quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Promessas decepcionam, perdem apoio e podem virar moeda de troca do Flamengo



A presença de Jayme de Almeida no comando técnico do Flamengo não mudou o status da grande maioria dos jovens que buscam espaço no time. Atuante e conhecedor de detalhes das divisões de base rubro-negras, o comandante seguiu a mesma estratégia dos treinadores anteriores do clube e dá poucas chances aos garotos. A falta de protagonismo ratifica a insatisfação de todos os setores do Flamengo com as promessas, que nem mesmo contam com a costumeira "blindagem" da comissão técnica e dos dirigentes.

O incômodo com a má fase dos jovens da base é tanto que muitos deles são vistos como potenciais moedas de troca para o clube se reforçar em 2014. Na mira do clube, nomes como Adryan, Nixon, Mattheus, Rodolfo, Digão, Rafinha e Frauches são tratados com frieza após temporada de pouco brilho. O último deles deixa o ostracismo ao ganhar chance por falta de opções e está confirmado na zaga do Flamengo para o jogo contra o Internacional, às 21h desta quinta-feira.

A exceção é Luiz Antônio, utilizado com mais regularidade pelos técnicos Dorival Junior, Jorginho e Mano Menezes. O ex-treinador da seleção brasileira, por sinal, foi firme ao questionar o desempenho dos atletas oriundos das divisões de base. Durante rápida passagem pela Gávea, ele expôs toda a sua insatisfação com o comportamento de alguns ao chamá-los de "mimados e relaxados" nos bastidores.

Jayme de Almeida mede as palavras em entrevistas, mas se incomoda com a velocidade com que os jovens do Flamengo ganham fama, que ainda teriam que conquistar.

"No Flamengo, tudo é complicado, superdimensionado. O garoto dá dois chutinhos na base e vira craque. Não pode ser assim, na boa. A ordem das coisas é inversa atualmente: o jogador é rotulado antes de provar que pode ser bom. Primeiro, tem que jogar muito e mostrar que pode ser chamado de craque. Aqui qualquer um vira craque antes de jogar. Temos que mudar essa mentalidade", pediu o técnico.

Insatisfeita, a diretoria pensa em usar os garotos como arma para reforçar o time para a próxima temporada. O clube planeja ceder os jovens para contratar jogadores menos famosos, mas que possam ser aproveitados pelo treinador como alternativas de jogo – algo que Jayme não pôde contar com total certeza neste ano, no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.

Com os garotos longe dos planos, o Flamengo entra pressionado em campo contra o Internacional pelo Brasileiro, na quinta-feira. Apesar de estar na 12ª colocação, com 34 pontos, o clube da Gávea ainda está ameaçado pelas equipes que ocupam a zona de rebaixamento. Um triunfo no Maracanã é fundamental para diminuir os riscos e iniciar caminhado rumo a um final de ano tranquilo.

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