Além da possível greve dos jogadores do Náutico
em função do atraso no pagamento dos direito de imagem de alguns
atletas, outro assunto repercutiu no clube pernambucano nesta
quinta-feira: a chegada da “mala branca”. O possível incentivo
financeiro, dado por outros clubes para que a equipe possa vencer seus
jogos neste fim de Campeonato Brasileiro, levantou uma série de
especulações. Mas o fato é que o próprio gerente de futebol do Náutico,
Lúcio Surubim, admitiu que algumas pessoas ligadas a outros clubes
estiveram com alguns jogadores para fazer propostas financeiras.
- Oficialmente o Náutico não teve nenhuma participação nisso, é questão
dos jogadores com algumas pessoas que compareceram para conversar com
eles. Não passou nada pelo clube, até mesmo porque não surtiu efeito, já
que não aconteceram os resultados esperados por outros clubes (em jogos
anteriores) - disse o dirigente ao “SporTV News”,
citando ainda que o fato já teria ocorrido no jogo contra o Fluminense,
no último dia 14, pela 34ª rodada, quando Tricolor carioca venceu o
Náutico por 2 a 0 no Maracanã.
Mesmo que o incentivo seja para vencer seus jogos, os jogadores do
Náutico envolvidos poderiam ser punidos no Superior Tribunal de Justiça
Desportiva por receber dinheiro de um terceiro clube. A pena pode chegar
a quatro anos de suspensão, além de multa de até R$ 100 mil, com base
nos artigos 237 e 238 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O
mesmo caberia a quem teria feito a promessa ou pagamento. Lúcio Surubim
defende a prática.
- Isso é a coisa mais natural do mundo quando se chega numa reta final
como essa, em que vários clubes estão envolvidos. Isso aconteceu na
minha época, está acontecendo agora e vai acontecer futuramente.
Particularmente, não vejo nenhum problema nesse tipo de situação, não se
está oferecendo dinheiro para ninguém fazer uma coisa errada, é um
dinheiro para fazer o que você já vai fazer naturalmente, seria
recompensado por uma situação que já ia acontecer. Recebi esses
incentivos, todos os ex-jogadores de futebol já passaram por uma
situação como essa e já devem ter recebido sem problema nenhum, não vejo
nada demais - concluiu.
O goleiro Ricardo Berna,
um dos líderes do movimento Bom Senso FC e do grupo de jogadores do
Náutico que anunciou a reivindicação do elenco alvirrubro, admitiu a
existência da prática no futebol, mas acredita que esse assunto pode
servir apenas para tirar o foco do problema existente no Timbu.
- A mala branca é uma prática que não é novidade para ninguém, o
incentivo para que outros clubes menos estimulados sempre aconteceu, não
podemos ser hipócritas de não admitir isso agora. O que não se pode é
valorizar mais o assunto do que tem importância, o foco não é esse nesse
momento, e qualquer um que direcione para esse lado quer tirar o foco
principal.
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