Vice-presidente de remo do Flamengo há nove meses, José Maria Sobrinho renunciou ao cargo. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, o agora ex-dirigente rubro-negro apontou três fatores para a decisão: atraso no pagamento de cinco meses de salários aos atletas, o veto à contratação de "um renomado atleta argentino" para o Campeonato Brasileiro da modalidade e atitudes de membros da diretoria que, segundo ele, "semeiam o clima da discórdia" no clube.
A diretoria rubro-negra foi o principal alvo de Sobrinho nas
reclamações. O ex-vice de remo garantiu que remadores do clube estavam
com cinco meses de salários atrasados enquanto funcionários, executivos,
contratados e prestadores de serviços do Flamengo estavam com o
pagamento em dia.
Sobre o Brasileiro de remo, Sobrinho chegou a afirmar que o rival
Botafogo agradeceria a atitude dos dirigentes de vetar a contratação do
"renomado argentino".
- Em um campeonato difícil e muito importante, abdicar de 10 pontos
prováveis para a certeza de 0 (zero) ponto, é inaceitável. O Botafogo
agradece. Nota: Se o atleta não competir, o Flamengo não terá
representante na prova e, consequentemente, as chances de vir a ser
campeão diminuem acentuadamente.
Por fim, Sobrinho declarou que estava desconfortável com a atual
diretoria e lamentou a limitação de "possibilidades de realizações neste
momento pré-olímpico".
Confira o comunicado na íntegra abaixo:
Aos Amigos e conhecidos, associados do Flamengo,
Com o intuito de esclarecer sobre os reais motivos da minha saída
da Vice-Presidência de Remo do Flamengo e evitar más interpretações ou
distorções, tenho a dizer, que foram três os principais fatores, a
saber:
1. O atraso de cinco meses dos salários dos atletas do Remo (que
atinge também alguns esportes olímpicos), enquanto todos os
funcionários, executivos, contratados e prestadores de serviços do CRF,
estão em dia. Portanto, não é por falta de dinheiro, uma vez que esses
pagamentos mensais montam em cerca de R$ 6,5 milhões. O atraso é fruto
de critérios e prioridades, que revelam que os atletas e por conseguinte
o Remo são injusta e incompreensivelmente preteridos. E tal decisão eu
não posso aceitar.
2. O Flamengo no Campeonato Brasileiro a ser realizado nos
próximos dias 5 e 6 de outubro, pelo programa de provas, tem chance
efetiva de ser campeão, o que para a história do Flamengo, para a
história do Remo do Flamengo, evidentemente, tem que ser considerado e
priorizado. Para tanto, entre outras medidas, conseguimos transferir um
atleta da seleção brasileira, de um clube do Espírito Santo para o
Flamengo e precisávamos trazer um renomado atleta argentino, que embora
inscrito pelo Flamengo não competiu pelo Clube este ano, por medidas de
redução de custos. Tudo foi acertado com o atleta para competir em duas
provas, em uma das quais tem um retrospecto de franco favorito. As
despesas para cobrir a vinda desse atleta seriam cobertas por recursos
já levantados, por mim, entre associados. No entanto, essa ação foi
vetada pela Direção do Clube. Em um campeonato difícil e muito
importante, abdicar de 10 pontos prováveis para a certeza de 0 (zero)
ponto, é inaceitável. O Botafogo agradece. Nota: Se o atleta não
competir, o Flamengo não terá representante na prova e,
consequentemente, as chances de vir a ser campeão diminuem
acentuadamente.
Não me conformo. Não aceito.
3. Estava me sentindo desconfortável com procedimentos de membros
da Diretoria, que acabam por redundar em discriminações, insatisfações e
semeiam o clima do disse-me-disse e da discórdia.
Deixo o Remo do Flamengo, desta vez, frustrado e triste, pelas
possibilidades de realizações neste momento pré-olímpico; por ter
elaborado o PlanRemo, que pouco avançou, face às dificuldades
encontradas no corrente ano.
Vida que segue. Continuarei atento e participativo no Flamengo.
Agradeço imensamente àqueles que me apoiaram e me incentivaram. Peço que entendam a minha decisão em me afastar.
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