Virou rotina nas últimas semanas no Flamengo as atividades no Ninho do
Urubu serem fechadas para a imprensa. Mano Menezes já revelou ser praxe
em seus trabalhos não revelar escalações com antecedência. Nesta semana,
porém, não foi preciso entrar no centro de treinamento para se ter
acesso ao tema mais badalado que aconteceu em Vargem Grande. Até porque,
foi um fato que ocorreu justamente no lado de fora: a proibição da
entrada do ex-atacante Nunes para acompanhar a atividade de terça-feira.
Com a divulgação do caso, o vice de futebol Wallim Vasconcelos e o
próprio autor dos gols da final do Mundial de 81 se manifestaram
publicamente. Nesta sexta-feira, foi a vez de Mano Menezes dar a sua
opinião.
Fazendo questão de deixar claro em sua primeira frase o respeito a
história de Nunes com a camisa rubro-negra, o treinador revelou
concordar com a medida, que teria sido tomada para dar privacidade ao
trabalho realizado no Ninho. Na opinião de Mano, que ressaltou tratar-se
de uma regra sem exceções, apenas pessoas no exercício de sua profissão
devem ter acesso ao local.
- Com muito cuidado para não desrespeitar um ídolo do clube, o futebol é
um lugar onde se trabalha para ter privacidade. Deve estar neste local
de trabalho quem tem função para estar ali. Ou imprensa, ou comissão, ou
dirigentes, ou jogador trabalhando. A partir do momento em que você
deixa isso muito aberto, traz para o trabalho muitas outras pessoas. Não
é o caso específico do Nunes. Muitas outras (pessoas) começam a
participar próximo, a falar uma coisa aqui, oferecer um investimento e a
tratar coisas que não devem ser tratadas ali. O cuidado que se toma é
para ter essa privacidade e foco no trabalho. Já está muito difícil
focar no trabalho. Se não tomar determinados cuidados... Cada clube tem
sua regra. O Flamengo tem as suas e são cumpridas. É uma linha que a
direção tomou e respeitamos. Vale também para nossos familiares -
argumentou.
A regra, no entanto, não valeu para o próprio Wallim Vasconcelllos há
menos de um mês. No dia 17 de agosto, véspera do empate por 0 a 0 com o
São Paulo - assim como Nunes esteve um dia antes do jogo com o Vitória
-, o vice de futebol esteve no CT acompanhado de dois filhos pequenos
para acompanhar o treinamento. O clube confirma a informação, mas
ressalta que tratava-se de crianças e de um dia de sábado.
Em entrevista à Rádio Globo na última quinta-feira, Wallim Vasconcellos deu sua justificativa para o veto ao ídolo:
- Todo mundo (pode ser barrado). O Bebeto apareceu para ver o Mattheus e
eu disse que não podia. É uma determinação geral. Não é o Zico ou o
Nunes, é qualquer pessoa. Os vice-presidentes, se quiserem ir lá, me
ligam. Eu digo que, de preferência, na hora do treino não dá porque
perturba o trabalho da comissão e dos jogadores. Pessoas que não
trabalham lá não são permitidas porque é um lugar de trabalho e não de
lazer, como é a Gávea. O Nunes não foi barrado. Qualquer pessoa que
queira entrar e não tenha atividade para fazer ou trabalho não será
permitido. Essa determinação partiu da diretoria - disse Walim
Vasconcelos à Rádio Globo.
Na manhã de sábado, o Flamengo volta a treinar no Ninho do Urubu, na
última atividade antes do confronto com o Cruzeiro, domingo, às 16h (de
Brasília), no Mineirão, pela 19ª rodada do Brasileirão - a última do
primeiro turno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário