quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Para evitar insatisfação com direitos de imagem atrasados, Flamengo usa diálogo


FUTEBOL  AndreSantos -C oletiva (Foto: Janir Junior)
Na base do diálogo, o Flamengo tenta conter nos bastidores qualquer tipo de insatisfação pelo atraso no pagamento dos direitos de imagem, que se tornou rotina nos últimos meses. Com parcela das receitas novamente penhorada por conta da dívida pelo empréstimo com o Consórcio Plaza e pelo atraso na verba do patrocinador máster, a Caixa Econômica Federal, o Rubro-Negro joga limpo e conta com a paciência da parte do elenco que não tem os vencimentos totais registrados na carteira de trabalho. Na quinta-feira, porém, o grupo recebeu a porção referente a um mês do que é devido.

Os jogadores que recebem somente na CLT estão com os salários em dia. Já a dívida em relação ao direito de imagem varia de acordo com o período em que o atleta está no clube e, em alguns casos, chega a três meses. Oficialmente, a posição do Flamengo é de que o assunto está sendo tratado internamente. As justificativas apresentadas pela diretoria, ao que parece, têm convencido os atletas. Escalado para entrevista coletiva nesta quinta-feira, no Ninho do Urubu, André Santos tratou o caso com naturalidade e elogiou a postura da diretoria.

- Está muito tranquilo e transparente. O Wallim e nosso presidente têm conversado sempre. Essa é uma forma bacana de trabalhar. Estão se doando muito para o pagamento ficar em dia. A imagem acontece sempre no futebol. Não é fácil manter um clube do tamanho do Flamengo, mas as conversas têm sido muito abertas.

O problema com o pagamento de direitos de imagem não é recente no Flamengo. Se os salários têm sido pagos desde junho com um pequeno atraso, que não supera uma semana em dias úteis, os jogadores que recebem complemento fora da carteira lidam com a situação desde fevereiro.

A volta da penhora de receitas por conta da dívida com o Consórcio Plaza sufoca mais uma vez a parte financeira do Flamengo. Desde março, a situação estava controlada, mas houve uma reviravolta na Justiça em agosto. O departamento jurídico trabalha para reverter novamente a ação. Já no que diz respeito ao pagamento da Caixa Econômica Federal, o Rubro-Negro não se mostra preocupado e acredita que é questão de tempo para que entraves burocráticos sejam resolvidos e o valor depositado.

Entenda o caso do Consórcio Plaza

O problema começou em 1996, quando Kléber Leite era o presidente do Flamengo. O montante se refere a uma dívida, que o clube não reconhece, contraída com um empréstimo de R$ 6 milhões feito junto ao consórcio, que arrendaria a Gávea por 25 anos para a construção de um shopping. O dinheiro foi aplicado, na época, na contratação do atacante Edmundo. Desde o início da ação, em 2002, o Flamengo alega que os R$ 6 milhões foram doados ao clube, e não emprestados. A Justiça deu ganho de causa ao consórcio em primeira e segunda instâncias, mas o Flamengo ainda pode tentar levar o caso para Brasília.  Apenas em janeiro deste ano foram penhorados cerca de R$ 5 milhões, incluindo mordidas nos novos contratos com Adidas e Peugeot.


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