Se em campo o Flamengo não conseguiu transformar em gols a
superioridade sobre o Santos, na arquibancada os rubro-negros de
Brasília deram uma goleada na abertura oficial do Estádio Nacional Mané
Garrincha. Presentes em número muito maior do que os santistas, os
torcedores fizeram com que os cariocas se sentissem em casa mesmo em um
jogo com o mando do Peixe e transformaram o palco da primeira partida da
Copa das Confederações em caldeirão. No repertório, muitos gritos de
apoio e uma vítima: Neymar.
Em sua última partida com a camisa do Santos, o atacante sofreu com a
marcação implacável dos flamenguistas. Sem dar bola para despedida do
craque, eles o vaiaram desde que seu nome apareceu no telão no anúncio
da escalação até o fim do jogo, a cada toque na bola. Para apoiar o
Flamengo, músicas de incentivo deram o tom da festa, com poucas
exaltações a jogadores específicos - casos raros de Rafinha e Renato
Abreu, no momento em que se desentendeu com Cícero.
Torcida do Flamengo encheu o Mané Garrincha e foi imensa maioria (Foto: Cahê Mota)
Utilizado pela primeira vez com capacidade máxima, o Mané Garrincha foi
pintado de vermelho e preto. Dos 63.501 presentes, uma parcela mínima
vestia branco. Um das organizadas do Peixe, por sinal, chegou ao estádio
já na metade do primeiro tempo e ficou em uma área isolada, cercado por
policiais, atrás do gol a esquerda das cabines de TV.
Organizada do Santos chegou no meio do primeiro tempo e ficou em área isolada (Foto: Cahê Mota)
Com a bola rolando, os rubro-negros jogaram junto com a equipe durante
os 90 minutos. O primeiro toque de um jogador do Fla na bola foi
comemorado como um gol, com Luiz Antonio. Quando o Santos tentava
atacar, vaias também podiam ser ouvidas e davam lugar a músicas
tradicionais quando os cariocas tinham a posse da bola. Cantos como
“Onde estiver estarei”, “Sai do chão a torcida do Mengão” e “Mengão do
meu coração” foram entoados insistentemente. Após o jogo, Jorginho não
se mostrou surpreso com a supremacia dos flamenguistas nas
arquibancadas.
- Sabíamos que a torcida estaria presente. Foi muito bom.
Ao apito final, no entanto, foi possível ouvir focos de insatisfação
com o resultado e as muitas chances perdidas com vaias. Agora, o Mané
Garrincha está à disposição da Copa das Confederações, e o Flamengo não
tem previsão para voltar a jogar na capital federal. Na próxima quarta, a
equipe vai a Juiz de Fora para enfrentar a Ponte Preta. Na outra
partida com mando de campo, contra o Náutico, na quarta rodada, o clube
jogará no Orlando Scarpelli, em Florianópolis.
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