Abraçado a Rafinha, Mano Menezes se despiu do perfil mais comedido e brincou com Elias, que se encaminhava para conceder entrevista coletiva:
- Olha lá! O que um gol não faz, hein?
A cena representa muito os efeitos da vitória por 3 a 0 sobre o
Atlético-MG, domingo, no dia a dia do Flamengo. O clima tenso por conta
da derrota pelo mesmo placar diante do Bahia se foi, e entre os muitos
sorrisos vistos em Brasília o que mais tem reluzido é o de Elias.
Se o próprio Mano Menezes foi objetivo ao apontá-lo como jogador mais
consistente do Flamengo na temporada, é inegável que o camisa 8 vive
dias especiais. No clássico contra o Botafogo, marcou três vezes -
apenas um foi validado - e voltou a balançar as redes contra o Galo. A
faceta de artilheiro já tem feito com que Elias tenha até mesmo
premonições.
No último domingo, por exemplo, após acertar o canto de Victor, ele
correu em direção ao banco apontando para Ramon e dizendo: "Eu falei! Eu
falei". O próprio volante explica o motivo da comemoração.
- Às vezes, sonhamos que vamos fazer um gol, imaginamos. Antes do jogo,
eu falei com o Ramon que sobraria uma bolinha e eu ia fazer. Dei sorte.
O Nixon me deu um belo passe e acabei fazendo o gol. Depois fui lá
comemorar com eles (Ramon e outros jogadores do banco), que estão 24
horas conosco.
Contra o Atlético-MG, Elias teve maior liberdade em campo. Com a
escalação de Cáceres como primeiro volante, ele e Luiz Antonio puderam
se aventurar mais vezes no ataque e até buscar tabelas. O camisa 8, por
sua vez, garante que, mesmo com a nova formação, sua função principal é
outra.
- Primeiro, tínhamos que marcar. Por isso, o Mano optou por três
volantes para manter o meio-campo forte. Marcamos e, como tempos
capacidade de chegar ao ataque, tanto eu como o Luiz tínhamos liberdade
para finalizar, pegar uma sobra. Se não me engano, o Luiz Antonio
finalizou algumas vezes. O principal é a marcação. Marcamos muito,
roubamos muitas bolas e pudemos chegar na frente.
Questionado se o Flamengo, enfim, encontrou sua melhor maneira de jogar
na temporada, Elias evitou apontar a equipe que venceu o Galo como a
ideal.
Elias comemora confirmação de "premonição" que fez a Ramon (Foto: Carlos Costa / Agência Estado)
- A melhor formação é aquela que ganha. Já ganhamos com dois volantes
ou três. Talvez, só um também. O importante é vencer. O jogador que se
mantiver, independentemente da formação, tem que entrar focado e fazer
aquilo que o Mano mandar.
No Flamengo desde o início da temporada, Elias já entrou em campo 30
vezes e marcou cinco gols. Com o volante, a equipe venceu 17 partidas,
empatou seis e perdeu sete.
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