segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Flamengo cogita se despedir do Maracanã em 2013 no confronto com o Cruzeiro


O Flamengo cogita seriamente nos bastidores se despedir do Rio de Janeiro em 2013 na próxima quarta-feira, diante do Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Insatisfeito com os termos apresentados pelo Consórcio Maracanã SA para mandar seus jogos no estádio, o Rubro-Negro aguarda o desfecho do imbróglio envolvendo a permanência do grupo para tomar uma decisão definitiva. Caso o Governo do Estado não assuma a gestão do local, o clube projeta confirmar para Brasília as dez partidas em que tem mando de campo no segundo turno. Só uma renegociação nas condições atuais para atuar no principal palco carioca mudariam a decisão.

Desde o retorno do Maracanã, o Flamengo mandou apenas o clássico com o Botafogo no estádio e não ficou nada satisfeito com o resultado apresentado no borderô. Segundo o documento, o clube teve que pagar ao consórcio R$ 1.081.568,41 para utilização do Maracanã. O Rubro-Negro teve direito a R$ 1.081.423,31 da renda, mas como R$ 162.213,50 foram penhoras, bateram nos cofres do clube R$ 919.209,81. O montante é referente a somente cerca de 35% dos R$ 3.082.555,00 arrecadados.

Com um acordo teste de duração de seis meses com o consórcio, exatamente para análise dos números, a diretoria chegou a um consenso de que os custos operacionais e de aluguel apresentados são inviáveis. A insatisfação é tanta que nos bastidores ninguém esconde a torcida para que o Governo do Estado cancele a concessão e reassuma o estádio, tornando mais lucrativa a volta para casa, que poderia ser até definitiva - com exceção do clássico com o vasco, já acordado para Brasília.

A inflexibilidade do consórcio também tem desagradado o Flamengo, que, por sua vez, mantém a mesma linha de conduta. A situação tem causado um mal-estar evidente, o que pesou para que entrasse em pauta um afastamento definitivo até o fim da temporada. A postura radical, por sua vez, faz parte da estratégia de negociação e é uma forma de pressionar o consórcio. Qualquer decisão pode ser revista até dez dias antes do confronto, prazo estipulado pela CBF para confirmação dos locais das partidas. A estimativa com base nas rendas apresentadas ao longo do Brasileirão é de que uma partida no Mané Garrincha custe cerca de R$ 600 mil a menos do que no novo Maraca.

Com média de 26.806 torcedores por jogo, o Flamengo é o segundo colocado no ranking de público do Brasileirão - o Corinthians tem 28.954 - e segue de calculadora nas mãos para transformar esse apoio em receita. Nem que para isso precise dizer um "até logo" a sua cidade de origem.

Desempenho ruim do time desanima torcida em Brasília
Além de ter deixado de ser novidade em Brasília, o time do Flamengo vê o apoio do público da capital federal oscilar. O jogo contra o Grêmio teve um público de 20.580 pagantes, numa renda de R$ 951.590,00, e foi marcado pelo equilíbrio nas cadeiras. Em muitos momentos só se ouvia gremistas cantando. Do banco de reservas, Mano notou.

- Hoje (sábado) já não tivemos um número muito maior de torcedores, esteve muito equilibrado. Você olhava para as cadeiras e via muita gente de azul. Ele (torcedor) já esteve muito próximo de nós e não podemos reclamar do apoio do torcedor. Quando sentir que está vendo algo melhor ele volta. Num primeiro momento, num segundo momento, que é novidade, vem mesmo sem saber o que vai ver. Depois quer qualidade de jogo, vitórias. Quando a gente não oferece isso, ele repensa se vai voltar na segunda vez ou na terceira vez.

Com o placar de 1 a 0, o Tricolor gaúcho quebrou a invencibilidade do Flamengo no Mané Garrincha. Em sete jogos, foram quatro empates, duas vitórias e uma derrota.

Na volta ao Rio neste domingo, o goleiro Felipe deixou claro que a vontade dos jogadores é jogar o máximo possível no Maracanã.

- Prejudicar não sei, mas não é normal (Fla itinerante). Esse ano foi algo diferente. Foi uma decisão, acatamos da melhor maneira, foi legal jogar em vários lugares, jogar em Brasília, que é uma torcida diferente. A gente sente falta da torcida do Rio. Quando a gente precisa, conseguem empurrar a gente.


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