Nesta sexta-feira, o processo judicial que determinou a saída de
Ronaldinho do Flamengo completará um ano. E no que depender do lento
andamento na Justiça, o imbróglio pode completar outros aniversários.
Aguardando uma perícia que irá calcular o prejuízo de ambas as partes
com a rescisão do contrato, a disputa entre clube e jogador não tem
qualquer prazo por uma nova audiência e se arrasta como uma novela que
parece não ter fim.
A decisão da Justiça de estabelecer uma perícia se deu por conta da
falta de acordo entre as partes. Enquanto os advogados de Ronaldinho
insistem no valor de R$ 55 milhões (atrasos e danos morais), os
representantes do Flamengo não aceitam o montante e ainda acreditam em
vitória no processo.
Um encontro na Justiça, em novembro de 2012, e outros contatos
telefônicos posteriores entre os advogados de clube e jogador não foram
suficientes para estabelecer uma definição.
“Estamos sem prazo agora. Não houve acordo. E não consideramos essa
hipótese. Vamos aguardar o resultado das perícias e a marcação de uma
nova audiência”, explicou o advogado que representa o Flamengo no
imbróglio, Marcos Motta.
E tal demora não chega a incomodar o Flamengo nos bastidores. Ciente de
que, independente do resultado, terá que pagar um alto valor a
Ronaldinho (no mínimo R$ 5 milhões de dívidas já reconhecidas), o
rubro-negro não tem pressa.
Mesmo com mais de R$ 30 milhões no orçamento de 2013 previstos para
gastos com acordos de ações trabalhistas, o Flamengo entende que
“arrastar” o processo até o próximo ano seria uma opção melhor.
Pelo lado de Ronaldinho, a demora incomoda. “Infelizmente, no Brasil é
assim. O processo judiciário é demorado. Nós gostaríamos de resolver
isso logo, mas não é tão simples”, disse Fábio Luiz de Oliveira,
advogado do escritório de Gislaine Nunes, representante do Gaúcho.
“Uma proposta de acordo tem que partir da parte reclamada. Neste caso, o
Flamengo. E eles não nos procuraram ultimamente para isso. E não
entendo o motivo disso. Um acordo seria bom para as duas partes. O
Ronaldo tem intenção que isso se defina logo. Negociando, o Flamengo
poderia até evitar um possível prejuízo. Em caso de derrota, que vale
ressaltar ainda não sei se vai acontecer, seria melhor pagar agora. Dez
mil agora poderiam virar R$ 1 milhão no futuro”, ressaltou Oliveira.
E apesar da vontade de Ronaldinho e seus advogados, a demora desejada
pelo Flamengo tem prevalecido. O processo que tramita na 9ª Vara do
Trabalho do Rio de Janeiro não tem qualquer previsão de novo despacho. E
menos ainda de marcação de audiências e uma decisão definitiva.
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