Felipe
perdeu noites e mais noites de sono em 2013. Por culpa do Flamengo, que
foi mal no Carioca e no Brasileiro, mas também por Maria Eduarda, a
primeira filha do goleiro, de pouco mais de dois meses. O fim de ano, no
entanto, tem sido de doces sonhos para o camisa 1. Duda começa a dormir
melhor, e o time pode conquistar o tricampeonato da Copa do Brasil na
noite desta quarta-feira, contra o Atlético-PR, às 21h50m (de Brasília),
no Maracanã.
Felipe tem a chance de chegar ao segundo título pelo clube – ganhou o Estadual de forma invicta em 2011. Mas seria o primeiro nacional. Conquista que o deixaria mais perto de Bruno, o último a passar com sucesso pelo gol rubro-negro. Com ele, que está preso pelo desaparecimento de Eliza Samudio, o Flamengo ganhou o tri estadual, 2007, 2008 e 2009, e o Brasileirão de 2009.
Felipe tem a chance de chegar ao segundo título pelo clube – ganhou o Estadual de forma invicta em 2011. Mas seria o primeiro nacional. Conquista que o deixaria mais perto de Bruno, o último a passar com sucesso pelo gol rubro-negro. Com ele, que está preso pelo desaparecimento de Eliza Samudio, o Flamengo ganhou o tri estadual, 2007, 2008 e 2009, e o Brasileirão de 2009.
- Quero
ocupar meu espaço no Flamengo como ele conquistou, por méritos. Quando
saiu o Julio (César), nenhum outro goleiro conseguiu se firmar. Só o
Bruno. Vou buscar isso com títulos.
A participação de Felipe na decisão da Copa do Brasil era incerta. Há 28 dias, ele passou por uma artroscopia no joelho esquerdo e correu o risco de ficar fora pelo resto da temporada. Recuperou-se uma semana antes do previsto e voltou logo na primeira partida da final, no empate por 1 a 1, em Curitiba.
A participação de Felipe na decisão da Copa do Brasil era incerta. Há 28 dias, ele passou por uma artroscopia no joelho esquerdo e correu o risco de ficar fora pelo resto da temporada. Recuperou-se uma semana antes do previsto e voltou logo na primeira partida da final, no empate por 1 a 1, em Curitiba.
Foi
a segunda cirurgia da vida do jogador. Mas não a mais séria. A
primeira, quando tinha quatro anos (hoje tem 29), ocorreu depois de uma
queda na praia de Itapoã, em Salvador. A fratura exposta no cotovelo
direito da criança gerou um diagnóstico preocupante.
- O
médico falou que tinha grande chance de ter algum problema no braço, de
não esticar todo, e hoje sou goleiro. Então não quero mais encontrar
esse médico (risos).
Mais uma vez, Felipe contrariou a
previsão médica. Às vésperas da segunda partida da decisão da Copa do
Brasil, o camisa 1 contou a história curiosa para a reportagem do
GLOBOESPORTE.COM numa entrevista no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste
do Rio. Na conversa, mostrou confiança na conquista do título, que pode
ser conquistado com um 0 a 0, mas também pediu respeito ao Furacão.
Tudo para que a única surpresa do fim do ano seja o Flamengo.
-
Eliminamos na Copa do Brasil três dos cinco primeiros do Brasileiro
(Cruzeiro, Botafogo e Goiás). Mostra que a equipe é forte, surpreendeu e
podemos coroar esse ano ruim com o título.
Felipe tem um título pelo Flamengo, o Campeonato Carioca de 2011 (Fotos: Richard Souza)
Confira a íntegra da entrevista:
Você está fechando o seu terceiro ano de Flamengo. Os dois últimos foram de dificuldades, mas o primeiro teve título carioca, classificação para a Libertadores. Que espaço você acha que já tem no coração da torcida?
Não tenho muita noção ainda. Só se começa a ter um pouco de noção quando se entra para a história do clube ganhando títulos importantes. Até agora infelizmente tenho um título só que foi o Carioca, mas chegando agora numa decisão, ganhando esse título aí, acho que o torcedor vai guardar um espaço no coração. Meu foco é esse. Desde que cheguei, em 2011, falei que queria entrar para a história do clube, tive um 2011 muito bom, de título carioca invicto, classificação para a Libertadores. De lá para cá, só brigando para não cair, perdemos títulos, algumas lesões me afastaram de alguns jogos. Mas estou podendo terminar 2013 da forma que eu sempre quis, disputando um título nacional importante. Vou dar meu máximo para que nesse jogo eu possa conquistar, dar essa alegria aos torcedores do Flamengo. São dois anos só sofrendo, estão merecendo um pouquinho de felicidade.
Quando você chegou, sabia que teria as comparações com o Bruno, principalmente depois que pegou os pênaltis (no Carioca 2011). Se você conquistar um título nacional, fica a dois estaduais de igualá-lo. Você pensa nisso? É uma meta sua?
Eu quero fazer meu trabalho, não estou aqui para ocupar espaço de ninguém. Quero ocupar meu espaço no Flamengo como ele conquistou, por méritos. Quando saiu o Julio (César), nenhum outro goleiro conseguiu se firmar. Só o Bruno. Vou buscar isso com títulos. Tenho a chance de conquistar o segundo título pelo Flamengo. Me apego muito nisso. Para entrar para a história, tem que conquistar títulos importantes. E a Copa do Brasil não deixa de ser um título importante. Sei que tenho o carinho de muitos torcedores, mas você não acaba agradando todo mundo. Tem sempre aquelas pessoas que vão contra, mas faz parte do futebol. Estou aqui dando o meu melhor para ajudar o Flamengo.
Esse
ano, nessa fuga da zona de risco, você fez partidas bem destacadas.
Houve os jogos contra o Inter, contra o Bahia, essa partida contra o
Corinthians de domingo. Partidas em que decidiu. Como é ser protagonista
em momentos ruins?
É bom. Você sabe que goleiro é assim. Quando a equipe precisa realmente, tem que aparecer. São jogos em que a gente sabia que derrota ou empate naquele momento seria muito ruim, poderia ficar muito próximo ou na zona do rebaixamento. É importante para o goleiro. É como atacante. Fim de jogo, o time precisa de gol, o atacante vai lá e decide. E o goleiro também. Nas partidas que o Flamengo mais precisou, eu pude ajudar. Espero na quarta-feira ajudar também.
Você está feliz com tudo que conseguiu até aqui no Flamengo? E com seu desempenho técnico ao longo desses anos? Tem muito mais a mostrar no clube?
A gente pode melhorar. Nunca pode se acomodar. O ano de 2012 foi muito complicado para mim, mas nesses três anos são 160 jogos (158 exatamente). São mais vitórias que derrotas. Goleiro tem que manter regularidade. É trabalhar, sei que posso muito mais. São mais dois anos de contrato, tenho contrato até dezembro de 2015. Não quero parar por aqui. Quero chegar a 300, 400 jogos, conquistar mais títulos, pois isso é importante para qualquer jogador. Ainda mais numa equipe grande como o Flamengo.
O diretor de futebol Paulo Pelaipe disse em recente entrevista que ninguém apostaria no Flamengo como finalista da Copa do Brasil. E você?
Sabíamos que teríamos de surpreender. Desde a pré-temporada estávamos apanhando, no primeiro turno surpreendemos muita gente, mas no segundo a equipe caiu de rendimento, houve troca de treinador. Começamos mal o Brasileiro, chegada de atletas que a torcida não queria. Foi um ano bastante complicado, mas de superação, mesmo com a equipe apanhando o ano inteiro. A equipe se fechou com o torcedor, diretoria e comissão técnica. Poderíamos ser a surpresa do fim do ano. Ainda mais que as equipes que estavam na Libertadores poderiam atuar. Eliminamos os três primeiros, os quatro primeiros do Brasileiro, mostra que a equipe é forte, surpreendeu e podemos coroar esse ano ruim com esse título.
Faz tempo que seu nome não entra numa polêmica, numa declaração forte, numa rede social. O que houve? Aprendeu?
É o momento também, né? Às vezes, você se expressa e dependendo da pessoa ela expressa da maneira errada. No Flamengo, qualquer coisinha vira um coisão. Ainda mais num momento ruim. A gente não poderia causar mais problemas. A gente sabe que o clube está passando por um ano de mudança, diretoria nova, coisas novas no Flamengo. A gente tinha que ficar focado em jogar, deixar de criar problemas. Não seria eu a causar. Falar as coisas certas, no momento certo, e no momento complicado não criar mais problemas.
Pretende extravasar em caso de título?
É bom. Você sabe que goleiro é assim. Quando a equipe precisa realmente, tem que aparecer. São jogos em que a gente sabia que derrota ou empate naquele momento seria muito ruim, poderia ficar muito próximo ou na zona do rebaixamento. É importante para o goleiro. É como atacante. Fim de jogo, o time precisa de gol, o atacante vai lá e decide. E o goleiro também. Nas partidas que o Flamengo mais precisou, eu pude ajudar. Espero na quarta-feira ajudar também.
Você está feliz com tudo que conseguiu até aqui no Flamengo? E com seu desempenho técnico ao longo desses anos? Tem muito mais a mostrar no clube?
A gente pode melhorar. Nunca pode se acomodar. O ano de 2012 foi muito complicado para mim, mas nesses três anos são 160 jogos (158 exatamente). São mais vitórias que derrotas. Goleiro tem que manter regularidade. É trabalhar, sei que posso muito mais. São mais dois anos de contrato, tenho contrato até dezembro de 2015. Não quero parar por aqui. Quero chegar a 300, 400 jogos, conquistar mais títulos, pois isso é importante para qualquer jogador. Ainda mais numa equipe grande como o Flamengo.
O diretor de futebol Paulo Pelaipe disse em recente entrevista que ninguém apostaria no Flamengo como finalista da Copa do Brasil. E você?
Sabíamos que teríamos de surpreender. Desde a pré-temporada estávamos apanhando, no primeiro turno surpreendemos muita gente, mas no segundo a equipe caiu de rendimento, houve troca de treinador. Começamos mal o Brasileiro, chegada de atletas que a torcida não queria. Foi um ano bastante complicado, mas de superação, mesmo com a equipe apanhando o ano inteiro. A equipe se fechou com o torcedor, diretoria e comissão técnica. Poderíamos ser a surpresa do fim do ano. Ainda mais que as equipes que estavam na Libertadores poderiam atuar. Eliminamos os três primeiros, os quatro primeiros do Brasileiro, mostra que a equipe é forte, surpreendeu e podemos coroar esse ano ruim com esse título.
Faz tempo que seu nome não entra numa polêmica, numa declaração forte, numa rede social. O que houve? Aprendeu?
É o momento também, né? Às vezes, você se expressa e dependendo da pessoa ela expressa da maneira errada. No Flamengo, qualquer coisinha vira um coisão. Ainda mais num momento ruim. A gente não poderia causar mais problemas. A gente sabe que o clube está passando por um ano de mudança, diretoria nova, coisas novas no Flamengo. A gente tinha que ficar focado em jogar, deixar de criar problemas. Não seria eu a causar. Falar as coisas certas, no momento certo, e no momento complicado não criar mais problemas.
Pretende extravasar em caso de título?
Não
tem como programar. É focar no jogo, o Atlético é uma grande equipe,
num belo ano, não dá para entrar com essa coisa de já ganhou. Após o
título, se conquistarmos, a gente vê o que faz.
Quando
o time passa por uma boa fase, como é o caso do time do Flamengo,
existe o discurso de que o grupo é unido, somos uma família. Felipe, se
levarmos em conta só o condomínio em que você mora, é bem verdade. Você,
Paulo Victor, Amaral, Hernane. Alguém mais mora aqui?
Não, por enquanto não. O grupo está unido não somente dentro de campo, mas fora também.
Se o Jayme quiser concentrar aqui dá, né?
Não, por enquanto não. O grupo está unido não somente dentro de campo, mas fora também.
Se o Jayme quiser concentrar aqui dá, né?
Tranquilo. É pertinho. Estamos a cinco minutos do clube. Não pega trânsito. Muito bom de morar, e a galera está feliz aqui.
Houve um momento na temporada em que realmente fechou o grupo. Foi o mal que acabou indo para o bem?
Querendo ou não foi a mudança que teve. Houve uma reunião dos atletas com a diretoria, com a presidência. E a gente queria saber o que tinha de errado. Eu fui um dos poucos que falaram naquela reunião. Falei que já tinham passado três grandes profissionais pelo clube, começou com o Dorival (Júnior), depois Jorginho e depois o Mano (Menezes). Havia alguma coisa errada e não poderíamos apenas culpá-los. Teríamos de tomar uma atitude para tirar o Flamengo daquela situação. Ou ia chegar outro treinador e sempre é mais fácil mandar um embora do que 35. Acho que a partir do momento que o Mano saiu, o Jayme assumiu, a equipe se fechou. Queríamos dar uma resposta para a gente mesmo, que a gente poderia estar numa situação melhor do que aquela e o resultado acabou vindo.
Coincidentemente, a partida que acabou mudando os rumos do Flamengo foi contra o Atlético-PR, no Maracanã, numa derrota por 4 a 2. Você acha que é coisa do destino o Atlético aparecer de novo?
As coisas começaram a melhorar, entre aspas, a partir dali. A gente acabou sofrendo uma derrota por 4 a 2, e a partir daí deu uma virada e vamos nos encontrar novamente. A gente espera que a virada não possa parar agora. Que continue, e que a conquista possa vir para coroar esse elenco que é maravilhoso. Depois de tudo que sofremos o ano inteiro, temos a oportunidade de dar alegrias para essa nação porque ela merece.
Você passou por um grande susto já nesse fim de temporada. Tudo ia muito bem, de repente você recebe a notícia de que teria de operar o joelho, chegou até a se emocionar com isso. Como viveu os 21 dias entre a cirurgia e poder voltar a jogar?
Foi complicado. A dor não era nem o que estava sentindo no momento, mas a dor de ficar fora. De saber que a equipe tinha condições reais de chegar numa final, que vinha jogando bem, e quando o Runco (José Luiz, médico do Flamengo) me deu a notícia que eu tinha que operar eu até aceitei. Não cheguei a chorar, fiquei contido ainda, mas na hora que fui conversar com o Jayme, com os companheiros, olhei e pensei que poderia estar no campo. Comecei a chorar mesmo. Foi um momento complicado da minha carreira, muito triste. Runco conversou comigo, disse que tinha feito a parte dele, que era para eu fazer a minha, me cuidar, seguir tudo à risca, e 21 dias depois eu consegui voltar a jogar, jogando bem. Muitas pessoas contestaram se eu teria condições de atuar, mas se não tivesse condições os médicos não deixariam eu jogar e muito menos o Jayme, que é um grande treinador. Tive que provar nos treinamentos que eu tinha condições de atuar.
Houve um momento na temporada em que realmente fechou o grupo. Foi o mal que acabou indo para o bem?
Querendo ou não foi a mudança que teve. Houve uma reunião dos atletas com a diretoria, com a presidência. E a gente queria saber o que tinha de errado. Eu fui um dos poucos que falaram naquela reunião. Falei que já tinham passado três grandes profissionais pelo clube, começou com o Dorival (Júnior), depois Jorginho e depois o Mano (Menezes). Havia alguma coisa errada e não poderíamos apenas culpá-los. Teríamos de tomar uma atitude para tirar o Flamengo daquela situação. Ou ia chegar outro treinador e sempre é mais fácil mandar um embora do que 35. Acho que a partir do momento que o Mano saiu, o Jayme assumiu, a equipe se fechou. Queríamos dar uma resposta para a gente mesmo, que a gente poderia estar numa situação melhor do que aquela e o resultado acabou vindo.
Coincidentemente, a partida que acabou mudando os rumos do Flamengo foi contra o Atlético-PR, no Maracanã, numa derrota por 4 a 2. Você acha que é coisa do destino o Atlético aparecer de novo?
As coisas começaram a melhorar, entre aspas, a partir dali. A gente acabou sofrendo uma derrota por 4 a 2, e a partir daí deu uma virada e vamos nos encontrar novamente. A gente espera que a virada não possa parar agora. Que continue, e que a conquista possa vir para coroar esse elenco que é maravilhoso. Depois de tudo que sofremos o ano inteiro, temos a oportunidade de dar alegrias para essa nação porque ela merece.
Você passou por um grande susto já nesse fim de temporada. Tudo ia muito bem, de repente você recebe a notícia de que teria de operar o joelho, chegou até a se emocionar com isso. Como viveu os 21 dias entre a cirurgia e poder voltar a jogar?
Foi complicado. A dor não era nem o que estava sentindo no momento, mas a dor de ficar fora. De saber que a equipe tinha condições reais de chegar numa final, que vinha jogando bem, e quando o Runco (José Luiz, médico do Flamengo) me deu a notícia que eu tinha que operar eu até aceitei. Não cheguei a chorar, fiquei contido ainda, mas na hora que fui conversar com o Jayme, com os companheiros, olhei e pensei que poderia estar no campo. Comecei a chorar mesmo. Foi um momento complicado da minha carreira, muito triste. Runco conversou comigo, disse que tinha feito a parte dele, que era para eu fazer a minha, me cuidar, seguir tudo à risca, e 21 dias depois eu consegui voltar a jogar, jogando bem. Muitas pessoas contestaram se eu teria condições de atuar, mas se não tivesse condições os médicos não deixariam eu jogar e muito menos o Jayme, que é um grande treinador. Tive que provar nos treinamentos que eu tinha condições de atuar.
Você chegou a achar que não daria mais ou sempre acreditou?
Você acredita não acreditando. Cheguei a falar várias vezes que vontade eu tinha. No jogo do Goiás (no Rio) acabei dando entrevistas, disse que tinha vontade de estar na final. Mas eu tinha que ser honesto não só comigo, mas principalmente com meus companheiros. Se estivesse em campo, tinha de ter condições de atuar para dar o meu melhor. E a última semana foi a mais complicada, ficava a ansiedade de estar chegando (o primeiro jogo contra o Furacão) sem saber se teria condições ou não, fazendo academia, fisioterapia. Só na terça pela manhã que eu tive a confirmação de jogar. Aí a ansiedade aumentou mais, tinha que mostrar que tinha plenas condições de jogar. Pude fazer um jogo bom, ajudar a equipe a sair com a vantagem e agora é confirmar tudo na quarta-feira.
Você é um atleta que se machucou muito pouco ao longo da carreira, né? Essa foi sua primeira cirurgia.Cirurgia grave essa foi a primeira. Os anos de 2012 e 2013 no Flamengo estão sendo atípicos. Não tenho histórico de lesão. Ano passado, eu cheguei a pegar dengue, machuquei a cabeça, no fim do ano tive uma lesão no pé e fiquei fora dos últimos jogos. E esse ano tive uma lesão no pé e agora essa do joelho. As lesões são poucas, sou profissional desde 2001, mas essa agora chegou a preocupar por ser a primeira cirurgia. Foi algo pequeno, que não me afastou muito tempo dos gramados.
Por falar em cirurgia, você passou por uma com quatro anos de idade, e o médico chegou a dizer que talvez não pudesse nem mais mexer o braço?
É. Eu tive uma fratura exposta no cotovelo quando tinha quatro anos, numa queda na praia de Itapoã, quando fui morar em Salvador com meus pais. O médico falou que tinha grande chance de ter algum problema no braço, de não esticar todo, e hoje sou goleiro (risos). Então não quero mais encontrar esse médico. Se encontrasse, não sei o que falaria para ele (risos).
Mas ele sabe onde você está certamente...
Deve saber. Deve pensar: acho que operei o braço daquele cara e hoje ele é goleiro. Ainda bem que passou, foi um susto só, mas não deixa de ser uma história engraçada. Imagina o cara passa e diz: fui seu médico, operei seu braço. Está bonzinho hoje, né? (gargalhadas).
Você acredita não acreditando. Cheguei a falar várias vezes que vontade eu tinha. No jogo do Goiás (no Rio) acabei dando entrevistas, disse que tinha vontade de estar na final. Mas eu tinha que ser honesto não só comigo, mas principalmente com meus companheiros. Se estivesse em campo, tinha de ter condições de atuar para dar o meu melhor. E a última semana foi a mais complicada, ficava a ansiedade de estar chegando (o primeiro jogo contra o Furacão) sem saber se teria condições ou não, fazendo academia, fisioterapia. Só na terça pela manhã que eu tive a confirmação de jogar. Aí a ansiedade aumentou mais, tinha que mostrar que tinha plenas condições de jogar. Pude fazer um jogo bom, ajudar a equipe a sair com a vantagem e agora é confirmar tudo na quarta-feira.
Você é um atleta que se machucou muito pouco ao longo da carreira, né? Essa foi sua primeira cirurgia.Cirurgia grave essa foi a primeira. Os anos de 2012 e 2013 no Flamengo estão sendo atípicos. Não tenho histórico de lesão. Ano passado, eu cheguei a pegar dengue, machuquei a cabeça, no fim do ano tive uma lesão no pé e fiquei fora dos últimos jogos. E esse ano tive uma lesão no pé e agora essa do joelho. As lesões são poucas, sou profissional desde 2001, mas essa agora chegou a preocupar por ser a primeira cirurgia. Foi algo pequeno, que não me afastou muito tempo dos gramados.
Por falar em cirurgia, você passou por uma com quatro anos de idade, e o médico chegou a dizer que talvez não pudesse nem mais mexer o braço?
É. Eu tive uma fratura exposta no cotovelo quando tinha quatro anos, numa queda na praia de Itapoã, quando fui morar em Salvador com meus pais. O médico falou que tinha grande chance de ter algum problema no braço, de não esticar todo, e hoje sou goleiro (risos). Então não quero mais encontrar esse médico. Se encontrasse, não sei o que falaria para ele (risos).
Mas ele sabe onde você está certamente...
Deve saber. Deve pensar: acho que operei o braço daquele cara e hoje ele é goleiro. Ainda bem que passou, foi um susto só, mas não deixa de ser uma história engraçada. Imagina o cara passa e diz: fui seu médico, operei seu braço. Está bonzinho hoje, né? (gargalhadas).
Falando
sobre o primeiro jogo contra o Atlético-PR. A maioria dos jogadores
gosta de ver os comentários do dia seguinte, as avaliações. Alguns
comentarista levantaram a possibilidade de a bola do gol do Marcelo ter
sido defensável. Será que o Felipe voltou cedo? Não
sei se você chegou a acompanhar as críticas. O que acha?
A pior bola para o goleiro é aquela que você consegue tocar nela. Se você toca nela, coloca na cabeça que se tocou dava para tirar. Se tivesse colocado a mão mais forte, talvez desse para tirar. Quando toquei, achei que tivesse desviado totalmente do gol. Mas o campo é escuro, a velocidade. Você pega um negócio desse tamanho (faz um círculo com as mãos para mostrar uma bola) e coloca a 126 quilômetros por hora. Não é fácil. Se toquei na bola, poderia sim ter defendido. Não me abateu, continuei fazendo o meu papel e pude ajudar a equipe a sair com a vantagem.
Voc revê os seus lances? Se cobra depois?
Eu gosto de ver, gosto de assistir programas, ver os comentários também. Não só quando vai bem. Críticas ajudam a melhorar. O preparador de goleiros também, o Wagner Miranda, mostra sempre os vídeos. A evolução do futebol é essa. A gente acompanha os adversários e nossos jogos. Assisto para ver se houve erros de posicionamento para evitar nos outros jogos.
Quais são os caminhos que o Flamengo tem que percorrer para passar pelo Atlético e levar esse título?
Não mudar nosso estilo de jogo. Vamos entrar com uma vantagem, mas é uma pequena vantagem. O Atlético tem uma equipe muito rápida, é bem complicada. Fora de casa joga melhor que em casa, atua muito bem. A gente não pode se apegar nisso, mas o Flamengo teve essa virada, soube jogar de igual para igual na Copa do Brasil. Eliminamos os três primeiros colocados e fizemos grandes jogos fora de casa também. Mesmo com o empate (0 a 0 dá o título ao Fla) a gente tem que jogar do nosso jeito, não jogar com o resultado. Às vezes, você joga para empatar e acaba perdendo. O Flamengo está experiente com isso, crescemos muito ao longo da competição e estamos preparados para fazer um grande jogo.
Quando o time tem o 0 a 0 como vantagem é comum escutar que se o goleiro não levar gol é campeão. Isso é pressão extra ou estímulo?
Os dois. Terminou o jogo contra o Atlético, cheguei no vestiário e já tinha umas 15 mensagens no telefone falando que o 0 a 0 é nosso (risos). Parentes, amigos e torcedores. Soa como combustível, mas também é uma cobrança. Acho que vale, sei que tenho que trabalhar mais ainda, estar ainda mais focado. Sei que posso dar uma grande contribuição para o time.
A pior bola para o goleiro é aquela que você consegue tocar nela. Se você toca nela, coloca na cabeça que se tocou dava para tirar. Se tivesse colocado a mão mais forte, talvez desse para tirar. Quando toquei, achei que tivesse desviado totalmente do gol. Mas o campo é escuro, a velocidade. Você pega um negócio desse tamanho (faz um círculo com as mãos para mostrar uma bola) e coloca a 126 quilômetros por hora. Não é fácil. Se toquei na bola, poderia sim ter defendido. Não me abateu, continuei fazendo o meu papel e pude ajudar a equipe a sair com a vantagem.
Voc revê os seus lances? Se cobra depois?
Eu gosto de ver, gosto de assistir programas, ver os comentários também. Não só quando vai bem. Críticas ajudam a melhorar. O preparador de goleiros também, o Wagner Miranda, mostra sempre os vídeos. A evolução do futebol é essa. A gente acompanha os adversários e nossos jogos. Assisto para ver se houve erros de posicionamento para evitar nos outros jogos.
Quais são os caminhos que o Flamengo tem que percorrer para passar pelo Atlético e levar esse título?
Não mudar nosso estilo de jogo. Vamos entrar com uma vantagem, mas é uma pequena vantagem. O Atlético tem uma equipe muito rápida, é bem complicada. Fora de casa joga melhor que em casa, atua muito bem. A gente não pode se apegar nisso, mas o Flamengo teve essa virada, soube jogar de igual para igual na Copa do Brasil. Eliminamos os três primeiros colocados e fizemos grandes jogos fora de casa também. Mesmo com o empate (0 a 0 dá o título ao Fla) a gente tem que jogar do nosso jeito, não jogar com o resultado. Às vezes, você joga para empatar e acaba perdendo. O Flamengo está experiente com isso, crescemos muito ao longo da competição e estamos preparados para fazer um grande jogo.
Quando o time tem o 0 a 0 como vantagem é comum escutar que se o goleiro não levar gol é campeão. Isso é pressão extra ou estímulo?
Os dois. Terminou o jogo contra o Atlético, cheguei no vestiário e já tinha umas 15 mensagens no telefone falando que o 0 a 0 é nosso (risos). Parentes, amigos e torcedores. Soa como combustível, mas também é uma cobrança. Acho que vale, sei que tenho que trabalhar mais ainda, estar ainda mais focado. Sei que posso dar uma grande contribuição para o time.
E disputa por pênaltis? É uma possibilidade (em caso de novo 1 a 1). Como é para você?
A gente sabe que é meio a meio. Você escuta que goleiro não tem obrigação de pegar pênaltis, mas você sabe que não é assim. Você vê os companheiros fazendo os gols, tem que fazer a sua parte também. Das vezes que participei de disputas de pênalti pude vencer todas. Espero que não precise ir para os pênaltis. Que a gente possa fazer uma grande partida e a gente possa vencer no tempo normal. Se for, tenho que estar preparado. A cobrança vai ser maior ainda por sempre ter me saído bem nas disputas, me destacado. Vou torcer para que os companheiros possam fazer o trabalho deles, mas a equipe está bem focada para conseguir o título nos 90 minutos.
Sabe de cabeça as disputas de pênalti que participou?
Como profissional, a primeira foi contra o Botafogo, na Copa do Brasil de 2008. E foram duas do Carioca de 2011, contra Botafogo e Fluminense. Foram essas. (Nota da redação: Felipe também participou da decisão da Taça Rio de 2011, contra o vasco. Não pegou nenhum pênalti, mas o Fla venceu e conquistou antecipadamente o Carioca).
Você lembrou que nessa campanha o Flamengo eliminou o Cruzeiro, o Botafogo, o Goiás, times que estão na parte de cima da tabela do Brasileiro, são todos bons times. Que peso teve jogar no Maracanã para que tudo isso acontecesse e que peso terá decidir em casa? É justo criar uma expectativa maior positiva por decidir no Maracanã?
O Maracanã é a casa do Flamengo, historicamente. A gente pega nossos jogos no Maracanã, são poucas derrotas. No Maracanã, o Flamengo joga diferente. Isso é notório. A mudança foi no jogo contra o Cruzeiro. Todo mundo achando que porque o Cruzeiro tem a melhor equipe do Brasil, quando a gente chegou no Maracanã, viu 55 mil pessoas, todos os jogadores criaram aquele algo mais, conseguimos fazer o gol aos 41, 42 (vitória por 1 a 0, gol de Elias). A partir dali, a torcida começou a comparecer mais nos jogos, a gente vê que dez dias antes da final todos os ingressos já tinham sido vendidos. A gente sabe que o Maracanã vai estar lotado, o torcedor se anima, mas sabemos que só isso não ganha a partida. Nós temos de fazer a nossa parte.
A gente sabe que é meio a meio. Você escuta que goleiro não tem obrigação de pegar pênaltis, mas você sabe que não é assim. Você vê os companheiros fazendo os gols, tem que fazer a sua parte também. Das vezes que participei de disputas de pênalti pude vencer todas. Espero que não precise ir para os pênaltis. Que a gente possa fazer uma grande partida e a gente possa vencer no tempo normal. Se for, tenho que estar preparado. A cobrança vai ser maior ainda por sempre ter me saído bem nas disputas, me destacado. Vou torcer para que os companheiros possam fazer o trabalho deles, mas a equipe está bem focada para conseguir o título nos 90 minutos.
Sabe de cabeça as disputas de pênalti que participou?
Como profissional, a primeira foi contra o Botafogo, na Copa do Brasil de 2008. E foram duas do Carioca de 2011, contra Botafogo e Fluminense. Foram essas. (Nota da redação: Felipe também participou da decisão da Taça Rio de 2011, contra o vasco. Não pegou nenhum pênalti, mas o Fla venceu e conquistou antecipadamente o Carioca).
Você lembrou que nessa campanha o Flamengo eliminou o Cruzeiro, o Botafogo, o Goiás, times que estão na parte de cima da tabela do Brasileiro, são todos bons times. Que peso teve jogar no Maracanã para que tudo isso acontecesse e que peso terá decidir em casa? É justo criar uma expectativa maior positiva por decidir no Maracanã?
O Maracanã é a casa do Flamengo, historicamente. A gente pega nossos jogos no Maracanã, são poucas derrotas. No Maracanã, o Flamengo joga diferente. Isso é notório. A mudança foi no jogo contra o Cruzeiro. Todo mundo achando que porque o Cruzeiro tem a melhor equipe do Brasil, quando a gente chegou no Maracanã, viu 55 mil pessoas, todos os jogadores criaram aquele algo mais, conseguimos fazer o gol aos 41, 42 (vitória por 1 a 0, gol de Elias). A partir dali, a torcida começou a comparecer mais nos jogos, a gente vê que dez dias antes da final todos os ingressos já tinham sido vendidos. A gente sabe que o Maracanã vai estar lotado, o torcedor se anima, mas sabemos que só isso não ganha a partida. Nós temos de fazer a nossa parte.
Vamos
voltar ao jogo contra o Atlético-PR, a derrota para o 4 a 2. Com o Mano
pedindo para sair, princípio de crise, você esperava ter um fim de ano
que fosse ser tão bom?
Eu não estava no jogo, estava me recuperando ainda da lesão, estava em casa. Quando vi o 2 a 0, pensei: ganhamos o jogo, dá para dar uma recuperada, vamos ter uma semana para trabalhar. Não vi mais um jogo. Depois recebi um telefonema no dia seguinte: “o Mano saiu!”. Falei: "pô, o Mano saiu? Mas ganhamos o jogo". Não, perdemos de 4 a 2. A partir daquele momento, já começamos a ver quem ia assumir. Acho que foi o momento mais delicado da temporada, não só pelos outros dois treinadores que passaram, mas pelo momento, próximo de um final, time brigando contra o rebaixamento. A primeira visão que veio foi de um fim de ano muito ruim, mas ainda bem que isso não aconteceu. A partir daquele jogo a gente teve uma virada monstruosa, a equipe se fechou com o Jayme e de lá para cá foram só alegrias.
O Flamengo se livrou do rebaixamento com duas rodadas de antecipação, está perto de conquistar um título de Copa do Brasil, voltar à Libertadores e aí vai ter churrascão no condomínio rubro-negro?
Eu não estava no jogo, estava me recuperando ainda da lesão, estava em casa. Quando vi o 2 a 0, pensei: ganhamos o jogo, dá para dar uma recuperada, vamos ter uma semana para trabalhar. Não vi mais um jogo. Depois recebi um telefonema no dia seguinte: “o Mano saiu!”. Falei: "pô, o Mano saiu? Mas ganhamos o jogo". Não, perdemos de 4 a 2. A partir daquele momento, já começamos a ver quem ia assumir. Acho que foi o momento mais delicado da temporada, não só pelos outros dois treinadores que passaram, mas pelo momento, próximo de um final, time brigando contra o rebaixamento. A primeira visão que veio foi de um fim de ano muito ruim, mas ainda bem que isso não aconteceu. A partir daquele jogo a gente teve uma virada monstruosa, a equipe se fechou com o Jayme e de lá para cá foram só alegrias.
O Flamengo se livrou do rebaixamento com duas rodadas de antecipação, está perto de conquistar um título de Copa do Brasil, voltar à Libertadores e aí vai ter churrascão no condomínio rubro-negro?
A
ideia é essa (risos). Terminar o ano com um pouco de alegria. A gente
vem sofrendo há dois anos com risco de rebaixamento, sem título, mas
podemos terminar com tranquilidade, com título. A gente sabe que merece
muito.
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