O Flamengo inicia a disputa pelo título da Copa do Brasil, na noite desta quarta-feira, contra o Atlético-PR, em Curitiba. E para falar da volta por cima do Rubro-Negro, o site oficial da Fifa publicou entrevista com o técnico Jayme de Almeida. No texto, de título "Jayme e o sucesso da humildade", o treinador, que ocupa o cargo há apenas dois meses, fala da insegurança ao substituir Mano Menezes, e ao comentar o sucesso de seu trabalho, divide méritos com torcida e jogadores.
- Ninguém esperava a saída do Mano. A insegurança foi total. No
início, foi muito duro. A coisa começou a melhorar na partida com o
Botafogo. A gente conversou mais com o grupo, colocou algumas coisas no
sentido de a gente se fechar mais, ser mais parceiro. A torcida também
foi ao Maracanã, e a gente não esperava tanto torcedor. A torcida do
Flamengo resolveu fazer como ela sempre faz, dando apoio irrestrito, e o
time correspondeu. A partir daí, a coisa começou a clarear. Os
jogadores perceberam que a dificuldade era grande, e todos nós tínhamos
que ser um pouco mais humildes, pensar um pouquinho mais no todo, deixar
de lado vaidades e dar o melhor de cada um em prol de um coletivo. A
proposta foi bem aceita, eles perceberam que era um momento bem difícil
do clube e começaram a fazer. Agradeço que eles tenham entendido e
aceitado - afirmou o comandante rubro-negro, destacando que a transição
da defesa para o ataque é a principal virtude do Flamengo taticamente.
Jayme falou ainda sobre a sua relação com os jogadores e disse que
conhecer bem o clube e também ter sido atleta facilitaram as coisas para
ele.
- Os jogadores me respeitaram bastante. Estou aqui no Flamengo, nesta
passagem atual, há três anos. Eles me conhecem bem, sabem da seriedade
quando têm que trabalhar, que eu gosto de brincar na hora de brincar, e
eles percebem isso. A gente tem que estar preparado para jogar. As
oportunidades aparecem. Tem que respeitar o companheiro que estiver
jogando, mas quando a oportunidade aparecer, tem que estar bem para
poder entrar e dar conta do recado. Essa minha filosofia eles conhecem
há muito tempo. Eles percebem no dia a dia que eu procuro tratá-los com
todo o respeito, não dando privilégio a ninguém, mas respeitando cada
um, sua história, e o sonho de todo mundo jogar e ser feliz no futebol.
Ressaltando o orgulho de ser técnico do Flamengo, Jayme diz que pouca
coisa mudou na sua vida nesses últimos dois meses. O treinador, porém,
não esconde a satisfação por ter dado sua contribuição para o time, até
então desacreditado, chegar onde chegou.
- A gente sempre sonha para isso, mas a coisa aconteceu de uma
maneira que a gente não esperava. Graças a Deus, a coisa está andando. A
gente poder estar numa final de Copa do Brasil, que é um campeonato
difícil, dá muito orgulho. Por eles, pelos meninos. É legal estar neste
momento junto com eles e ter conseguido ajudar de alguma forma a eles
chegarem onde chegaram - disse.
Sobre o futuro à frente do Flamengo, Jayme diz que ainda não está
pensando nisso, e que, por ora, seu único objetivo é ajudar o time a
conquistar o título da Copa do Brasil.
- Meu compromisso com o Flamengo vai até o fim do ano. Minha
preocupação é chegar a 8 de dezembro com duas vitórias. A gente está
lutando para isso, para ser campeão da Copa do Brasil e para terminar o
ano bem no Brasileiro. A partir de 8 de dezembro, a gente vai sentar e
conversar. Não estou pensando, por enquanto, em nada que não seja a
decisão da Copa do Brasil e o fim do Campeonato Brasileiro.
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