Diante de uma calorosa discussão sobre os preços dos ingressos da final
da Copa do Brasil, entre Flamengo e Atlético-PR, no Maracanã (com
inteira variando de R$ 250 a R$ 800), o vice-presidente de futebol do
clube carioca reagiu. Wallim Vasconcellos citou outros espetáculos de
entretenimento, como teatros e shows, e atacou aquele que, na visão do
dirigente, é o maior problema para o encarecimento dos bilhetes: a
meia-entrada.
- O governo do estado do Rio de Janeiro deveria sentar e rediscutir
isso. Qual o curso você tem direito a meia-entrada e qual não tem?
Porque conseguem fazer uma carteira, às vezes, nem fazendo o curso. O
melhor seria acabar com a meia-entrada, baixar os preços e todo mundo
conseguir pagar entrada cheia, mesmo quem não é estudante. Não é só no
futebol, são todos os espetáculos, como teatros e shows, que ficam nesse
mundo de mentiras. Temos que parar com essa mentira de que todo mundo é
estudante - afirmou o dirigente rubro-negro.
Wallim acredita que governo do RJ precisa rediscutir meia-entrada (Foto: Reprodução SporTV)
Também participando do "Arena SporTV", o narrador Milton Leite
concordou com o dirigente rubro-negro, destacou a importância dessa
questão e lembrou que os shows internacionais custam mais caro no Brasil
do que na Europa e nos Estados Unidos, e culpa a meia-entrada. Ainda
sugeriu que os clubes possam comunicar aos seus torcedores a faixa de
preço dos bilhetes em cada fase de um torneio como a Copa do Brasil.
- Por que a gente paga R$ 500 ou 600 por um show da Madonna ou dos
Rolling Stones no Brasil? Pela mesma questão do meio-ingresso. Se
comparar esses shows em qualquer lugar do país, é muito mais caro que na
Europa ou nos Estados Unidos. A meia-entrada no Brasil virou uma
vergonha. Por outro lado, não seria mais correto, antes de uma
competição como a Copa do Brasil, o clube anunciar os valores de cada
fase? O cara saberia que, ao chegar a final, ele estaria vendo um
espetáculo muito especial e pagaria um ingresso muito mais alto. Acho
que falta comunicação dos clubes - observou o narrador do SporTV.
Apontado como um clube modelo por fazer revolucionar o programa de
sócio-torcedor, como a questão da fidelização (o associado aumenta a
margem de desconto conforme comparece ao estádio), o Corinthians esteve
representado no debate por Raul Corrêa, diretor financeiro do clube. O
dirigente concordou com a sugestão de Milton Leite.
- Acho bem observado. Não há problema nenhum em fazer isso. Entre as
mudanças todas que o futebol está fazendo, essa pode ser uma,
tranquilamente. Até porque já sabemos o que vamos praticar. Quando
entramos na Libertadores, já sabíamos essas fases de preço. É questão de
pensar e discutir. Cada vez mais, nós teremos que ser transparentes com
o torcedor - respondeu o cartola corinthiano.
Raul Corrêa também comentou que as arquibancadas atrás dos gols, no
Pacaembu, possuem valores mais em conta. O dirigente garantiu que isso
se repetirá na Arena Corinthians.
Por fim, Wagner Vilaron foi outro a fazer coro sobre a meia-entrada ser
causadora da inflação nos preços dos ingressos. No entanto, o
comentarista chamou atenção para a falta de movimentação que busque
maior fiscalização ou mesmo a proibição de tal prática.
- Essa questão da meia-entrada, de fato, é uma farra, um absurdo, mas
você não vê nenhuma movimentação em nenhum setor da sociedade para
tentar coibir ou regularizar isso, para melhorar essa situação. Ao
contrário, muito pior, você vê o mercado se adaptando a isso. Então você
tem um evento que o preço justo é R$ 200, você coloca R$ 400 porque se
rendeu à farra. É como dizer: 'Não há o que fazer'. Isso já ficou
institucionalizado - comentou.
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