Cinco dias após o comunicado da demissão, a diretoria do Flamengo ainda não veio a público justificar a saída de Renato Abreu do clube. Sendo assim, coube a Mano Menezes
dar uma versão oficial sobre o caso. Apresentado no dia do anúncio da
decisão, o treinador deixou claro que não teve interferência e solicitou
apenas que a medida fosse tomada antes do início de seu trabalho com o
elenco. Pelo seu argumento, isso evitaria um conflito de opiniões em um
futuro próximo, pois a partir daquele momento ele mesmo poderia tirar as
próprias conclusões a respeito do atleta.
- A questão do Renato com a gente foi bastante clara. Eu não tomo
decisões sobre acontecimentos que antecedem o meu comando na equipe. O
Flamengo tinha algumas questões que tinham acontecido e as julgava como
grave para continuidade (do jogador). Minha conversa foi clara. Se eram
graves e a direção entendia que tinha que existir o desligamento,
precisaria acontecer antes de eu assumir. Se eu assumisse, ia valer a
relação a partir daquele momento. Por isso, a decisão foi tomada desta
forma.
Renato Abreu aceitou redução salarial no início do ano e renovou o
contrato até o fim de 2013. Na atual temporada, o antigo camisa 11
marcou sete gols e vinha sendo titular com Jorginho. Na última
segunda-feira, ao retornar ao Brasil após viagem ao exterior durante a
folga, foi informado pelo procurador Cláudio Guadagno que o Flamengo não
contava mais com seu futebol. A alegação é de que ele teria cometido
infrações graves na opinião da diretoria.
Desde o início do Brasileirão, Renato se envolveu em algumas situações
polêmicas. Vaiado contra a Ponte Preta, após perder um pênalti, não
reagiu bem e questionou a posição da torcida. Na partida seguinte,
diante do Atlético-PR, marcou o gol do empate por 2 a 2 e tirou a camisa
durante a comemoração. A atitude gerou um puxão de orelhas por parte da
diretoria por conta da obrigação da exposição dos patrocinadores. Por
fim, na derrota para o Náutico, em Florianópolis, foi expulso após
tentar concluir uma cobrança de escanteio com a mão.
Internamente, a diretoria acredita que Renato Abreu boicotou o trabalho
do ex-treinador Jorginho e o somatório de suas atitudes resultou na
demissão. O Flamengo pagará os salários do atleta, que ainda não se
manifestou, até o fim do ano.
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