segunda-feira, 17 de junho de 2013

Bandeira e Wallim divergem sobre ajuda da prefeitura em obra no Ninho

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O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e o vice de futebol, Wallim Vasconcellos, não falam a mesma língua quando o assunto é a continuidade das obras do Centro de Treinamento George Helal, o Ninho do Urubu, em Vargem Grande. Paralisada desde setembro do ano passado, a construção do local tinha continuidade prevista para o último mês de abril, com R$ 10 milhões em verbas que viriam da prefeitura do Rio de Janeiro e da Ambev. A distribuidora de bebidas já informou que não colaborará mais com o valor, mas a expectativa pelo dinheiro público permanece. Pelo menos é o que diz o mandatário.

Questionado sobre o tema durante a apresentação do treinador Mano Menezes, Bandeira de Mello adotou discurso conciliador e reiterou a confiança na promessa feita pelo prefeito carioca Eduardo Paes. Em cerimônia de homenagem a Zico, ainda em março, o político disse que repassaria R$ 5 milhões ao Flamengo como forma de compensação pela cessão de terrenos para que Botafogo, Fluminense e Vasco construíssem seus CTs.

- Estamos na expectativa e ansiedade grandes. Trata-se de um investimento fundamental e, no evento de homenagem aos 60 anos do Zico, o prefeito Eduardo Paes anunciou que nos ajudaria. Estamos na expectativa. Ninguém imagina que o prefeito vá voltar atrás. Temos uma audiência marcada para semana que vem, e imagino que tudo será resolvido. O desejo é fortalecer os grandes clubes do Rio com os CTs.

A postura do presidente contrasta com a de Wallim Vasconcellos, menos diplomática. Em entrevista à Rádio Bradesco Esportes FM, na sexta-feira, o vice de futebol criticou a demora da prefeitura para apresentar os termos para repasse do valor e citou até mesmo a Ambev, que comunicou há quase dois meses ao vice de patrimônio, Alexandre Wrobel, que não ajudaria mais o clube com dinheiro.

- Está virando uma novela. A gente tinha uma promessa da prefeitura e da empresa de cerveja de cada um dar R$ 5 milhões para a gente terminar o módulo profissional. Na época do aniversário do Zico, inclusive, o prefeito anunciou na solenidade. Isso foi em março, estamos em junho e nada aconteceu, nem da prefeitura nem da cervejaria. Estávamos acreditando que as promessas fossem cumpridas. Infelizmente, eu particularmente já não conto com o dinheiro dessas duas fontes.

Sem meias-palavras, Wallim apontou ainda um “tratamento desigual” da prefeitura com o Flamengo e disse que “não adianta ficar esperando”.

- Fizemos tudo o que foi necessário, temos todas as CNDs (certidões negativas de débito), estamos pagando os impostos todos e nada acontece. O que estamos procurando agora é uma outra empresa, que se habilite a terminar o CT, não só para o profissional como para as categorias de base. Estamos correndo atrás, não adianta ficarmos esperando. Fiquei muito chateado porque Botafogo, Fluminense e Vasco ganharam um terreno. O Flamengo até agora não viu nem terreno nem dinheiro. É um tratamento desigual que estão tendo com o Flamengo, e fico triste com isso.

A diretoria do Flamengo estima que são necessários R$ 8 milhões para finalizar os módulos 16 e 17 do Ninho do Urubu, destinados aos profissionais. A conclusão do CT, no entanto, é um sonho sem previsão para acontecer.


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