A julgar por Tigrão, um filhote de buldogue de apenas dois meses, a
placa “Cuidado, cão feroz” na casa de Amaral se faz totalmente
desnecessária. O dono do cãozinho, no entanto, é quem justifica o aviso.
E o faz dentro de campo. Homem de confiança de Jayme de Almeida, o
volante mudou o status de renegada na época de Mano Menezes para
intocável na equipe titular. Tudo isso por uma característica única na
opinião do treinador: é o cão de guarda do elenco rubro-negro.
Plantado na frente da zaga, Amaral “morde” qualquer um que se aventura
na área do Flamengo. Praticamente sem passar do meio-campo, protege a
defesa e tem papel determinante na invencibilidade da equipe nas cinco
partidas sob o comando do novo treinador. No mesmo período, foram apenas
três gols sofridos. Desempenho que fez com que Jayme fizesse uma
comparação que levou o volante a assumir um apelido.
Amaral faz cara de mau: no colo, seu buldogue, ainda filhote (Foto: Cahê Mota)
- Isso é até bom para mim. Faço o uso do apelido de cão de guarda,
carregador de piano. Acho que sou muito importante no esquema tático do
professor Jayme. Estou feliz por isso e não é algo à toa. É fruto de um
trabalho... Tenho um buldogue, é uma raça que eu curto bem. Seria um
buldogue (risos). É uma brincadeira de animal, mas não tem nada a ver
com a personalidade. Não sou agressivo, não dou porrada. É apenas uma
forma carinhosa de ser tratado.
O cão de guarda rubro-negro, no entanto, tem fala mansa e jeito simples
fora de campo. Alheio a extravagâncias, não “latiu” nem mesmo no
período em que foi ignorado por Mano Menezes e sequer sentou no banco de
reservas. Em alta, recebeu o GLOBOESPORTE.COM para falar sobre a volta
por cima no Flamengo, a origem do “nome”, inspirado no ex-volante
Palmeiras, Vasco e Corinthians, a ansiedade pelo primeiro gol após mais
de um ano no clube e os conselhos recebidos pelo próprio Jayme nos meses
em que esteve em baixa:
- Eu desabafava que era uma situação difícil, até para manter o peso.
Ele me dizia que uma hora a oportunidade iria aparecer, que era preciso
confiar em si próprio e não reclamar. Me lembrava que, se eu não desse o
retorno, quando tivesse a chance tudo voltaria por água abaixo. Me
apeguei nas palavras de incentivo. O cara jogou bola, o pai do cara
jogou bola, em quem mais eu ia acreditar? Ele disse: "Não deixa a peteca
cair".
Confira abaixo todo o bate-papo:
Já são cinco jogos desde que você voltou ao time, o que mudou no seu dia a dia? Não somente no clube, mas na vida em geral tudo fica melhor?
Isso é. Fico feliz por jogar, por ajudar meus companheiros. E é como eu sempre falei, se eu não estivesse batalhando por fora para aproveitar o momento o Jayme ia ficar triste. Seria tudo mais difícil. Eu estava sempre preparado e consegui corresponder.
Como o Jayme deu a notícia de que você voltaria a jogar e como titular?
Já são cinco jogos desde que você voltou ao time, o que mudou no seu dia a dia? Não somente no clube, mas na vida em geral tudo fica melhor?
Isso é. Fico feliz por jogar, por ajudar meus companheiros. E é como eu sempre falei, se eu não estivesse batalhando por fora para aproveitar o momento o Jayme ia ficar triste. Seria tudo mais difícil. Eu estava sempre preparado e consegui corresponder.
Como o Jayme deu a notícia de que você voltaria a jogar e como titular?
O professor Jayme me acompanha desde o ano passado. Ele via meus
treinos, sabe que sou um cara batalhador, que não desiste nunca. Logo
assim que ele assumiu, na véspera do jogo com o Náutico, ele me falou:
"Amaral, você está preparado? Porque você vai jogar". Eu falei: "Estou
preparado e esperando essa oportunidade há um tempo". Ele disse: "Então,
a vaga é sua. Vai lá, moleque".
Você costuma acompanhar o noticiário? Tem visto que ele sempre o elogia?
Tenho acompanhado, sim. Esse elogio é positivo. Se eu não tivesse dando resultado, correndo e fazendo a função que ele pede, cumprindo a obrigação, ele falaria outra coisa diferente.
O Jayme também já falou que você é o cão de guarda do time. Você se sente à vontade nesta função de até correr pelos outros?
Isso é até bom para mim. Faço o uso do apelido de cão de guarda, carregador de piano. Acho que sou muito importante no esquema tático do professor Jayme. Estou feliz por isso e não é algo à toa. É fruto de um trabalho e estou desfrutando isso.
Você curte cachorro? Que tipo de raça você seria? Um pitbull?
Não, tenho um buldogue, é uma raça que eu curto bem. Seria um buldogue (risos). É uma brincadeira de animal, mas não tem nada a ver com a personalidade. Não sou agressivo, não dou porrada. É apenas uma forma carinhosa de ser tratado.
Quando era auxiliar, o Jayme costumava acompanhar seu trabalho em treinamentos de saída de bola, atividades individuais. Acha que esse período influenciou para que ele apostasse em você?
Você costuma acompanhar o noticiário? Tem visto que ele sempre o elogia?
Tenho acompanhado, sim. Esse elogio é positivo. Se eu não tivesse dando resultado, correndo e fazendo a função que ele pede, cumprindo a obrigação, ele falaria outra coisa diferente.
O Jayme também já falou que você é o cão de guarda do time. Você se sente à vontade nesta função de até correr pelos outros?
Isso é até bom para mim. Faço o uso do apelido de cão de guarda, carregador de piano. Acho que sou muito importante no esquema tático do professor Jayme. Estou feliz por isso e não é algo à toa. É fruto de um trabalho e estou desfrutando isso.
Você curte cachorro? Que tipo de raça você seria? Um pitbull?
Não, tenho um buldogue, é uma raça que eu curto bem. Seria um buldogue (risos). É uma brincadeira de animal, mas não tem nada a ver com a personalidade. Não sou agressivo, não dou porrada. É apenas uma forma carinhosa de ser tratado.
Quando era auxiliar, o Jayme costumava acompanhar seu trabalho em treinamentos de saída de bola, atividades individuais. Acha que esse período influenciou para que ele apostasse em você?
Com certeza. Ele olha muito esse lado do jogador ser batalhador,
guerreiro, profissional que não se entrega. Acho que tem isso. Ele me
acompanhou no trabalho contínuo do dia a dia e acho que está feliz
comigo.
Ele era uma espécie de conselheiro? Incentivava você?
Sim, falava que era preciso ficar tranquilo, ter calma. Eu desabafava que era uma situação difícil, até para manter o peso. Ele me dizia que uma hora a oportunidade iria aparecer, que era preciso confiar em si próprio e não reclamar. Lembrava que, se eu não desse o retorno, quando tivesse a chance tudo voltaria por água abaixo. Me apeguei a palavras de incentivo dele. O cara jogou bola, o pai do cara jogou bola, em quem mais eu ia acreditar? Ele disse: "Não deixa a peteca cair".
Você já comentou algumas vezes que o Mano não contava com você. Mas ele chegou para conversar e passar a situação real em algum momento?
Ele nunca chegou para mim e falou nada. Simplesmente não me levava para o jogo, e eu também não entrava no assunto. Apenas fazia o meu trabalho, era o primeiro a chegar e último a sair. Sempre me dediquei ao máximo. Nunca perguntei o que estava faltando, o que eu tinha que fazer. Queria apenas trabalhar e mostrar que era capaz até mesmo de ficar no banco. Sentimos no dia a dia, ficando fora do coletivo, treinando separado. Mostra que tinha alguma coisa errada. São coisas do futebol e espero não passar por isso nunca mais.
Em algum momento você pensou em ir para outro clube?
Não, nunca. Pensei em lutar até o final. No ano passado, falei que não sairia do Flamengo sem levantar um caneco por esse clube. Se o Flamengo me procurar para renovar, vou renovar por ser muito feliz.
Nesse período, você chegou a chorar em casa?
Ele era uma espécie de conselheiro? Incentivava você?
Sim, falava que era preciso ficar tranquilo, ter calma. Eu desabafava que era uma situação difícil, até para manter o peso. Ele me dizia que uma hora a oportunidade iria aparecer, que era preciso confiar em si próprio e não reclamar. Lembrava que, se eu não desse o retorno, quando tivesse a chance tudo voltaria por água abaixo. Me apeguei a palavras de incentivo dele. O cara jogou bola, o pai do cara jogou bola, em quem mais eu ia acreditar? Ele disse: "Não deixa a peteca cair".
Você já comentou algumas vezes que o Mano não contava com você. Mas ele chegou para conversar e passar a situação real em algum momento?
Ele nunca chegou para mim e falou nada. Simplesmente não me levava para o jogo, e eu também não entrava no assunto. Apenas fazia o meu trabalho, era o primeiro a chegar e último a sair. Sempre me dediquei ao máximo. Nunca perguntei o que estava faltando, o que eu tinha que fazer. Queria apenas trabalhar e mostrar que era capaz até mesmo de ficar no banco. Sentimos no dia a dia, ficando fora do coletivo, treinando separado. Mostra que tinha alguma coisa errada. São coisas do futebol e espero não passar por isso nunca mais.
Em algum momento você pensou em ir para outro clube?
Não, nunca. Pensei em lutar até o final. No ano passado, falei que não sairia do Flamengo sem levantar um caneco por esse clube. Se o Flamengo me procurar para renovar, vou renovar por ser muito feliz.
Nesse período, você chegou a chorar em casa?
Não, mas meus colegas e até minha esposa viam que eu ficava cabisbaixo.
Via jogo pela televisão e não ficava à vontade, é um momento difícil.
Agora, estou novamente feliz.
Você comentou sobre um problema com peso. Lembro que em Pinheiral, mesmo com calor, você trabalhava de agasalho. A dificuldade para jogar fez com que você acabasse comendo mais?
É uma dificuldade muito grande não poder fazer o que gosta, não conseguir dar o melhor, é como se alguém te bloqueasse no trabalho. Eu ficava agoniado, acabava comendo mais. Acabei engordando um pouco, mas nada demais. Eu sou um jogador de força, é questão de característica.
Apesar de estar muito bem na marcação, você tem tido dificuldade na saída de bola. É algo que o incomoda? Tem trabalhado para aprimorar?
A torcida mexe com emoção, é apaixonada e quer sempre o time jogando para frente. No momento em que roubamos a bola, é bom antecipar e dar logo para quem joga na frente fazer o melhor. Faço o meu melhor que é marcar e roubar bola. Fico feliz com isso. Não posso é ter medo de errar (com a bola no pé). No jogo com o Botafogo, eu lembro que perdi uma bola quando toquei para o João (Paulo), o Hyuri cortou, mas logo eu recuperei. Contra o Criciúma, foi o mesmo em um lance com o Lins e a torcida aplaudiu. São coisas do jogo.
Quem é sua referência na posição?
Eu gosto muito e me espelho no Arouca. Tenho um carinho especial pelo futebol dele. Ele sai mais para o jogo, é mais agudo, mas gosto muito.
Seu nome não é Amaral, é Maurício. O apelido se dá pelo Amaral ex-volante?
Sim, começou na época de escolinha e pegou. Se me chamarem na rua de Maurício, eu nem olho. Tem que ser Amaral. Já marcou. Se pudesse, eu mudava na minha certidão. Mas não sou igual ao outro Amaral, minha latinha (rosto) é diferente (risos).
Para fechar, você está no Flamengo há mais de um ano e ainda não fez gol. Bate a ansiedade? Se fizer, vai ter a comemoração do buldogue?
Tudo acontece no momento certo. Não é da minha característica, não chego na área, fico mais na marcação. Quando acontecer, vou ficar muito feliz. Estou começando a treinar falta de longe para ver se sai esse gol. Se sair, não tem jeito, vou ter que meter o buldogue malucão na comemoração (risos).
Você comentou sobre um problema com peso. Lembro que em Pinheiral, mesmo com calor, você trabalhava de agasalho. A dificuldade para jogar fez com que você acabasse comendo mais?
É uma dificuldade muito grande não poder fazer o que gosta, não conseguir dar o melhor, é como se alguém te bloqueasse no trabalho. Eu ficava agoniado, acabava comendo mais. Acabei engordando um pouco, mas nada demais. Eu sou um jogador de força, é questão de característica.
Apesar de estar muito bem na marcação, você tem tido dificuldade na saída de bola. É algo que o incomoda? Tem trabalhado para aprimorar?
A torcida mexe com emoção, é apaixonada e quer sempre o time jogando para frente. No momento em que roubamos a bola, é bom antecipar e dar logo para quem joga na frente fazer o melhor. Faço o meu melhor que é marcar e roubar bola. Fico feliz com isso. Não posso é ter medo de errar (com a bola no pé). No jogo com o Botafogo, eu lembro que perdi uma bola quando toquei para o João (Paulo), o Hyuri cortou, mas logo eu recuperei. Contra o Criciúma, foi o mesmo em um lance com o Lins e a torcida aplaudiu. São coisas do jogo.
Quem é sua referência na posição?
Eu gosto muito e me espelho no Arouca. Tenho um carinho especial pelo futebol dele. Ele sai mais para o jogo, é mais agudo, mas gosto muito.
Seu nome não é Amaral, é Maurício. O apelido se dá pelo Amaral ex-volante?
Sim, começou na época de escolinha e pegou. Se me chamarem na rua de Maurício, eu nem olho. Tem que ser Amaral. Já marcou. Se pudesse, eu mudava na minha certidão. Mas não sou igual ao outro Amaral, minha latinha (rosto) é diferente (risos).
Para fechar, você está no Flamengo há mais de um ano e ainda não fez gol. Bate a ansiedade? Se fizer, vai ter a comemoração do buldogue?
Tudo acontece no momento certo. Não é da minha característica, não chego na área, fico mais na marcação. Quando acontecer, vou ficar muito feliz. Estou começando a treinar falta de longe para ver se sai esse gol. Se sair, não tem jeito, vou ter que meter o buldogue malucão na comemoração (risos).
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