O vice de marketing do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap,
respondeu a um conjunto de perguntas de torcedores reunidas pelo
rubro-negro Sandro Rilho no Facebook e publicadas no blog "Ser
Flamengo". Entre os principais temas, Bap admitiu estar decepcionado com
Carlos Eduardo, embora ainda acredite numa reviravolta do atleta,
tratou a questão do estádio próprio como algo distante, negou que o
clube esteja sendo elitizado e esfriou as expectativas da torcida por um
craque em 2014.
Perguntado se não valeria mais tentar um craque de repercussão
internacional, um camisa 10 clássico, do que contratar jogadores
oriundos do interior paulista ou Carlos Eduardo, Bap fez mea-culpa,
reconhecendo a contribuição ineficaz de Cadu até então, porém lembrou
ter conversado com Kaká.
- A maioria destes jogadores a que você se refere foram destaques em
seus respectivos clubes, e contratados com valores muito abaixo dos que
se imaginam. Todos eles, exceção feita ao Carlos Eduardo, não custam
mais que R$ 120.000/mês. Então, com esse dinheiro não se paga nem meio
Elias. Ou seja, se um deles vingar, está tudo pago. Foi assim que o
Corinthians "descobriu" o Ralf, o Paulinho, o Elias. Agora, há que se
ter sorte. A camisa pesa muito para alguns, o momento é difícil. Então o
cara novo entra com a pressão de arrebentar e, infelizmente, não
acontece com a maioria, mas vai dar certo. É uma questão de tempo. Em
relação a um "clássico camisa 10": onde está esse cara hoje no Brasil?
Eu sempre digo: me passem os nomes e onde estão. Temos dinheiro? Os
poucos que estão por aqui ganham fortunas e seus passes são caríssimos.
Tentamos o Kaká, que nem é um "clássico 10" e não funcionou,
infelizmente. Decidimos pelo Carlos Eduardo. Era uma aposta. Brigamos
contra Inter, Santos e Fluminense. Ganhamos ali, por milímetros. Ele
está conosco há oito meses. O Forlan no Inter demorou um ano para se
provar. Pena que o Carlos Eduardo não tenha atingido o ponto que se
esperava dele, mas quem sabe? - afirmou.
Luiz Eduardo Baptista crê que o Flamengo pode ir bem em 2014 (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
A possibilidade de contar com um craque na próxima temporada, aliás, é
remota, segundo o vice de marketing. Para ele, os nomes são escassos. Em
contrapartida, mirando-se no Corinthians campeão do mundo em 2012, crê
que astros não sejam necessários para a formação de um time competitivo.
- Um grande nome: quem? Me diga. Realmente, difícil. Seria ótimo?
Claro. Seria fundamental? Não. Veja o time do Corinthians campeão do
mundo. Apenas o Paulinho na Seleção. E olha que, apesar de ótimo
jogador, ele não é esse craque, certo? Portanto, a escolha dos jogadores
certos, com o DNA rubro negro, com vontade de vencer, é que vai ser
determinante. E é isto que iremos priorizar. Agora, se aparecer "outro
Elias" na área, é bola na rede.
A construção de um estádio próprio foi colocado momentaneamente em
segundo plano por Bap, que deixa isso para o futuro. Para ele,
prioridade é o futebol dar certo, algo que vê automaticamente ligado ao
sucesso do projeto sócio-torcedor. Vencida esta etapa, aí sim ele crê
ser possível pensar numa arena. Sobre o sócio-torcedor, aliás, ele disse
não ser viável a popularização das tarifas. O plano mais econômico
atualmente cobra R$39,90 mensais. Um fã propôs a redução para R$ 10,
algo que o vice tratou como algo muito complicado.
- Tudo na vida depende do momento, não é? Hoje, o Flamengo mais do que
nunca precisa muito de sua torcida, esteja ela onde estiver. Os preços
estão mais caros que os de outros times, mas este é o "preço" que todos
estamos pagando por termos começado dez anos depois do Inter, cinco anos
depois do Corinthians. É duro, mas é a nossa realidade. Anos e anos de
incompetência e letargia, agora nos obrigam a diversos sacrifícios.
Temos que fazer cinco anos em um, no mínimo. E faremos. Ainda assim,
somos o plano que mais cresce desde o lançamento (abril de 2013),
estamos com 38 mil sócios-torcedores, sendo que 50% deles de fora do
Rio, o que só confirma o que todos sabemos: somos a maior torcida em
pelo menos 19 estados do Brasil! Teremos novidades em breve, de forma a
melhorarmos o plano, expandirmos a possibilidade de acesso para uma gama
maior de torcedores, com mais benefícios. Agora, seria mentiroso de
minha parte dizer que vejo a possibilidade de criarmos no curto prazo
uma ponta de preços a R$ 10,00, ainda que eu acredite que, com o
crescimento do plano e sua maturidade, isto seja possível, mas vai levar
tempo, ainda que os preços tendam a ficarem mais acessíveis.
Questionado se o Flamengo e outros clubes estão sendo elitizados,
prática da qual a atual diretoria é acusada por seus opositores, Bap
negou veementemente.
- Olha não se deixe iludir por essas bobagens que a gente lê toda hora
na imprensa. Essa história de "elitização" é uma p... burrice, para não
dizer sacanagem. Hoje - diferentemente de dez anos atrás, milhões de
pessoas podem assistir jogos do Flamengo na TV aberta. De graça. No Rio
de Janeiro, de cada quatro pessoas que vão ao estádio, uma não paga
nada, duas pagam meia. Jornalistas não pagam nada, nunca. Hoje, os
jogadores ganham de 30 a 40 vezes mais do que na época do Zico. Deixam o
país e o clube ao menor sinal de dinheiro da Sibéria. Hoje, a lei
protege primeiro: os jogadores - joguem eles bem ou não, dediquem-se, ou
não. Honrem o Manto Sagrado ou não; segundo: os "agentes" que ganham
fortunas dos clubes apenas para "negociar". E os clubes estão se
elitizando? Onde, meu Deus? A verdade é que os clubes de futebol em
geral estão "sucateados" por estas questões acima, mais uma pitada de
má-fé e incompetência. É muito mais fácil falar (e escrever) do que
fazer. O mundo está repleto de "professores de Deus", sabem tudo, de
tudo entendem. Aqui no Flamengo de hoje eu tenho muito orgulho de dizer
que "não temos professores de Deus", mas temos fora de campo um time de
guerreiros "fazedores". E que isto vai se refletir dentro de qualquer
quadra/campo/piscina muito em breve, porque isso aqui é Flamengo.
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