douglas foi o nome da vitória
do Flamengo. Cristiano Felício, com um duplo-duplo de 15 pontos e 17 rebotes, e
Diego, que anotou 19 pontos e seis assistências, também se destacaram. Pelo
lado de Bauru, Kesley, com 20 pontos e nove rebotes, e Ricardo Fischer, com 15
pontos, foram os maiores pontuadores.
Com o primeiro lugar do grupo B assegurado, o Flamengo
enfrenta o Brasília, segundo do C, neste domingo, às 19h, por uma vaga na
decisão da próxima segunda-feira. Minas Tênis, primeiro do C, e Pinheiros,
segundo do B, se enfrentam, às 17h, na outra semifinal.
O JOGO
Como a vitória assegurava a liderança do grupo, Paulo
Chupeta colocou Diego desde o início. Mesmo com sua formação titular, o Fla
começou sonolento. Já Bauru, que tinha a necessidade de vencer, entrou mordendo.
A pressão deu certo, e o time paulista rapidamente abriu 7 a 2.
Como numa briga de gato e rato, bastava os donos da casa
encostarem no placar para a equipe paulista dar o troco e se manter com uma
vantagem de três a cinco pontos. Foi assim o primeiro período todo. Com poucos escorregões
dos dois lados, os primeiros dez minutos sobreviveram ao calor, e Bauru ao
Flamengo, vencendo pela diferença mínima de um ponto (17 a 16).
O
segundo quarto começou parecido. Bauru abria três, e o Rubro-Negro
encostava. Com pouco mais de três minutos, os ânimos dos mandantes se
exaltaram contra a arbitragem. Punido com uma falta antidesportiva, Gegê
reclamou muito e levou uma técnica. Bauru só aproveitou dois dos quatro
lances
livre a que teve direito, e o Fla agradeceu.
Empurrada pela torcida, que acordou no ginásio Hélio
Maurício, a equipe carioca cresceu no jogo e chegou ao empate no marcador pela
primeira vez com Alef, que tinha acabado de entrar no lugar de Diego. No ataque
seguinte, Cristiano Felício aproveitou o rebote de um arremesso de Gegê e o
Flamengo assumiu a liderança pela primeira vez na partida.
O Bauru sentiu o golpe
e perdeu Ricardo Fischer perdeu a cabeça. Após reclamar de uma marcação, o
armador foi punido com uma falta técnica. Gegê se recuperou, aproveitou os dois lances e os
donos da casa abriram quatro pontos (29 a 25). A vantagem carioca, no entanto, durou pouco. Liderado por
Fischer, os paulistas reverteram a diferença e obrigaram Chupeta a parar o jogo.
O pedido de tempo quebrou o ritmo do time paulista, que foi para o vestiário
vencendo por apenas dois pontos (37 a 35).
Bauru voltou com uma defesa mais agressiva no segundo tempo
e logo abriu uma vantagem de seis pontos. Aos poucos, o time rubro-negro foi se
acertando no ataque e chegou ao empate em 48 a 48 a pouco mais de quatro
minutos do fim do terceiro período. O placar teimou em não mudar durante quase
dois minutos, até que Douglas aproveitou uma bobeada da defesa paulista, chegou
aos 15 pontos e recolocou os donos da casa em vantagem ao fim do quarto.
O último período
começou nervoso e com muitos erros para os dois lados. A equipe paulista era um
pouco melhor e conseguiu tirar a diferença de quatro pontos para deixar tudo
igual a cinco minutos para o fim do jogo. Mas uma jogada de três pontos de
Diego recolocou os donos da casa em vantagem. A partida era lá e cá, e o Bauru
chegou à igualdade.
Radamés tenta o arremesso marcado por Diego, do Flamengo (Foto: Caio Casagrande / Bauru Basket)
Os erros aconteciam dos dois lados, e o jogo seguiu igual
até os segundos finais. A 30 segundos do fim, os donos da casa tiveram a chance
de vencer, mas Chupeta errou um passe bobo e Bauru ganhou de presente a última
bola do jogo. O herói poderia ter sido Ricardo Fischer, mas o arremesso do
camisa 5 nem deu aro e o jogo foi para a prorrogação.
No tempo extra, mais erros e muito nervosismo. Com um minuto
de jogo, o mesmo Ricardo Fischer reclamou de falta e ganhou uma técnica. O
Flamengo aproveitou os dois lances livres e a passe de bola para abrir quatro
pontos de frente. Bauru diminuiu para dois com Gui Deodato, mas Douglas ampliou
novamente para o Rubro-Negro.
No lance seguinte, mas um vacilo de Fischer. Desta vez, o
armador paulista perdeu a bola para Diego que, de bandeja, colocou o Flamengo
com seis de vantagem. Em situação dramática,
Bauru foi para o tudo ou nada e se perdeu. Após mais de duas horas de
atraso, outras duas de bola em jogo e a prorrogação, o time carioca
levou a melhor e assegurou o primeiro lugar.
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