Negueba
tinha em 2013 a esperança de deixar de ser apenas mais uma promessa das
categorias de base do Flamengo. Mas, dez meses, só cinco jogos e nenhum
gol depois, o atacante deixa o São Paulo pela porta dos fundos.
Indolente para alguns, azarado para outros, o jogador retorna ao Rio de
Janeiro nos próximos dias com o futuro ainda mais incerto.
A aposta em se firmar no novo clube estava no reencontro com Ney
Franco, técnico com quem viveu grande fase na seleção sub-20. No
entanto, logo no terceiro dia de treinos na pré-temporada, realizada no
CT de Cotia, o jogador rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho
direito e perdeu todo o primeiro semestre.
Negueba, observado por Muricy, ao fundo (Foto: Marcos Ribolli)
Quando voltou a treinar com bola, em junho, Negueba reencontrou um
grupo mudado. Ney entrou em atrito com vários jogadores, perdeu força
com o presidente Juvenal Juvêncio e acabou demitido. Os quatro jogos nos
quais atuou com Paulo Autuori não foram suficientes para firmá-lo como
titular ou ao menos como uma boa opção. Com Muricy, tudo piorou.
O “tratamento de choque” proposto pelo técnico pegou Negueba e alguns
atletas de surpresa. Muricy gosta de exigir o máximo do elenco, com
atuações “no limite”, como gosta de dizer. Negueba foi a campo nos 25
minutos finais da partida contra a Ponte Preta, estreia do treinador, e
decepcionou. Errou passes, dribles e nada ajudou. Não mais voltou.
Sem espaço, o atacante se desmotivou, irritando dirigentes e membros da
comissão técnica. Um deles classificou o jogador como indolente, pela
falta de empenho nos treinamentos e por pouco se importar com o momento
ruim da equipe, seriamente ameaçada pelo rebaixamento no Campeonato
Brasileiro.
As reclamações chegaram aos ouvidos do presidente Juvenal Juvêncio,
agora mais presente no dia a dia dos atletas, a pedido de Muricy. Com a
famosa mão de ferro, o mandatário chegou a cobrar pessoalmente mais
vontade do jogador, mas não teve a resposta que esperava e optou por
antecipar a liberação.
Negueba não conseguiu espaço em um ataque bastante criticado. Apenas
Luis Fabiano tem lugar cativo na equipe e, mesmo assim, sem fazer
grandes apresentações. Aloísio, Ademilson, Osvaldo e Welliton não
conseguem se firmar. Silvinho, outro encostado, também tem os dias
contados.
Com os salários pagos pelo São Paulo até o fim do ano, Negueba vive
agora um período de incertezas. O Flamengo não pretende aproveitá-lo tão
cedo, e a solução pode ser esperar uma nova proposta para tentar fazer
que 2014 seja diferente.
Negueba se manifestou via assessoria de imprensa sobe a dispensa,
mas não quis conceder entrevista ao GLOBOESPORTE.COM para falar dos
argumentos que levaram a diretoria do São Paulo a liberá-lo.
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