O vice-presidente jurírico do Flamengo, Flávio Willeman, entrou com o pedido de reconsideração da suspensão preventiva do atleta Caio Torres,
que por ora está fora da final do NBB, neste sábado, às 10h, na Arena
da Barra, contra o Uberlândia. A punição, válida por 30 dias, foi
decretada na terça-feira pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD) do basquete, Fabrício Dazzi, após denúncia do
procurador Rafael Fachada.
Marcelinho Machado e o preparador físico rubro-negro Rafael Bernardelli
também foram suspensos, mas como o ala-armador já não vem jogando desde
a segunda rodada, devido a uma grave lesão no joelho, permanecendo no
banco apenas para incentivar, o Flamengo tenta somente a liberação de
Caio. A estratégia é mostrar que o comportamento do pivô no quarto jogo
da semifinal do NBB contra o São José, que terminou em confusão na quadra,
não é um fato recorrente. Uma carta de bons antecedentes em papel
timbrado da LNB (Liga Nacional de Basquete) foi anexada ao pedido de
revisão da decisão.
"Certifico para os devidos efeitos, em atenção ao que requerido (...)
pelo Sr. Procurador do STJD nos termos dos artigos 178 a 181 do Código
Brasileiro de Justiça Desportiva, que, em pesquisa realizada pela
Gerência Executiva da Liga Nacional de Basquete, junto à secretaria da
3ª Comissão Disciplinar do STJD - Basquete, durante os últimos 12 (doze)
meses, relatados desde a última condenação até a ocorrência disciplinar
ora sub judice, não constam antecedentes disciplinares referentes ao
ora denunciado, Sr. Caio Aparecido S. Torres, atleta da entidade
desportiva CR Flamengo", diz a carta assinada pelo gerente executivo da
LNB, Sérgio Barbosa Domenici.
A confiança rubro-negra é tão grande que Caio Torres treinou
normalmente como titular na manhã desta quarta-feira. Bruno Zanotti
substituiu Benite, lesionado, na atividade.
Caio, Marcelinho, Benite, Feliz e Shilton durante a confusão contra o São José (Foto: João Gabriel Rodrigues)
Serviços prestados
A defesa incluiu no seu pedido de revisão da suspensão preventiva
também uma reportagem exaltando a importância de Marcelinho Machado e
Caio Torres na conquista da vaga do Brasil nas Olimpíadas de Londres. No
documento solicitando a revogação da pena assinado por Willeman, o
dirigente argumenta:
"A documentação anexa prova que o atleta Caio é disciplinado e que não
representa ameaça, ainda que leve. (...) A documentação adunada comprova
que não há o mínimo risco de a participação de Caio no jogo final fazer
com que a partida transcorra de forma irregular ou insegura para o
público e/ou para o time adversário.
Após rever as imagens da confusão generalizada ocorrida no jogo entre
São José x Flamengo, no dia 23/05/2013, na cidade de São José-SP, não é
possível concluir de forma liminar, ao contrário do que alega o
documento oficial do jogo e a denúncia, que o atleta Caio tenha iniciado
a referida confusão ou que atuou com intuito deliberado de agredir
pessoas e não para se defender de injustas agressões a si desferidas
e/ou a seus companheiros. Tanto é verdade a afirmação acima que consta
na denúncia o pedido de 'citação' do atleta Sr. Fulvio Chiantia de Assis
para, na qualidade de testemunha, prestar depoimento para 'melhor
instrução processual e entendimento dos fatos denunciados'.
A denúncia afirma ainda que após a troca de palavras ofensivas dos atletas, foi o atleta do Flamengo Ricardo Magalhães Machado atingido com um 'tapa na nuca' pelo atleta do São José André Martins (Nota da redação: Ricardo é fisioterapeuta e não atleta do Flamengo, como consta no documento).
Esta foi a primeira agressão física descrita pela denúncia, fato que
comprova ter a confusão generalizada se inciado a partir de agressão
física de atletas do São José.
A denúncia afirma também que o atleta Murilo Rosa, do São José, agrediu
um jogador do Flamengo, fato que motivou a conduta do atleta Caio em
sua defesa, fruto, repita-se, do 'calor' de um jogo muito disputado e
também da confusão generalizada já instalada".
O próprio Fabrício Dazzi analisará o recurso e deverá anunciar uma
decisão nesta quarta-feira. Dazzi afirmou na terça ao GLOBOESPORTE.COM
que há chance de revogar a suspensão, mas para isso será necessário que a
defesa do Flamengo apresente elementos novos.
- Eles podem recorrer. Mas hoje com as provas, denúncia, relatórios
disciplinares da súmula e imagem... Analisei com base nessas provas. Se
surgir algum elemento novo, posso reconsiderar, claro - explicou Dazzi.
Marcelinho e Caio Torres foram denunciados nos artigos 254-A (praticar
agressão física durante a partida) e 257 (participar de rixa, conflito
ou tumulto, durante a partida) do Código Brasileiro de Justiça
Desportiva (CBJD). Na decisão em que ordenou a suspensão preventiva, o
presidente do tribunal explicou a razão da medida. Diz o documento:
"Pelo relato da denúncia, das provas e imagens amplamente divulgadas
pela imprensa, percebe-se que há urgente necessidade de que a Justiça
Desportiva ofereça resposta rápida e eficiente para que tais atos sejam
coibidos, pois constituem afronta aos princípios da moralidade
desportiva, do espírito desportivo (fair play) e da estabilidade das
competições".
O Flamengo enfrenta o Uberlândia neste sábado, às 10h, na Arena da
Barra, pela final da temporada 2012/2013 do NBB, com transmissão ao vivo
da TV Globo e do SporTV. O
GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em tempo real com vídeos. A venda de
ingressos para sócios-torcedores e clientes do banco HSBC começou nesta
terça-feira. Nesta quarta, o público em geral terá acesso à venda dos
bilhetes.
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