Em
meio à polêmica de preços dos ingressos para o segundo e decisivo jogo
pela Copa do Brasil, dia 27, diante do Atlético-PR, no Maracanã, o
Flamengo afirmou que não cogita mexer nos valores - que variam de R$ 250
a R$ 800 (para quem
faz parte do programa sócio-torcedor há desconto de 40% sobre esses
preços, com as entradas variando de R$ 150 a R$ 480). Em entrevista
coletiva na manhã desta terça-feira, na sede da Gávea, o gerente de
marketing do clube, Fred Luz, fez estimativas de que a renda da grande
decisão seja de até R$ 9 milhões. A carga total de ingressos será de
72.301 (incluindo gratuidades e entradas para torcida do Furacão). O
dirigente disse ainda que tentará uma solução caso a torcida adversária
não esgote os bilhetes.
- Não
trabalhamos com essa possibilidade (de reduzir os valores). Não sei nem se é possível, acho que
não. O jogo vai lotar. A
procura está enorme - afirmou Fred Luz.
O gerente de
marketing fez projeção da renda da grande final. E disse que tentará
arrumar uma solução caso o cenário da semifinal com o Goiás se repita.
Na ocasião, milhares de cadeiras destinadas à torcida visitante ficaram
vazias.
- Estimativa de renda é entre
R$ 8 e 9 milhões. Vai depender muito de qual vai ser a solução para
questão do setor visitante. Estamos tentando um caminho para que a
torcida do Flamengo compre os ingressos não utilizados. Garantir
segurança dessa forma é muito fácil. Perdemos dinheiro, e o custo disso é
estratosférico - afirmou Fred Luz.
Durante o evento,
organizado para anunciar a possibilidade de migração de sócio do clube
para sócio-torcedor no plano Raça, o mais barato, a custo de apenas R$
10 (para confecção da carteirinha), Fred Luz apresentou estudo para
tentar justificar o reajuste. Com base em estudos, o dirigente revelou
que a estimativa é de que cerca de 80% dos bilhetes para decisão sejam
vendidos com meia-entrada e argumentou que, diante disso, o preço médio
chegará a R$ 121,95.
Ainda
com base nestas informações apresentadas em planilha, Fred comparou o
valor da decisão da Copa do Brasil com o de outras partidas importantes
no cenário nacional nos últimos anos. Levando em conta particularidades
do Rio de Janeiro, como direito a gratuidade, a média paga por quem
acompanhou Flamengo x Santos, na despedida de Neymar, na primeira rodada
do Brasileirão, foi de R$ 109. Já no confronto que praticamente
decretou o título nacional, domingo, contra o Grêmio, os cruzeirenses
desembolsaram em média R$ 90,03. O recorde nesta relação de custo, de
acordo com os rubro-negros, vem da final da Libertadores deste ano,
entre Atlético-MG e Olímpia: R$ 250, 65.
Assim como o
presidente Eduardo Bandeira de Mello, Fred Luz disse que o Fla não pode
se privar da oportunidade de fazer caixa e reforçou não ter dúvidas de
que o Maracanã estará lotado.
- O Flamengo não está em
condições de dispensar recursos, nem ser incentivador para que isso seja
distribuído para pessoas que não tenham nada a ver com o Flamengo. O
clube chegou à decisão graças a Deus, ao esforço de todos, jogadores,
pessoas do futebol, mas vamos precisar de reforços. Temos um drama
violento que já vivemos em 2013, esperamos melhor em 2014, mas
precisamos melhorar a capacidade financeira. Nossa torcida é "a"
torcida. É fiel, deseja as mesmas coisas que nós, e precisamos deles.
Montamos a tabela de preços considerando que vamos lotar o estádio.
O
discurso do diretor de marketing foi pautado também na necessidade de
inibir a ação de intermediadores para que os ingressos cheguem aos
torcedores. Tendo o jogo com o Grêmio, que valeu o título Brasileiro de
2009, como exemplo, Fred Luz falou que o Flamengo está somente
transformando em lucro para o clube um valor que já era normalmente
cobrado no mercado ilegal.
-
No Flamengo x Grêmio, os ingressos foram esgotados muito rapidamente e
foram vendidos a R$ 120, R$ 150, até R$ 400... A diferença é que o
Flamengo não ganhou esse dinheiro. É um jogo muito especial, não
podemos tratar como o do Goiás. É um jogo atípico, e temos que ter a
responsabilidade de criar valor dentro do Flamengo. Se coloca mais
barato, os aproveitadores vão furar fila, vão comprar e vender pelo
valor certo, que não virá para o Flamengo. Assim, perdemos a capacidade
de investimento.
A teoria de que o aumento do valor
mudaria o perfil do torcedor presente nos estádios também foi rebatida
por Fred Luz. Para o diretor, a maior diferença estará nos setores mais
caros e não nos que são destinados ao "povão".
- É
difícil de responder. Não temos uma clareza de qual seja o perfil desta
distribuição. Nossa leitura é de que é um grupo muito pequeno. O
torcedor cotidiano que vai a um jogo irá a esse, em sua grande maioria. O
torcedor que vai a todos os jogos, também precisa de uma renda. Vou ao
jogo, vejo as pessoas e, a grosso modo, as pessoas são as mesmas. A
diferença pode estar nos camarotes e não lá atrás dos gols, embora possa
acontecer.
Por fim, Fred esquivou-se de falar sobre os questionamentos do Procon a respeito do reajuste. O Flamengo já foi notificado pelo órgão e terá que prestar esclarecimentos na quarta-feira.
-
Não sou a pessoa que cuida disso. Esse assunto deve estar com a
presidência e o departamento jurídico. Presto informações quando sou
demandado, mas não sei exatamente como o clube está tratando disso no
momento.
A comercialização de ingressos para a
partida entre Flamengo e Atlético-PR, dia 27, no Maracanã, teve início
na segunda-feira para sócios-torcedores do plano Paixão+, o mais caro,
mas ainda não há parcial de vendas.
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