A situação ainda não é alarmante, Mano Menezes
faz questão de manter a calma, mas o recado está dado: o Flamengo não
pode se dar o direito de repetir contra o Atlético-MG a atuação ruim que
teve na derrota por 3 a 0 para o Bahia, quarta-feira, em Salvador. Sem
criar maiores fantasmas em cima do revés, o treinador olha para frente e
busca em bons exemplos de um passado recente a fórmula para enfrentar o
campeão da Libertadores. Se a exibição na Fonte Nova foi um ponto fora
da curva, é bom que o Rubro-Negro retome seu caminho imediatamente.
Desde sua chegada, Mano prega que o Fla deve ter evoluções
consistentes, mesmo que curtas. Até na derrota para o Internacional e no
empate com o Botafogo, o técnico se mostrou satisfeito com a postura de
sua equipe em campo. E é para essa linha que aponta como ascendente que
ele quer retornar.
- Temos que jogar melhor do que contra o Bahia. O adversário é duro,
qualificado, acabou de conquistar a Libertadores, e isso já dá a ideia
do que vem pela frente. Mas sabemos que temos capacidade de jogar
melhor, estamos preparando a equipe para isso: retomar o nível que
tínhamos alcançado. Não estamos querendo fazer algo diferente, temos que
manter o padrão que perdemos na quarta. Queremos retornar ao nível
seguro das outras vezes.
O desempenho ruim em Salvador se juntou ao primeiro tempo abaixo da
média no clássico com o Botafogo e fez com que Mano resolvesse testar o
time com uma nova formação. Sexta-feira, em treinamento tático, Cáceres,
Luiz Antonio e Elias formaram um trio de volantes até então não
utilizado, e o treinador explica a forma como enxerga a composição
tática de sua equipe.
- Na verdade, nunca jogamos com três atacantes. Não considero o
Paulinho e o Carlos Eduardo atacantes. O Gabriel é um pouco mais
atacante. Sempre juntamos um deles com o Moreno, para que tenhamos
desenvolvimento na jogada final. Os outros dois sempre precisam armar.
Às vezes, ficamos com três atacantes e perdemos o controle do jogo, como
foi no primeiro tempo com o Botafogo. As alterações visam colocar mais
um no meio e dificultar a marcação adversária, além de dar qualidade na
armação de jogadas. Estávamos com três na frente e fáceis de ser
marcados (no clássico). Vínhamos jogando no 4-4-2 e acho até que estamos
deixando o Moreno um pouco isolado.
Caso confirme a tendência apresentada na atividade, Carlos Eduardo e
Paulinho brigam por uma vaga ao lado de Marcelo Moreno no ataque.
Gabriel passa a atuar mais como homem de meio campo, mas não de maneira
centralizada. Para Mano, as características do jogador apontam para um
posicionamento mais próximo da lateral.
- O Gabriel sempre vira um meia-atacante. É isso que ele é. Na verdade,
vai trabalhar pela direita ou esquerda e chegar em diagonal pelo
centro, partindo da beirada do campo. Não adianta entrar só pelos
flancos, nem enfrentar uma muralha, como foi contra o Bahia. Encontramos
dificuldades na forte marcação, o que nos impediu de construir jogadas
de qualidade.
Flamengo e Atlético-MG se enfrentam domingo, às 16h (de Brasília), no
Mané Garrincha, pela 11ª rodada do Brasileirão. As duas equipes têm 10
pontos na competição, mas os mineiros, em 16º, estão uma posição acima e
fora da zona de rebaixamento por conta dos critérios de desempate.
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